A história da
Glenmorangie, “vale da tranquilidade”, inicia em 1738 com a produção de bebidas
na fazenda Morangie. William Mathieson obteve, em 1843, a primeira licença para
a produção de whisky da região de Tain. Apesar de seu equipamento limitado,
destilava 20 mil galões de whisky anualmente. Em 1887, a Glenmorangie
Distillers Company foi fundada e houve uma completa reforma na fábrica, que
incluiu novos alambiques exclusivos, os mais altos da Escócia, com 5 metros.
Em 1920, foi comprada
pela Macdonald & Muir, cuja base de operações ficava em Leith e era
conhecida por atuar no mercado de whisky e vinhos. Durante grande parte do
século XX, a função principal da Glenmorangie era fornecer malts para blends.
Na década de 1970 a Glenmorangie começou a armazenar barris para um single malt
10 anos. E no final dos anos 1990, este se tornou o single malt mais vendido na
Escócia.
Em 1996, a destilaria
lançou uma linha de whiskies com diferentes acabamentos, que marca o envolvimento
dos donos tanto com vinhos quanto com destilados. Os primeiros títulos foram
com acabamento em barril de xerez, vinho Madeira e vinho do Porto. O grupo francês que
comercializa mercadorias de luxo, o LVMH, comprou a Glenmorangie por 300 milhões
de libras em 2004 e em 2007, lançou novas edições, Lasanta, Quinta Ruban e
Nectar D’Or.
Os alambiques da
Glenmorangie são altos e estreitos, e produzem uma bebida leve e muito pura. A
altura do pescoço proporciona um longo tempo de contato entre o vapor e o
cobre, o que contribui para produzir um destilado leve e perfumado. Além disso,
a destilaria sabe combinar este spirit elegante com a madeira. E se tornou
especialista em prever como determinado casco altera e redefine o foco de um
malte maduro antes do engarrafamento. Aliás, a política de madeira da
Glenmorangie está entre as mais desenvolvidas da indústria.
A companhia seleciona
suas árvores nas montanhas Ozark do Missouri, cura a madeira ao ar livre e
empresta os barris por quatro anos à destilaria da Jack Daniel’s, no Tennessee.
Ela usa os barris apenas duas vezes e,
com isso, consegue extrair coco e baunilha, no 1º uso, e mel e hortelã, no 2º
uso. Além disso, e por isso é motivo de críticas pelos puristas, é devota ao
acabamento em barris diversos.
O que pude perceber:
Aroma: perfumado,
delicado, suave. Notas florais. Bala de menta. Aos poucos nota-se frutas
cítricas, um pouco de mel e amêndoas. Dá para sentir também um pouco de
baunilha. Com água desprendeu um pouco mais o bouquet. Salientou a baunilha,
continuou suave e doce, com um toque de mel. Permaneceram também as notas
florais. Com uma pedra de gelo seu aroma se torna mais fresco, ainda mais
suave. A característica de bala de menta se sobressai. Permanecem ainda os
aromas florais.
Paladar: cítrico, seco,
retro gosto médio. Suave, não agride. Com água percebi que ficou mais redondo,
embora tenha suavizado ainda mais o sabor. O retro gosto também diminuiu. Com uma
pedra de gelo ficou mais adequado, em minha opinião. Ficou mais fresco, mais
suave, o retro gosto perdurou um pouco mais. Acho que desta maneira ficou
perfeito para consumi-lo.
Whisky claro, de pouco
para médio encorpado. Fácil de beber. É famoso por seu aroma, com sua
fragrância chegando a ser comparada com alguns dos bons perfumes franceses. Uma
perfumaria francesa identificou cerca de 26 aromas presentes no whisky, entre
os quais amêndoa, bergamota, canela, verbena, baunilha e hortelã silvestre.
Realmente ele entrega bastante os aromas e sabores florais.
É um excelente whisky, no
ponto perfeito, apesar de apenas 10 anos e considerando que a maioria atinge o
seu ápice aos 12. Ótimo para quem está começando no mundo dos single malts. Pode ser encontrado na Single Malt Brasil (www.lojadewhisky.com.br) em torno dos R$ 246,00. O meu, ganhei de presente da minha esposa
que trouxe do Duty Free onde pagou U$ 46,00, ou cerca de R$ 103,00 (na época da
compra). Uma pechincha.
Glenmorangie Original
Single Malt: Terras
Altas Teor Alc 40%
Este é o whisky 10 anos
mais popular de todos os tempos. Com sabor de mel e um toque de amêndoas.
Costumo tirar a foto do whisky assim que abro para fazer a degustação. Este artigo estava escrito desde setembro passado, quando fiz a degustação do Glenmorangie. Na época, tirei a foto assim que abri a garrafa e, passados 6 meses, quando fui colocá-la no post, notei que havia posicionado a garrafa ao contrário. Na época, passou despercebido. E olhem que não havia bebido ainda. A cor do whisky e a cor do rótulo me traíram.
Pelo menos ficou registrado que o whisky é bom. O nível da garrafa baixou consideravelmente neste período.
Sláinte!