As
apresentações da destilaria foram feitas quando fiz o review do
Jura Origins 10 Anos. Quem quiser conhecer ou relembrar, basta clicar
no link.
Apenas
para reforçar, o estilo de whisky da casa de Jura é um estilo mais
voltado para as Highlands do que para as ilhas, com menos turfa e um
toque mais suave. A Jura emprega enormes alambiques para criar um
spirit mais limpo, com um malte mais macio.
Essencialmente
produtora de whiskies para blends, as coisas parecem ter mudado um
pouco. A cada ano, novas edições com turfa são acrescentadas, e a
fumaça tem contribuído para dar uma nova profundidade ao whisky.
Nesta
versão, a ideia era produzir um whisky selvagem, tão rico quanto a
história de Jura e as histórias intrigantes de todo o mundo. Para
simbolizá-lo, foi adicionada a antiga cruz Ankh à frente da
garrafa, um símbolo de boa sorte nas ilhas ocidentais. Os Diurachs
(habitantes da ilha de Jura) acreditam que todo mundo merece um pouco
de sorte. Então a superstição é: segurar a garrafa com a cruz
Ankh no centro da palma da mão e a boa sorte certamente virá.
O
que pude perceber:
Cor
âmbar escuro devido ao caramelo, honestamente informado no rótulo.
Não é muito encorpado.
Aroma:
a turfa já se mostra presente logo que se abre a garrafa. No copo é
a primeira coisa que se mostra, mas não é muito acentuada. Senti um
aroma um pouco azedo, associei ao gengibre, um pouco cítrico, junto
com cereais e malte. É um pouco terroso, com aquele cheiro de terra
molhada. Aromas de especiarias misturam-se com nozes e mel. A
água evidencia um pouco mais os aromas de cereais. Evidencia também
o terroso, a terra molhada. Apareceu ainda, uma nota de café, que
antes não havia percebido. O mel também continua.
Paladar:
cereais, mel e um pouquinho de álcool. Também um toque de canela e
um apimentado. Dá para notar amêndoas salgadas dando um pouco de salinidade. Finaliza
com a fumaça, bem sutil. Com água, confirmou o que foi sentido no
aroma, evidenciando o malte e notas salgadas, e novamente
finalizando com a fumaça sutil.
Este
é um whisky produzido com maltes de diferentes idades e estilos da
destilaria Jura. Eles deram ênfase na construção de um whisky
apimentado, com um pouco de gengibre, e levemente turfado. E
conseguiram o intento. Sempre falo que em todas as degustações que
fiz, a água sempre mascarou um pouco a fumaça. Com o Superstition
foi diferente, ela manteve-se, inalterada. Sua característica também
é a de trazer no aroma e no sabor justamente a questão apimentada,
de especiarias, finalizando com a fumaça característica da turfa,
porém, de uma forma delicada. Também os 43% de teor alcoólico
contribuem sobremaneira para o caráter do whisky, de forma que o
álcool não é pronunciado.
Mas
confesso que estava esperando algo ainda mais enfumaçado, mais ao estilo
do Highland Park 12 Anos. A turfa aqui é bem mais sutil, bem
mais no aroma do que no sabor, onde somente é sentida no final.
Ainda assim, é um bom whisky para quem quer começar a se aventurar
no mundo da turfa. E sim, ia esquecendo, seguro a garrafa todos os
dias. Vai que...
Jura
Supesrtition
Single
Malt: Ilhas, Teor Alc 43%
Uma
mistura do Jura, jovem e altamente turfoso, com um whisky mais
envelhecido, que resultou em um malte bastante defumado e de textura
uniforme.