Um
whisky que vem sendo cada vez mais valorizado fora de seus domínios.
A
destilaria Balvenie recebe seu nome do Castelo de Balvenie, onde foi
construída em 1892 pela família Grant, que já havia fundado a
Glenfiddich em 1886. É extremamente incomum uma destilaria ter o
mesmo dono durante sua história, mas tanto Glenfiddich quanto
Balvenie fizeram isso, na localização original, e são vizinhas.
Uma faz o malte mais vendido, a outra é o máximo do luxo, mas as
duas foram erguidas em condições precárias, com alambiques de
segunda mão. O de Balvenie é mais bulboso, vindos da Lagavulin,
característica que contribui para a personalidade única do whisky.
A
Balvenie foi construída porque a demanda estava ultrapassando a
quantidade fornecida pela Glenfiddich. Também permitiu à família
Grant assegurar os direitos da água ao local e proporcionou mais uma
variação para os blends da empresa.
A
destilaria também mantém a maltagem tradicional, usando cevada da
fazenda da família, que corresponde a 10% da produção total. As
maltagens têm uma única chaminé pagode e os fornos ainda são
alimentados com carvão e turfa, deixando com isso seu malte
levemente turfoso. A destilaria também dispõe de seus próprios
tanoeiros para a manutenção dos tonéis e um caldereiro para cuidar
dos alambiques.
Um
assunto recorrente nos últimos anos tem sido a escolha entre
finalizar o whisky ou fazê-lo passar por uma segunda maturação em
outro barril. Às vezes o whisky tem que ser transferido de um tonel
para outro porque o original sofreu um vazamento,
processo conhecido como reacomodação. Nesses casos, o segundo
barril teria características tão próximas das do primeiro quanto
possível.
Aconteceu
que, em 1982, David Stewart, o destilador mestre da William Grant,
reacomodou The Balvenie em um casco de xerez, mas isso não foi
exposto no rótulo. Em 1993, porém, David lançou The Balvenie
DoubleWood, que é maturado em barris tradicionais de carvalho e
xerez, e em seguida (1995) The Balvenie PortWood foi lançado.
Embora
esteja fisicamente à sombra da Glenffidich, a Balvenie não é
pequena: pode produzir 5,6 milhões de litros por ano e conta com uma
excelente linha de single malts. As edições regulares de The
Balvenie são Founder's Reserve 10 Anos, DoubleWood 12 Anos e
PortWood 21 Anos, mas há outras garrafas especiais lançadas
ocasionalmente.
O
que pude perceber:
Cor
âmbar escuro de médio corpo.
Aroma: Seu aroma é impressionante. A primeira coisa que se nota é o aroma pronunciado do sherry. Também
percebe-se que é um whisky seco. Depois vem um frutado e um
amadeirado suave. No geral o aroma é bem suave, macio. O álcool,
para falar bem a verdade, quase não é notado. Sente-se também um
pouco de especiarias misturada com um aroma doce, de mel ou algo próximo de açúcar mascavo. Possui também um fundo bem
suave de baunilha. Acrescentando um pouco de água achei que, ao
invés de liberar os aromas, estes se esconderam, e o que ficou
predominando foi o sherry. Em nenhum momento o álcool se mostrou proeminente.
Paladar:
começa seco, doce, com um indício de baunilha, e então o álcool
se pronuncia um pouco. O final é de especiarias e sente-se mais a
influência do sherry. Ele começa suave mas finaliza forte. No meio
deste caminho, dá para sentir um pouco de frutado e também canela.
Com a água, notei que a baunilha, que antes era sentida no início,
sumiu, e as especiarias tomaram conta. O final continua longo, quente
e, agora, bem picante.
Um
excelente whisky. Bastante complexo, com várias nuances de aromas e
sabores. Maturado primeiramente em barris ex-bourbon e depois
transferido para barris ex-sherry, dando maior complexidade e caráter
ao whisky. Seu teor alcoólico de 43% não é sentido no aroma mas é
percebido um pouco no paladar. Não é algo que chega a incomodar.
Tentei
experimentá-lo harmonizando com chocolate meio-amargo como vários
leitores recomendaram. Acho que o chocolate não é para o meu
paladar. Na minha opinião o chocolate mascarou o sabor do whisky de
modo que, definitivamente, não adotarei este hábito. Para
este whisky, particularmente, o chocolate realçou bem mais o álcool,
principalmente na finalização. No geral, sem dúvida, o sherry dá
uma nota distintiva no sabor deste whisky. Tentarei manter sempre uma garrafa à disposição.
The
Balvenie DoubleWood 12 Anos
Single
Malt: Speyside Teor Alc 43%
Depois
de passar uma década em carvalhos americanos, de primeiro e segundo
uso, o DoubleWood permanece por mais dois anos em barris que antes
armazenaram xerez oloroso doce para obter um leve caráter de nozes,
de alimentos em conserva e macio.
Esse whisky é sensacional! Cheio de sabor e muito complexo! Tanto que minha primeira garrafa acabou e eu não consegui ficar sem. Tive que comprá-lo pela segunda vez! E obtive um benefício: a primeira garrafa tinha ABV de 40% e a atual veio com 43%, aumentando ainda mais a complexidade do Balvenie Doublewood.
ResponderExcluirÉ isto mesmo Cesar, as edições antigas eram 40% e as atuais possuem 43% ABV, ou seja, o que já era bom ficou ainda melhor.
ExcluirBoa noite. Tenho um whisky BALVENIE de 10 anos. Peça de família. Coisa de colecionadores. Gostaria de saber quanto vale. Grato. Terias um e-mail para eu lhe mandar uma foto?
ResponderExcluirRicardo, pode enviar para michel.edu.hansen@gmail.com. Espero poder ajudá-lo. Abraço.
ExcluirO Google devera apresentar conteúdos de pesquisas de acordo com o que queremos (de acordo com as pesquisas).Com isso melhoraria o entretenimento e a complexidade.
ResponderExcluirolá teresa, confesso que achei um pouco confusa a sua colocação. Poderia esclarecer? Um abraço.
ExcluirTomei uma vez há 40 anos e nunca mais esqueci o seu sabor e o seu nome. Espero reencontrá-lo em breve.
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