Whisky

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segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Desvendando Nº 88: Wild Turkey 101



Wild Turkey é uma marca de Bourbon destilado e engarrafado pela divisão Austin Nichols do Grupo Campari. A destilaria está localizada perto de Lawrenceburg, Kentucky. Oferece passeios e faz parte do American Whiskey trail e do Kentucky Bourbon Trail.

Os irmãos Ripy construíram uma destilaria em Tyrone, Kentucky perto de Lawrenceburg em 1869, consolidaram-na em 1905 e retomaram a destilação após a Lei Seca. A destilaria foi comprada em 1952 pelos irmãos Gould. Por sua vez foi comprada pela Pernod Ricard em 1980. Em 8 de abril de 2009, o Grupo Campari anunciou a aquisição da marca e da destilaria da Pernod Ricard.


A marca Wild Turkey foi criada em 1940, quando o presidente da Austin Nichol, Thomas McCarthy, escolheu alguns dos bourbons puros, com 101 proof, dos armazéns da empresa para levar em uma caçada ao peru selvagem (wild turkey). No ano seguinte, seus amigos lhe pediram "um pouco daquele whiskey peru selvagem", e uma marca nasceu.

O rótulo de Wild Turkey carrega uma ilustração vividamente impressa de seu homônimo. Nos EUA, cinco variedades de bourbon geralmente estão disponíveis: 81 proof, 101 proof, Kentucky Spirit, Russell Reserve, e Rare Breed.

O Wild Turkey usa uma porcentagem menor de milho que os outros bourbons do kentucky, com maiores quantidades de centeio e malte para chegar a um whiskey mais encorpado e, em geral, de maior sabor. A receita do mosto e a linhagem de levedura são as mesmas para toda a série Wild Turkey.


A destilação é realizada a um teor relativamente baixo (56 a 57,5%) porque Jimmy Russel compara fazer um grande whiskey a preparar uma boa sopa: se cozinhar por mais tempo a uma temperatura mais baixa, retém melhor os sabores.

Uma influência adicional ao caráter do destilado maturado resulta da colocação do white dog (o new make, destilado claro) em barris fortemente crestados. A crestação pesada contribui significativamente para o sabor assinatura do Wild Turkey.

Hoje o Wild Turkey é destilado sob os olhos atentos do lendário mestre destilador Jimmy Russell e de seu filho Eddie (o primeiro é a quarta geração dos Russell a trabalhar na destilaria e tem 25 anos de experiência).


O que pude perceber:
Características: âmbar escuro, encorpado.
Aroma: apesar de 50,5% ABV, o álcool não é perceptível, desde que o copo não seja agitado. O que predomina é madeira, caramelo, mentolado, baunilha sutil, adocicado. Não há o aroma de milho característico dos bourbons de menor qualidade, o que, a meu ver, só isso já eleva o nível deste whiskey. Maçã, rapadura, bala toffee. Um pouco de condimentos no fundo, um certo toque de especiarias. A adição de um pouco de água o deixou um pouco mais doce, evidenciando a baunilha e o caramelo. O mentolado permanece presente, assim como o frutado. Balas toffee e um certo chamuscado agora são bem evidentes.
Paladar: madeira, caramelo, baunilha, especiarias e menta. Então uma picância vai tomando conta e deixando uma ardência na boca. Nota-se também o amargo do centeio em detrimento do sabor do milho. A finalização é longa, seca e quente, deixando uma sensação frutada. A adição de um pouco de água deixa o whiskey mais macio ao paladar, baunilha e chocolate bem presentes, fica menos agressivo no que tange a picância, mas finaliza da mesma forma, seca quente e com notas de especiarias. A dormência na boca diminui, embora realce a presença do centeio.

Whiskey sem aroma nem gosto de milho e que com seus 50,5% ABV não se mostrou nem um pouco agressivo no quesito álcool. Quanto aos condimentos, é bastante apimentado. Possui uma proporção maior de centeio em sua composição, o que deixa o bourbon menos doce e com estas notas de especiarias. Segundo informações no próprio rótulo, é envelhecido entre 6 a 8 anos em barris de carvalho americano altamente tostados, o que lhe confere a sua cor mais escura e as notas amadeiradas e tostadas.

Apesar do teor alcoólico elevado, é fácil de beber e o álcool não se mostra perceptível. Para mim, precisa somente driblar um pouquinho a sua picância, que achei um pouco elevada, principalmente na finalização. Mas nada que umas gotas de água não resolvam.




Wild Turkey 101 Proof

Bourbon: Teor Alc 50,5%

Jimmy Russel insiste que 50,5% (101 proof) é o teor ideal para engarrafar o Wild Turkey. Essa expressão tem aroma macio, porém suntuoso para um whiskey com teor alcoólico tão alto. Isso se deve em parte aos seus oito anos de maturação. Caramelo, baunilha, frutas macias e um toque picante no olfato. Encorpado, robusto na boca, com baunilha, fruta fresca e tempero, além de açúcar mascavo e mel. Notas de carvalho se desenvolvem no longo final, que ainda é suave.

Um comentário:

  1. Um bourbon espetacular. Ótimo custo benefício! Recomendo a todos que procuram sabor e satisfação.

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