Whisky

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quarta-feira, 21 de maio de 2014

Desvendando Nº 2: Hankey Bannister Regency 12 anos

Hankey Bannister chegou a pouco no mercado brasileiro e comprei, logo de cara, duas garrafas para experimentar, a versão standard “Original” e a versão premium “Regency 12 anos”. Hoje vou falar sobre o Regency e numa outra oportunidade, falarei sobre o Original. Mas, antes, um pouco de história.

Hankey Bannister é um blended scotch whisky produzido pela Inver House Distillers. Hankey Bannister & Co. foi criada em 1757 e traz, em sua história, admiradores e personalidades mundialmente conhecidas que se tornaram ícones apreciadores deste whisky, tais como o Primeiro-Ministro Britânico Sir Winston Churchill, os Duques de Norfolk e Queensberry, dentre outros da Realeza Britânica. Por isso este slogan ganhou o mundo:"Take a sip of Hankey Bannister and you'll be in good company". (Saboreie um Hankey Bannister e estará em boa companhia.)

O Hankey Bannister nasceu de duas grandes cabeças, com uma única ambição. Estamos falando dos Ingleses Mr. Hankey e Mr. Bannister, que juntos criaram a marca, sempre com o foco num consumidor mais exigente ao paladar. Seu desejo era o de simplesmente criar o melhor Scotch whisky.

Mr Hankey era um homem dedicado em busca do prazer. Com seus próprios contatos aristocráticos, estava ciente dos padrões elevados de qualidade esperados pelas senhoras e cavalheiros na escolha de destilados. Quando chegou o momento de gerenciar o lado prático do negócio, teve a sorte de encontrar um tal Sr. Hugh Bannister, um homem com tino comercial perspicaz, aliado a uma natureza diligente e muita experiência.

E foi assim que partiram em busca de uma única meta: fornecer os melhores vinhos e destilados à sociedade de Londres.

Bons tempos

A Hankey Bannister & Co. logo ficou famosa em Londres, e sua reputação espalhou-se pelo mundo na década de 1800.

Um pouquinho de sorte também ajudou. Quando Hankey Bannister foi desenvolvido, tudo que vinha da Escócia estava começando a virar moda, com a Rainha Victoria encantada com os primos do norte da Grã-Bretanha e estabelecendo a tendência do tecido xadrez e do whisky.

Outra grande vantagem foi a liberação da produção de whisky pela Lei do Imposto sobre o Consumo, em 1823. As restrições sobre a produção foram eliminadas e os impostos, reduzidos. Isso representou o fim da destilação ilegal e contrabando e definiu a base da indústria de whisky atual. Enquanto a indústria do whisky se expandia, a Hankey Bannister também prosperava.

Outro evento fortuito foi a redução da disponibilidade do Porto da França, que sempre fora a bebida favorita nos círculos da alta sociedade. Quando o whisky passou a ser o destilado da preferência deles, o Hankey Bannister já estava se estabelecendo como o blend aromático de alta qualidade preferido.

Legado

Hoje, o blend leve, suave e perfeitamente equilibrado da Hankey Bannister permanece uma opção popular para os exigentes consumidores de whisky em todo o mundo. Este blend continuou a agradar os paladares da realeza ao longo das gerações e recebeu uma Garantia Real no reinado de George V.

No século XX, a Hankey Bannister tornou-se o favorito inabalável do Primeiro-Ministro da época da guerra, Sir Winston Churchill, e da escritora britânica, Evelyn Waugh. Desde então, continuou a encantar um número cada vez maior de consumidores com seu blend de alta qualidade e fácil de beber, preparado com Scotch whiskies destilados em algumas das melhores destilarias da Escócia, entre elas Balblair, Knockdhu, Balmenach, Pulteney e Speyburn.

Processo

O lema da família Bannister é: “se vale a pena fazer alguma coisa, vale a pena fazê-la corretamente”. Por isso, quando Hankey e Bannister se propuseram a criar um whisky de alta qualidade que pudesse ser desfrutado universalmente, decidiram ir pessoalmente à Escócia para obter os ingredientes perfeitos. Escolheram apenas os melhores whiskies com malte Highland e grãos Lowland, para criar uma mistura à qual se orgulhariam de imprimir seus nomes.

Por meio da seleção e preparo cuidadosos, finalmente desenvolveram esse blend suave, leve e perfeitamente equilibrado que sabiam que certamente agradaria a todos. Além disso, criaram algo diferente, um novo sabor, especialmente para a clientela exigente.

Prêmios recentes

O whisky escocês "blended" Hankey Bannister agrada ao paladar da realeza britânica há muitas gerações e recebeu o distinto Selo Real britânico do rei George V. Arrematou 28 medalhas e prêmios nos últimos anos.

Hankey Bannister Regency 12 Year Old

2012 International Spirits Challenge – Prata
2012 International Wine and Spirits Competition - 
Bronze
2011 International Wine and Spirits Competition - Prata
2010 International Wine and Spirits Competition – 
Bronze
2010 International Spirits Challenge – 
Bronze
2007 International Wine and Spirits Competition – Prata

O que pude perceber:
Aroma: na primeira vez que experimentei, senti um pouco de defumado, apimentado, suave. Quando se adiciona água, o aroma fica mais agradável, ainda mais suave e percebi um pouco de amendoim. Quando experimentei após adicionar uma pedra de gelo, a primeira coisa que veio à mente foi um leve aroma de farinha de trigo.
Sabor: Senti um pouco do sabor de caramelo e um pouco do apimentado. Há uma sensação de formigamento na língua. É um pouco seco. Não desce tão redondo quanto outros blends da mesma faixa etária. Quando se adiciona água, a sensação de formigamento continua, porém fica mais suave, mais saboroso. Não agride tanto quanto ele puro. O gosto permanece por um bom tempo. Acrescentando uma pedra de gelo, some o formigamento, mas aí achei que o whisky perdeu a identidade, ficou mais macio, demais até, e o final ficou muito curto.

Na minha opinião, para o meu paladar, o jeito certo de beber este whisky é puro com um pouco de água. É um whisky que já está aparecendo nos grandes supermercados e em lojas virtuais girando na casa dos R$ 110,00. É um preço relativamente caro, se levar em consideração que está um nível abaixo daqueles mais conhecidos, como Chivas, Ballantines e Black Label, todos da mesma idade, claro que dentro da minha percepção. Por sorte, comprei o meu em promoção num atacadista da região por R$ 67,00.


Hankey Bannister Regency 12 anos

Aroma: levemente doce, com toque de baunilha e carvalho

Cor: Âmbar dourado, com nuances avermelhadas

Sabor: Encorpado médio, bem equilibrado, com baunilha doce suave e final levemente defumado





Saúde.



Fontes: Wikipedia, hankeybannister.com

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Regiões do whisky escocês

Ainda que outros países tenham alguma tradição no whisky, a Escócia é sem dúvida o país que vive mais intensamente a bebida, além de ser seu principal produtor mundial e exportador. Uma das principais razões que faz o scotch whisky tão famoso é a geografia da Escócia, com um clima, relevo, solos e fontes de água perfeitas para a sua produção.
O país possui várias regiões produtoras, cada uma com a sua característica e, por isso, capaz de produzir um sabor diferente. Entre elas, as mais conhecidas são Lowlands, Campbeltown, Islay, Highlands e Speyside. Ainda que a maioria considere apenas estas cinco regiões, há também quem inclua uma sexta, um conjunto de ilhas conhecido como Islands. Conheça um pouco mais sobre elas:

Lowlands

Nas terras baixas e de característica plana ao sul da Escócia é onde se produzem os single malts mais leves e suaves. De sabor adocicado, agrada inclusive ao paladar feminino. Existiam várias destilarias de Single Malt Whiskies em funcionamento nas Lowlands no século XIX, mas apenas 5 estão em operação atualmente: Ailsa Bay, Auchentoshan, Bladnoch, Daftmill e Glenkinchie. Com pouco ou nenhum uso de peat na secagem da cevada maltada, os maltes das Lowlands tendem a ser leves, delicados, suaves, pouco encorpados, florais e com sabores de cereais.

Características do whisky: delicado – leve – doce 


Campbeltown

A cidade de Campbeltown fica em uma península na costa oeste escocesa, próxima das ilhas de Jura e de Islay, e já teve mais de 30 destilarias no século XIX, quando foi considerada a capital mundial do whisky. A produção, porém, declinou com a grande depressão da década de 30 e a Lei Seca Americana e, hoje, Campbelton abriga apenas 3 destilarias em operação: Glen Gyle, Glen Scotia e Springbank. Por estarem próximas do mar, as turfas dessa região recebem muita influência do fenol e iodo provenientes das brisas marinhas. 

Características do whisky: um pouco oleoso e ligeiramente enfumaçado, é forte e encorpado, mas de sabor generoso e atraente. 


Islay

É uma bonita ilha da costa oeste da Escócia, que produz um whisky com estilo e personalidade diferenciados. Ao provar o whisky de Islay – pronuncia-se “Aila” – , não existe meio-termo: ou se detesta ou se apaixona por ele. Todo legítimo blended whisky escocês possui em sua composição algum single malt proveniente da Ilha. A Ilha de Islay possui cinco mil habitantes e oito destilarias. Dá uma média de uma destilaria para 625 pessoas. O Malt Whisky em Islay possui características excepcionais e é facilmente identificável. O aroma defumado torna-o seco e tão forte que muitos apreciadores afirmam que sentem o sabor de iodo das algas marinhas. É a única ilha da Escócia que se orgulha de produzir um tipo de whisky que leva seu nome. Seus whiskys são conhecidos simplesmente por Islay Single Malt. 

Características do whisky:salgado – defumado – medicinal 


Highlands

O whisky das terras altas, parte montanhosa e de florestas densas ao norte da Escócia, é o mais reverenciado e conhecido em todo o mundo. É a maior região produtora de whisky escocês e onde se mistura e engarrafa. Romântico, suave, frutado, admirável e glorioso. Essas são algumas das expressões dos especialistas em relação ao whisky produzido nas Highlands. Muitas destilarias exibem em seus rótulos a classificação “Highland Malt Whisky”. Isso serve para reforçar a excelência de um produto fabricado nessas terras abençoadas pela natureza. Porém, é difícil atribuir características peculiares aos maltes das Highlands. Eles variam desde os mais enfumaçados, salgados e marinhos, vindos das destilarias da costa oeste escocesa próximas ao mar até os mais frutados e adocicados, das destilarias mais próximas a Speyside.

Características do whisky: frutado – temperado – aromático


Speyside

Também localizada nas terras altas a nordeste da Escócia, é considerada uma sub-região das Highlands. Quando, porém, o assunto é Scotch Whisky, Speyside tem de ser considerada um capítulo à parte, como o coração da produção de whisky na Escócia, abrigando destilarias ícones da indústria, como Balvenie, cardhu (casa do blended Johnnie Walker), Glenfiddich, Glenfarclas, Glenlivet, Macallan e Strathisla (casa do blended Chivas). O nome Speyside vem do rio Rio Spey, que corta a região, mas curiosamente nenhuma destilaria usa suas águas no processo de produção de whisky. Abriga enorme quantidade de destilarias (50% das destilarias da Escócia concentram-se nesta região) ao redor de quatro principais cidades: Rothes, Dufftown, Elglin e Keith. Seus maltes se caracterizam pelo caráter delicado, elegante e frutado de maçã, pera, figo e sabores de frutas secas, panetone, nozes e castanhas, vindos principalmente dos barris de vinho Jerez usados na maturação de boa parte dos maltes da região. A área também é rica em Heather, uma das flores principais da composição do whisky, que confere à bebida tons florais e frutados.


Características do Whisky: perfumado – frutado – floral. 


Islands
Engloba as ilhas de Arran, Jura, Mull e Skye, na costa oeste escocesa, e a ilha de Orkney, no extremo norte da Escócia. São ao todo 6 destilarias, Arran na Ilha de Arran, Jura na Ilha de Jura, Tobermory na Ilha de Mull, Talisker na Ilha de Skye, Highland Park e Scapa na Ilha de Orkney.

Características do Whisky: Os maltes produzidos nessas ilhas são diversos, sendo difícil de enquadrá-los em uma mesma região, talvez por isso não seja considerada pela maioria como uma região específica. Entretanto, normalmente são maltes ligeiramente enfumaçados, oleosos e encorpados, com sabores salgados e marinhos, de iodo e de carnes defumadas. 




Fontes: revistamensch, chivasblog, cladowhisky, singlemaltbrasil

Desvendando Nº 1: VAT 69

Hoje farei a apresentação do primeiro whisky aqui no blog. Não foi o primeiro whisky que adquiri, irei falar dele porque era o que estava aberto em minha prateleira e também porque é um whisky bem conhecido dos brasileiros, com muita história. Eu, por exemplo, lembro quando era garoto que meu pai possuía sempre uma garrafa deste whisky em casa, e até hoje a garrafa permanece a mesma, inalterada. Era, inclusive, o Scotch preferido do poeta Vinícius de Moraes, autor da frase que abre este blog.
VAT 69 é um Scotch blended whisky produzido por William Sanderson & Son Limited of South Queensferry, West Lothian, Escócia. Em 1882, William Sanderson preparou cem barris de uísque blended e contratou uma equipe de peritos para prová-los. O lote do barril com o número 69 foi considerado o melhor, originando então, o nome do whisky.
História
William Sanderson nasceu em Leith, Escócia, em 1839. Começou como estagiário de um produtor de vinho e licores quando tinha ainda a idade de 13 anos. Em 1863, já era dono de seu próprio negócio e produzia licores e misturas de whisky. Em 1880, seu filho William Mark juntou-se ao negócio. William Mark convenceu o pai a engarrafar várias misturas de whisky.
O típico VAT 69 e sua garrafa tradicional foram introduzidos no mercado e não foram alterados em mais de cem anos. Em 1884, Sanderson comprou a Glengarioch Distillery que ficava situada no meio de um campo de cevada. A destilaria foi comprada para garantir a entrega de whisky de grãos. Sanderson teve o cuidado para que houvesse sempre novos produtos a serem misturados, porque a DCL, que era uma sociedade forte na época, controlava uma grande quantidade da produção, tanto que poderia influenciar a oferta da empresa, tornando a concorrência muito sensível. Mais tarde, Sanderson, juntamente com Usher e Bell, fundou uma companhia para produzir whisky de grão, que ainda existe hoje como "North British Distillery”. Sanderson obtinha alguns whiskys de malte que ele precisava para misturar seu VAT 69 de um amigo, John Begg, que possuía o "Real Lochnagar Distillery". Quando Begg morreu, Sanderson tornou-se diretor da Destilaria de Begg. Em 1933, a empresa de Sanderson fundiu-se com a Booth’s Distillery, que se fundiu novamente com a DCL Group em 1935.

Blend

Apesar do nome, o VAT 69 não é um malte vatted (mistura de vários single malts), mas uma mistura de cerca de 40 grãos de malte e whiskies. Os diferentes maltes são misturados um com o outro na fase de maturação e otimizada para garantir a melhor combinação. Isto significa que um malte leve de oito anos, tendo atingido o seu ápice de amadurecimento e proveniente das Lowlands acrescenta o mesmo resultado para a mistura como um malte de turfa 18 anos amadurecido de Islay. Portanto o Vat 69 não carrega nenhuma declaração de idade.
Em seu auge, o VAT 69 foi o 10º whisky mais vendido do mundo. Hoje, sua proprietária, a Diageo, dá prioridade aos whiskies Johnnie Walker e J&B, e não deve ser irracional sugerir que, apesar de exportar mais de 1 milhão de unidades por ano, os dias de glória do VAT 69 ficaram para trás.

Curiosidade

Vat 69 era o whisky favorito do Capitão Lewis Nixon no livro e minissérie Band of Brothers. Antes do Dia D, para evitar que sua bebida fosse confiscada, ele usou o baú de seu amigo Richard Winters para armazenar seu estoque. Durante o curso da guerra, Nixon se tornou um alcoólatra e realizava um grande esforço para obter seu Vat 69. No episódio 9, "Why we fight”, ele é visto tomando várias doses de uma garrafa de Vat 69 e contava com os soldados da Companhia para ajuda-lo a encontrar mais.
Fiz a degustação para apresentar a vocês. Quero deixar claro que não sou expert no assunto, apenas mais um curioso que aprecia a bebida e gosta de brincar de degustação. As notas oficiais são estas:
Cor: âmbar
Aroma: doce, notas de caramelo, grãos de cereais.
Sabor: manteiga derretida, ervas e um toque de amargura que lhe dá o sabor característico.
Final: longo e doce.
O que pude perceber:
Aroma: na primeira vez que se experimenta, o primeiro cheiro que vem é o de álcool puro. Nas próximas vezes, passado o impacto inicial, é possível perceber que o whisky é doce, lembrando um pouco de baunilha. Quando se adiciona água, o aroma fica ainda mais doce.
Sabor: como foi dito no post anterior, whisky tem de ter gosto de whisky. E este tem, e muito. É forte, encorpado, amargo até. Quando se experimenta a primeira vez, a língua fica adormecida pelo álcool. Tem sabor de cereais. Quando se adiciona água, atenua-se o sabor do álcool. Acrescentando uma pedra de gelo, atenua um pouco mais o sabor do álcool e acentua o sabor de cereais. O final é longo, ou seja, o gosto permanece por um bom tempo.
Não é um whisky que eu indicaria, principalmente para quem estiver iniciando no mundo desta bebida. Quem tiver um primeiro contato com ele vai achar que todo whisky é deste jeito e vai desistir de apreciá-lo. Quando provei da primeira vez falei: nossa, parece que estou bebendo uma aguardente das brabas. Mas assim como todo whisky, é preciso achar o seu ponto certo, aquele que torna mais agradável ao paladar, e o ponto certo deste whisky, na minha opinião é com um pouco de água e uma ou duas pedras de gelo. É um whisky barato, fácil de encontrar, gira na casa dos R$ 40,00. Comprei o meu no Walmart por R$ 34,00. É o preço de uma cachaça.
Saúde.


VAT 69

Blend teor Alc 40%

Um blend padrão, leve e bem equilibrado, com impacto doce e notável de sorvete de baunilha no início e malte agradável ao fundo.



Fontes: wikipedia, o livro do whisky

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Degustação

Como diz o velho ditado: gosto não se discute. Você pode beber seu whisky da maneira que quiser: puro, com água, com gelo, com gelo e água e até, sim, por que não, com energético. É o seu gosto pessoal e seu paladar que determinarão como apreciá-lo. Mas estamos falando em beber o whisky. Já se o assunto for degustar, apreciar tudo o que a bebida oferece, o assunto é outro.

O whisky é uma das bebidas mais versáteis do mundo e para apreciar plenamente os sabores e a complexidade, deve ser acrescentado apenas um pouco de água. O sabor é uma combinação de aroma e gosto e é necessário um copo que apresente o aroma da melhor forma possível. A adição de um pouco de água mineral (a quantidade exatas depende do whisky e de preferências pessoais) agita as moléculas do líquido e tende a intensificar o aroma, que o gelo, por outro lado, suaviza.

Ao degustar um whisky, use um copo limpo para cada dose e tome água entre uma degustação e outra para limpar o palato. Um copo que se estreita até a boca é o ideal para se apreciar um whisky porque concentra os aromas principais.


Observe:

1. Aspecto: Observe a cor do whisky. Faça movimentos circulares para mexer o spirit e note as “lágrimas” que escorrem pelo interior do copo. Se elas descerem devagar e forem espessas, a bebida é encorpada. Se as lágrimas forem finas e deslizarem depressa, sugerem uma textura mais fina.

2. Aroma: Mexa o líquido e cheire. Observe os primeiros efeitos físicos (se houver algum) – formigamento, gosto amargo, aquecimento, resfriamento. Adicione um pouco de água e repita o processo.

3. Paladar: pode-se provar o whisky puro, mas suas características são mais apreciadas depois de se acrescentar um pouco de água à bebida. Observe a textura – uniforme, oleosa, macia, seca, amarga, e assim por diante. Em seguida, note o equilíbrio dos quatro sabores primários: doce, amargo, ácido, salgado. O sabor como um todo faz você lembrar alguma coisa? Quanto tempo dura o final? Ele deixa um gosto agradável na boca?

4. Desenvolvimento: depois de cerca de 10 minutos, cheire e prove o whisky de novo para conferir se houve alguma transformação.

Sabores:
Whisky deve ter aroma e gosto de whisky. Porém, ao apreciarmos a bebida ao máximo, vamos além dessa definição simples: isolamos os aromas e sabores e identificamos o que eles lembram. Conheça alguns dos principais grupos de sabor:

De cereais: este sabor vem do grão.

Frutados: os sabores frescos e frutados se desenvolvem na bebida durante o processo de fermentação e destilação. Sabores de frutas secas e cozidas vêm da madeira na qual o whisky é maturado.

Florais: os malts das terras baixas da Escócia são exemplos perfeitos de whiskies florais. Os sabores combinam bem com os whiskies chamados aperitivos.

Defumados: os maltes turfosos originam os whiskies com os sabores defumados mais acentuados. Um exemplo são os malts de Islay.

Medicinais: o travo medicinal não agrada a todos. Mas as pessoas que apreciam seu paladar gostam muito dele e preferem os malts de Islay.

Amadeirado: o barril interfere em dose dupla. A primeira influência no sabor está nas notas amadeiradas encontradas em alguns produtos. A segunda influência do barril vem na forma de vanilina e tânico presentes na madeira (wood extractive).  A vanilina é particularmente forte no carvalho americano e todos os bourbons têm notas desse sabor. O carvalho europeu é mais rico em tânico, trazendo influências de especiarias e vinho. Alguns dos sabores mais claramente percebidos no whisky – da doce baunilha a fragrantes especiarias como canela, cravo-da-índia e noz-moscada – derivam do casco no qual o spirit foi maturado.

Oleosos: os spirits mais pesados tendem a ter um caráter oleoso. Isso também caracteriza whiskeys irlandeses purê pot still.

Sulfúreos: notas sutis sulfurinas podem ser encontradas em grandes whiskies.

Muitas pessoas gostam de atribuir notas aos seus whiskies. Isso ajuda para quem quiser manter um ranking pessoal de seus preferidos, aqueles que mais chamaram a atenção e aqueles que não voltariam a experimentar. Geralmente atribuem notas em uma escala de 0 a 100: Olfato: 0-25; Paladar: 0-25; Final: 0-25; Conclusão: 0-25.

Chega-se então a uma estrutura que pode ser:
95-100: obras primas.
90-94: excepcionais.
80-89: bons.
70-79: razoáveis.
< 70: ruins.

Pessoal, este era o último tópico que eu queria publicar antes de apresentar os whiskies propriamente dito. Queria antes de tudo, colocar a história, a origem, os tipos, as classificações, para depois poder falar dos whiskies com mais propriedade. Acho que ajuda para quem está conhecendo a bebida e quer começar a se aventurar mais. Para quem já conhece sei que é chover no molhado, mas começa-se assim. Enquanto isso, vamos praticar o post de hoje? Saúde.


Fontes: o livro do whisky, singlemaltbrasil

domingo, 11 de maio de 2014

Os diferentes tipos de whisky

Do whisky escocês ao americano, o que faz dessa bebida sofisticada algo tão popular no mundo todo? Com suas diferenças, que vão da forma de escrever, em inglês whisky ou whiskey, abreviatura de usquebaugh a partir do termo gaélico uisge beatha. No Reino Unido (incluindo Escócia), Canadá e Japão chamada de “whisky”, enquanto que nos EUA e Irlanda é comumente chamado de “whiskey”. Ou até mesmo em português onde se escreve uísque. Seja lá como for chamado ou escrito, o whisky (na forma tradicional de se chamar) é uma bebida alcoólica destilada de grãos, muitas vezes incluindo malte, que foi envelhecido em barris.

De acordo com as regras estabelecidas pela Scotch Whisky Association, Scotch Whisky é definido como o destilado:
1. produzido e envelhecido na Escócia, a partir de água e cevada maltada, ou outros grãos inteiros de cereais, e fermentado unicamente pela adição de fermento;
2. que sai dos destiladores a, no máximo, 94,8% de ABV;
3. envelhecido por no mínimo 3 anos em barris de carvalho com capacidade máxima de 700 litros;
4. ao qual nenhuma substância pode ser adicionada, além de água para diluição ou xarope de caramelo, que serve apenas para homogeneizar a coloração final do produto; e
5. Engarrafado com no mínimo 40% de ABV.

Há vários tipos de whisky e as variações dependem da espécie e proporção de grãos utilizados e dos métodos empregados na fabricação. Cevada, milho, trigo e centeio são os grãos principais. As variações dos métodos que levam a classificações de whisky diferentes incluem o tipo de destilação (em porções ou contínua) e o processo e o tempo de maturação. Grande parte dos whiskies americanos é envelhecida em barris de carvalho virgens, enquanto os escoceses e irlandeses armazenam a bebida em barris usados.

Porém as diferenças não param por aí. Você já deve ter reparado, em se tratando dos rótulos do whisky escocês, existe uma grande variação. Assim como em qualquer outra bebida, o whisky escocês tem suas categorias e para isso nomenclaturas diferentes que foram definidas pela Scotch Whisky Association. São elas: Single Malt Scotch Whisky, Blended Malt Scotch Whisky, Blended Scotch Whisky, Single Grain Scotch Whisky e Blended Grain Scotch Whisky.

Já tinha reparado nisso? Sabe diferenciar uma da outra? Se a resposta foi não, vamos às características de cada uma: 

Single Malt, com registros históricos que datam de 1494, é 100% destilado de cevada maltada em destiladores do tipo alambique (pot stills), em uma única destilaria. É o tipo mais raro e caro de uísque. Existem cerca de 90 destilarias deste tipo em toda a Escócia e cada uma faz um produto diferente.


Já o Blended Malt é feito com uma mistura de dois ou mais whiskies single malt, provenientes de mais de uma destilaria. Até antes dessa nova nomenclatura, eles eram chamados de Vatted Malt Whisky, ou Pure Malt. Até pouco tempo atrás, tínhamos, como exemplo, o Johnnie Walker Green Label, um 15 anos da Diageo, resultante da mistura de single malts, dentre eles, quatro principais: Talisker, Linkwood, Cragganmore e Caol Ila.



Os Single Grain Scotch Whisky são whiskies produzidos de diversos grãos (podendo ou não conter cevada maltada na composição), porém sendo destilado em uma única destilaria. Pode, ainda, ser produzido com 100% de cevada maltada em uma única destilaria, desde que sejam usados destiladores contínuos, e não em alambiques. A grande diferença para os Single Malt está, então, no processo de destilação. Não é tão fácil encontra-los no mercado, já que a maior parte da produção é usada na fabricação de Blended whiskies.

Os Blended Grain Scotch Whisky, são feitos com uma mistura de dois ou mais whiskies single grain, provenientes de mais de uma destilaria. São raros de serem encontrados.

Mas a maioria dos whiskies que se tem no mercado são os Blended Scotch, que na sua composição traz diferentes whiskies de malte e grain whiskies. São compostos de, pelo menos, um Single Malt com ao menos um Single Grain. Normalmente os Blended whiskies são feitos com mais de 40 tipos diferentes de whiskies, na proporção de 40% de whiskies do tipo Single Malt e 60% de whiskies do tipo Single Grain. Os blends de luxo levam mais malte.

Segundo especialistas, o sucesso do whisky no mundo se deve justamente aos Blended Whiskies pois essa mistura com whisky de grãos não maltados dão uma certa leveza à bebida e assim agradando a maioria dos consumidores. Afinal, 92% do whisky vendido no mundo são de blended segundo a Scotch Whisky Association.


Fontes: revistamensch, singlemaltbrasil, o livro do whisky