O nome Dalmore significa “a grande terra
dos prados”. É uma belíssima região da Escócia, com florestas beirando as
montanhas e áreas alagadiças que atraem os mais diversos tipos de pássaros.
Fundada em 1839 por Alexander
Matheson, a destilaria tem a parte de trás voltada para a Ilha Negra, onde uma
das melhores cevadas da Escócia é cultivada. Com um vasto suprimento de grãos,
turfas da região e a água do rio Alness, o local foi bem escolhido.
Membro da companhia comercial
Jardine Matheson, de Hong Kong, Alexander Matheson construiu a Dalmore na área
da fazenda Andross. A área foi escolhida pela proximidade de fontes de água e
pela abundância de cevada Easter Ross.
Margaret Sutherland, que havia
arrendado a produtora, era apenas uma “destiladora casual” por volta de 1850.
Em 1867, a fábrica estava em mal estado de conservação e foi assumida pelos
irmãos Charles, Andrew e Alexander Mackenzie, que pretendiam ampliá-la. A
produção aumentou consideravelmente, passando de cerca de 74 mil litros no
primeiro ano para aproximadamente 200 mil litros em 1894. Nessa época eles
começaram a exportar o whisky para a Austrália e a Nova Zelândia através da
Matheson & Co. Em 1891, os irmãos finalmente compraram a destilaria, com
suas fazendas e seu píer.
A família passou um século
envolvida com a destilaria e seu lema, “Eu brilho, não queimo” foi adotado pela
marca. Há uma história de que em 1263 o clã Mackenzie impediu que o rei
Alexandre III fosse chifrado por um veado. Em agradecimento, o rei concedeu ao
clã o direito de colocar um chifre de veado de 12 pontas no brasão da família,
símbolo de fidelidade, bravura e coragem. Esse é o símbolo oficial da Dalmore.
A fábrica teve que interromper
suas operações durante a Primeira Guerra Mundial, pois a Marinha usou suas
instalações para construir minas terrestres (os barris foram transferidos para
armazéns vizinhos). A produção de whisky foi retomada em 1920 e foi gerenciada
por três gerações da família Mackenzie até 1960, quando a empresa se fundiu com
a Whyte & Mackay Ltd. O blend da White & Mackay é amplamente associado
ao The Dalmore, que é o principal single malt da empresa.
A Dalmore é uma destilaria na
qual o passado foi deixado para trás. Possui 8 alambiques. O alambique de
cerveja é achatado no alto, e seu braço condutor escapa pelo corpo do pote;
enquanto o alambique de espírito é revestido de camisas de resfriamento de
cobre. Fica claro que a pessoa que projetou esses alambiques queria que o
destilado condensasse o mais rapidamente possível; ele queria criar um caráter
mais pesado, e é isso o que a Dalmore faz. É mais do que apenas pesado, no
entanto; é doce e rico, com um aroma que lembra frutas frescas silvestres. A
maior parte do destilado é amadurecido em barris europeus.
A Dalmore esta ganhando
reputação. Por anos, o único engarrafamento da Dalmore feito na destilaria foi
um single malt 12 anos. Mais tarde, um 21 e um 30 anos foram introduzidos,
junto com o Gran Reserva (antes conhecido como Cigar Malt), em 2002. Nesse ano,
também ocorreu a venda em leilão de uma expressão de 62 anos pelo preço recorde
de 25.877 libras .
Muitas edições limitadas passam por um processo de maturação em barris
diferentes, assunto que fascina o mestre de alambiques da White & Mackay,
Richard Paterson.
Premiado e reverenciado, o Master
Distiller, Richard Patterson, é um capítulo a parte. Dedica mais de
40 anos de sua vida a supervisionar todo o processo desse portfólio premiado.
Ele é considerado o melhor nariz da Escócia e é chamado “The Nose”. Seu
trabalho é uma arte e consiste em classificar os aromas dos whiskies,
selecionando somente os melhores. Por conta disso, seu nariz está
avaliado em 2,4 milhões de dólares pela Lloyds.
Hoje a destilaria pertence ao
grupo United Spirits Limited, da UB Group, o conglomerado indiano do
milionário Vijay Mallya e que atua em diversos segmentos: engenharia, aviação,
fertilizantes, biotecnologia, imobiliário e bebidas. Também é proprietária da
escuderia de Formula 1, Force India.
O que pude perceber:
Aroma: forte,
picante, seco. Sente-se um pouco de especiarias. É um whisky bem complexo, vai
mudando à medida que descansa no copo e libera seus aromas. De início, sente-se
a presença marcante do álcool, mais um pouco e ele fica defumado, com um pouco
de canela. Um pouco mais e sente-se chocolate amargo, açúcar mascavo, para
então começar a aparecer as notas cítricas, de frutas cítricas. E então, volta
o álcool e reinicia o ciclo. Com um pouco de água libera um aroma de baunilha e
passas. O álcool some um pouco e as especiarias predominam. Acrescentando uma
pedra de gelo predomina o aroma frutado.
Sabor: bem
encorpado, sente-se uma certa dormência na língua, mas é muito saboroso, apesar
de no início ser um pouco amargo. Mas depois isto vai mudando. Confirma no
paladar a complexidade sentida no aroma, seu gosto vai mudando com o tempo. Seu
final é longo, persistente, com um pouco do gosto de passas. Com água mantém o
mesmo sabor. Com gelo fica bem suave, não agride, some a dormência na boca.
É um whisky maturado em barris de carvalho branco americano
e também de sherry oloroso. No barril de carvalho americano fica descansando
por 9 anos, depois disso, seu conteúdo é dividido: metade do líquido passa a
maturar em barril de bourbon e a outra metade em barril de oloroso, por 3 anos,
até completar os 12 anos de maturação. Esta combinação deixa o whisky
simplesmente fantástico, muito saboroso. O que achei muito interessante também
foi a mudança constante, em ciclos, como mencionado acima. Não tinha percebido
isso nos whiskies até então. É uma bebida excelente, saborosa e muito bem
recomendada. Está na casa dos R$ 200,00 em lojas especializadas e, felizmente,
encontrei o meu por R$ 107,90 no Pão de Açúcar.
THE DALMORE 12 ANOS
Single Malt: Terras Altas
Teor Alc: 40%
O bem estabelecido 12 anos
atingiu o mercado mais requintado com sua embalagem e com seu preço. O whisky
tem um sabor suave de cascas de frutas cristalizadas e calda de baunilha.
Slàinte.
Fontes: o livro do whisky, whisky, whisky de a a y, wikipedia
Não sou grande entendedor mas gosto de um bom uisque e não é pelo preço mas pela qualidade.
ResponderExcluirO Dalmore 12 anos é um dos melhores que já tomei então fico imaginando um 15 ou 18 anos.
Logo, logo vou experimentar um.
O Dalmore é um tanto quanto controverso. Uns gostam bastante, outros torcem o nariz, um pouco pelo seu sabor acentuado de madeira e um pouco adstringente. Eu, particularmente, gosto.
ExcluirBelo texto Michel! Sou um apaixonado pela Dalmore!
ExcluirObrigado Thiago J. T. Pires. Também gosto do Dalmore. Continue acompanhando. Um abraço.
ExcluirDalmor 15 anos é um dos meu preferidos, a dalmor tem destilados pesados por isso a divergencia de opiniões, eu gosto muito
ResponderExcluirEu gosto bastante dos Dalmore também. É um pouco de preconceito com o whisky uma vez que os Macallan são tão ou mais pesados quanto os Dalmore. E ninguém fala deles. Questão de gosto ou percepção de marca? Não sei. O que sei é que a Dalmore produz sim bons whiskies, dentre eles, o seu preferido 15 anos. Continue acompanhando. Um abraço.
ResponderExcluirEsse é o meu Whisky favorito. Gosto do Macallan 18 anos tambem. TOP.
ResponderExcluirTop também. Abraço.
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirTenho um Dalmore 18 anos e posso dizer que o melhor whiskie que já experimentei até agora!!! Virei fã assumido da marca!
ResponderExcluirWhisky excepcional. Há quem ache os whiskies da Dalmore um tanto quanto carregados em madeira, mas particularmente também os acho muito bons. Um abraço e continue acompanhando.
ExcluirMichel, eu quero presentear meu namorado com um bom whisky, ele tem aqui alguns como o Dalmore, o Jura e o Glenfiddich que sei que ele gosta mas queria supreende-lo com algo diferente. Baseado nesses, qual vc me indicaria com bom custo x beneficio? Pode me ajudar? Obrigada.
ResponderExcluirTenho a impressão que já respondi no privado. Se não, peço mil perdões por só responder agora. O Balvenie 12 Anos Double Wood é uma boa pedida. Um abraço.
ExcluirQual mortal que recebe salário de fome neste país que pode ao menos ter vontade de saborear este whisky nem para remédio em conta gotas: só para políticos que ganham no mole....
ResponderExcluirFelizmente há whiskies para todos os bolsos. Um abraço.
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