“Mantenha a cabeça
fria por meio da temperança e os pés quentes com exercício.
Levante-se cedo, durma cedo e, se quiser prosperar, fique de olhos
abertos e boca fechada”.
Este era o lema e guia de
vida de Thomas Parr, lendária figura de inglês folclórico cujo
túmulo encontra-se na abadia de Westminster e que, segundo uma
tradição inverossímil, teria vivido 152 anos, entre 1483 e 1635.
Em 1871, o nome de Old
Parr foi tomado emprestado por dois blenders famosos, os irmãos
Greenlees, para ser usado no whisky da dupla. Agora, sob o comando
dos gigantes industriais da Diageo, a marca continua a fazer sucesso
no Japão, na Venezuela, no México e na Colômbia. No Brasil também
tem seus seguidores que apreciam o estilo distinto da bebida.
Com sua garrafa de
desenho especial, de seção quadrada e vidro marrom, tem por base o
single malt Cragganmore.
O que pude perceber:
Características:
dourado, reflete a cor da sua caixa. Encorpado, bem oleoso.
Aroma: um álcool bem
sutil seguido de um amadeirado. Malte, amêndoas, chocolate amargo.
Um pouco esfumaçado. Um pouco de frutas cítricas também aparece. O
acréscimo de um pouco de água libera os aromas dos whiskies de
grãos, com notas características de cereais crocantes. O álcool
fica suavizado, quase imperceptível. Torna-se mais herbáceo, mais
floral. A fumaça se contraiu bastante.
Paladar: uma profusão de
sabores. Amadeirado, frutado, uma mistura de frutas cítricas com um
pouco de frutas cristalizadas, ameixa, biscoito, malte e um pouco de
fumaça. Aparecem notas de baunilha no fundo e finaliza com uma certa
picância. Amêndoas e chocolate ao leite estão presentes na
finalização. Com um pouco de água se torna outro whisky. Ênfase
mais nos florais, nos cereais, com um toque condimentado e a fumaça
aparecendo somente na finalização. O whisky deixa na boca um certo
gosto de frutas cristalizadas, algo parecido com ameixas secas.
Sempre ouvi em vários
reviews que este é um whisky para se beber com gelo. Não sou muito
adepto da inserção de gelo no whisky mas vamos testar para ver o
que acontece e até mesmo para ter informação para os leitores.
O gelo de cara faz com
que os aromas se contraiam. Por outro lado, deixa o whisky mais
refrescante. Volta o aroma do malte e da madeira. A fumaça não está
presente. Há um fundo dos whiskies de grãos, que aparecem
sutilmente.
No paladar voltam as
frutas cítricas e agora talvez uma maçã ou abacaxi. Um pouco de
ervas também podem ser notadas, ervas verdes, de tempero. Um
defumado muito sutil na finalização.
É um whisky bastante
conceituado e apreciado no nordeste. Aqui no sudeste, nem tanto. No
sul, talvez poucos o conheçam. Na minha opinião, um excelente
blended para a sua categoria, na faixa dos 12 anos e um ótimo custo
benefício para torná-lo o whisky do dia a dia. Dá para encontrá-lo
mais barato que sua concorrência, levando assim muita vantagem. Ele
entrega bastante aroma e sabor a um preço relativamente em conta.
Considerei um whisky
complexo em seu aroma e paladar. Há muita coisa para distinguir
fazendo uma degustação com calma. Dá para brincar bastante com
este whisky, porém achei que a água e o gelo não funcionaram muito
bem para ele. Preferi apreciá-lo puro. Para mim, funciona melhor. A
água e o gelo mascaram muito de seus aromas e sabores.
Tudo bem, no nordeste é
quente, adicione gelo. Em baladas ou festinhas, onde não se está
prestando atenção nas nuances da bebida, adicione gelo. Mas se
quiser apreciá-lo em toda a sua plenitude, tente puro.
Ah, mas este não é um
whisky para ser apreciado, degustado, é um blended. Qualquer whisky
pode ser apreciado. Vai do gosto de cada um. Se há um whisky que
você possua no momento e é o que faz você feliz, não importa qual, aprecie. Com
moderação.
Grand Old Parr 12 Anos
Blend Teor Alc 40%
Malte acentuado, uva
passa e notas de laranja no nariz, com alguma maçã, toques de
frutas secas e talvez turfa. Vigoroso no palato, com sabores de
malte, uva passa, caramelo queimado e açúcar mascavo.