A
história do Justerini & Brooks é um pouco diferente da de
outras dinastias do whisky, pois o protagonista é italiano, e não
escocês. Em 1749, Giacomo Justerini viajou da Itália natal para
Londres atrás de uma cantora de ópera por quem havia se apaixonado.
A jornada foi mal-sucedida do ponto de vista romântico, mas Giacomo,
de uma família de destiladores de licor, ficou em Londres e se uniu
a George Johnson para formar a Justerini and Johnson Wine Merchants.
Em 1779, eles publicaram o primeiro anúncio de scotch de que se tem
registro, no London Morning Post.
Mais
tarde Giacomo voltou para a Itália e george Johnson foi morto por um
cavalo em fuga. A firma seguiu na família de Johnson até 1831,
quando Alfred Brooks, um empresário que havia percebido o potencial
do blended whisky, comprou o negócio e mudou o nome para Justerini &
Brooks.
Junto com
o Johnnie Walker, a marca J & B dá à Diageo a invejável
responsabilidade de possuir os dois blended scotch mais vendidos do
mundo (porém, o 3º colocado, Ballantine's, é o nº 2 em termos de
valor).
O J &
B Rare é o Scotch whisky nº 1 da Europa, nº 2 no mundo e seus
mercados principais são Espanha, França, Portugal e Turquia.
Importantes mercados fora da Europa incluem África do Sul e EUA.
Juntando todos eles, cerca de duas garrafas de J & B são
vendidas a cada segundo.
Os
primeiros donos da empresa começaram comprando, na Escócia,
estoques de whisky envelhecido em meados do século XIX, mas só nos
anos 30 desenvolveram o J & B Rare. Sua cor clara foi idealizada
tendo em mente os EUA, onde ele prosperou depois do fim da Lei Seca.
Durante os 40 anos seguintes, o sucesso continuou inalterado, com as
vendas alcançando 3 milhões de caixas por ano nos anos 70.
A
propriedade passou da United Wine Traders para a IDV, e depois para a
Grand Metropolitan, a United Distillers e, por último, para a atual
maior corporação de whisky, a Diageo. Como tantas outras marcas, as
ligações familiares foram cortadas há bastante tempo, mas a
lembrança distante da dinastia de bebidas hoje extinta ainda
perdura.
Expressões
atuais de J & B incluem J & B Rare, Jet (a marca líder nos
bares da Coréia do Sul), e o 15 Years Old Reserve, vendido somente
na Espanha e em Portugal. Um blend dirigido ao mercado jovem, chamado
J & B -6ºC, que tentava fazer da filtragem a frio uma virtude,
foi recentemente recolhido.
O que
pude perceber:
Cor:
palha claro, médio corpo.
Aroma:
cereal, seco, um pouco de álcool proeminente, leve, suave, cevada
maltada e caramelo. Dá para notar que também é frutado e possui um
toque sutil de fundo esfumaçado, mas muito pouco. Com um pouco de
água fica ainda mais leve, suave e doce. Destacam-se os aromas de
frutas. Aquele toque sutil de fumaça some. Com uma pedra de gelo,
definitivamente os cereais tomam conta, ficando ainda mais leve e seco.
Paladar:
baunilha e malte, seguidos pelos cereais sentidos no aroma. Leve
dormência na boca. Com um pouco de água suas características se
mantém, porém de forma mais suave. A sensação de dormência na
boca some. Com uma pedra de gelo, caramelo, baunilha e cereais. Fica
doce e refrescante. Agora, nada de fumaça.
É um
whisky que lembra muito os whiskeys irlandeses, com a influência dos
cereais secos e doces. A água acentua esta semelhança, com ênfase
nos cereais. Whisky bem comum e simples mas que sempre tive curiosidade em experimentá-lo, devido a ser
bem vendido nos EUA. Assista um filme onde apareça um bar e achará
com facilidade o rótulo amarelo estampando a prateleira.
Minha
expectativa era encontrar um whisky forte, encorpado. Pelo contrário,
encontrei uma bebida bem suave. Para quem gosta deste tipo de whisky,
este é uma boa pedida para beber com gelo, principalmente em dias
quentes. Boa opção também para quem curte os whiskeys irlandeses.
J & B
Rare
Blend Teor Alc 40%
Blend
altamente característico, usa cerca de 42 scotch whiskies de malte e
de grão diferentes. Single malts de Speyside de alta classe como
Knockando, Glen Spey, Auchroisk e Strathmill formam a parte central
do J & B, mas o defumado delicado sugere uma influência de
Islay. Um frutado de maçã e pera, com notas de baunilha e doçura
de mel, é realçado por um fundo moderado de turfa. Um whisky
altamente distinto.
Olá Michel, acho que tenho a mesma sensação que você teve: J&B, um whisky muito conhecido, que existe em todos os bares e restaurantes, e eu nunca o provei. Também ouvi falar que é ruim e muito forte no álcool. Mas já provei o J&B 15 anos e ele me lembrou características de destilarias próximas ao mar, como Old Pulteney 12 e Bunnahabhain 12, só que bem mais leve e mais suave. Quanto ao sabor de Islay, você acertou porque o alemão Horst Luening em seus vídeos diz que no J&B é usado o Caol Ila. Abraços!
ResponderExcluirBoa noite Cesar. Obrigado por seus comentários, enriquece bastante o debate. Eu o achei suave, mas o álcool é perceptível sim, como na maioria dos blends standard, podendo ser driblado com um pouco de água ou gelo. O J&B 15 ainda não tive a oportunidade de experimentá-lo mas, pelas suas descrições, deve ser muito bom. E foi uma grata satisfação descobrir que o Caol Ila faz parte da composição do J&B, pois sem sombra de dúvidas, é um excelente whisky. Um abraço.
ResponderExcluirJEB, Jameson ou Ballantines nesta faixa de preço?
ResponderExcluirDepende do paladar, já que são whiskies diferentes, principalmente o Jameson. O J&B tem uma suavidade em relação aos blends standards em relação ao Ballatines que tem uma pegada um pouco mais forte. Já o Jameson traz um sabor característico de cereais e um whisky mais neutro em virtude de seu processo de fabricação. Para o meu paladar, fico com J&B, Ballantines e Jameson, nesta ordem. Um abraço.
ExcluirVale a pena experimentar o J&B 15 anos. Whisky fantástico. Fazendo uma comparação simplificada com o seu irmão mais novo, o 15 anos tem um corpo longo, não se sente nada do álcool e há uma boa quantidade de madeira. Quem aprecia o J&B Rare certamente se tornará um fã incondicional do J&B 15 anos.
ResponderExcluirNão tive a oportunidade ainda de experimentar o J&B 15 anos, mas depois desta explanação, acabou que fiquei mais curioso ainda. Tentarei encontrá-lo. Obrigado pela dica, um abraço.
ExcluirO 15 anos não vende mais por aqui ne?!
ResponderExcluirInfelizmente não.
ExcluirMeu nome é Daurianny. Tenho bebidas em casa guardadas, não consumimos alcool. Ganhamos ha muito tempo. Quero vender. Vc poderia me auxiliar
ResponderExcluirOlá Dauriane. Mande a lista de suas bebidas para michel.edu.hansen@gmail.com para que eu possa dar uma olhada. Se quiser, poderá colocar o preço que você deseja nelas. No aguardo.
ExcluirOlá, tenho umas garrafas antigas que ganhei com o falecimento da minha avó, uma delas é um J&B RARE, e gostaria de saber se tem alguma forma de saber qual o ano de fabricação, consegue me ajudar?
ResponderExcluirSerá que pelo selo que as garrafas recebiam na entrada do País dá para saber?
Geralmente pelo lote gravado na garrafa ou no fundo do rótulo. O selo também pode indicar um possível ano para a garrafa em questão. Um abraço.
ExcluirNo rótulo dis quantos anos e envelhecido
ResponderExcluirO rótulo deve trazer escrito a idade do whisky. Se não tiver nada, é um whisky sem idade definida. Um abraço.
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