Whisky

Whisky
Mostrando postagens com marcador single grain. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador single grain. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 11 de maio de 2017

Por que o blended é essencial na indústria do whisky?

Todos misturam. Isto não é bem conhecido nem bem entendido, mas na Escócia todos misturam, até mesmo os produtores de single malt. Através da mistura, os maiores whiskies da Escócia são feitos, seja o whisky classificado como single malt, single grain ou um dos três tipos de blended Scotch whisky (não estão incluídos os engarrafamentos single casks, que representam uma quantidade minúscula).

Quando um apreciador de whisky realmente entende o que é misturar um whisky escocês, este conhecimento desbloqueia novos mundos. A razão pela qual todos os whiskies se misturam é que isto fornece ao whiskymaker uma plataforma imensa para a criatividade.

A mistura é como o perfil de sabor de seu whisky favorito é trazido à vida. É como esse whisky é produzido consistentemente ano após ano. A mistura é também o que torna o whisky escocês dinâmico num mercado de bebidas espirituosas em constante mudança, porque a mistura é fundamental para a forma como os novos produtos são formados.


AULA DE HISTÓRIA

Aenas MacDonald, em seu livro Whisky da década de 1930, comenta a consistência que a mistura trouxe para o moderno whiskymaker: "A mistura tornou possível fazer um whisky que se adequasse a diferentes climas e diferentes classes de patronos".

Misturar whiskies de diferentes destilarias tornou-se uma solução criativa para combinar whiskies de malte mais pesados, que na época não se adequavam aos gostos da maioria das pessoas, com whiskies de grão mais leves. Esta combinação de whisky de malte e whisky de grãos é o que hoje chamamos de blended Scotch whisky e representa cerca de 90% da produção de whisky escocês.

O whisky escocês é considerado complicado por muitas pessoas. Existem cinco categorias legalmente definidas:
  • Blended Scotch Whisky: uma combinação de barris de whiskies single malt e whiskies single grain.
  • Blended Malt Scotch Whisky: uma combinação de barris de whiskies single malt de diferentes destilarias.
  • Blended Grain Scotch Whisky: uma combinação de barris de whiskies single grain de diferentes destilarias.
  • Single Grain Scotch Whisky: um whisky de grãos de uma única destilaria, geralmente uma combinação de barris.
  • Single Malt Scotch Whisky: um whisky de malte de uma única destilaria, geralmente uma combinação de barris.
Quase todos os whiskies escoceses, incluindo os single malts, são combinações de barris. Para cada single malt ou single grain produzido, há alguém responsável por misturar os barris para cada engarrafamento para garantir a consistência. Destilarias de whisky escocês usam uma variedade de barris, cada um aromatizando o whisky em sua própria maneira. Para gerenciar a consistência, uma receita é mantida por uma pessoa encarregada de misturar os ingredientes em um determinado produto: as quantidades de whiskies componentes de diferentes tipos de barris, bem como aqueles de diferentes idades. Se é um blended whisky, parte da receita inclui as quantidades de whiskies de diferentes destilarias. Se é um single malt ou um single grain, todos os componentes vêm de apenas uma destilaria.


MIRÍADE DE ESTILOS

O potencial criativo da mistura de whiskies é quase ilimitado. Há mais amplitude de estilo no whisky escocês do que qualquer outro espírito no mundo. Em todas as mais de 100 destilarias escocesas hoje, existem whiskies de grãos que variam em sabor, de limpo e leve a ricamente abaunilhados, e whiskies de malte que executam um vasto espectro de sabores, de frutado e floral a pesado em turfa. Sobreponha tudo isso com a diferença de idade entre os whiskies. Whiskies mais jovens para o caráter da destilaria e whiskies mais velhos para complexidade e profundidade. É esta tremenda variedade de estilo que torna o whisky escocês tão atraente.

O que as cinco categorias não dão é uma indicação do sabor a esperar na garrafa. Pode haver uma variação enorme no sabor entre duas liberações de single malt da mesma destilaria. Além disso, a maturação adicional empresta outro componente complexo ao sabor global. Através da mistura, as destilarias são capazes de criar um vasto universo de estilos em qualquer categoria.

Para criar um whisky, parte-se de uma idéia para o estilo e, possivelmente, uma ocasião para ser bebido. Olha-se para o inventário de whiskies e escolhe-se os barris que se acredita que pode contribuir para o estilo de whisky que se tem em mente. Se a destilaria é de single malt, olha-se no armazém de whiskies de várias idades, envelhecidos em diferentes tipos de barril. Se é uma casa de blending, onde usa-se whiskies de várias destilarias, olha-se através do inventário de barris. Em ambos os casos, tira-se amostras e, ao longo de muitas semanas ou meses, mistura-se pequenas quantidades de protótipos de receitas, uma iteração após outra, para tentar alcançar o estilo que se tem em mente. Mistura-se. Cria-se.

Os componentes da mistura permitem que se produza camadas de sabores, para equilibrar os sabores pesados, para criar complexidade. É como no mundo do vinho. Um vinho tinto de Bordeaux é tipicamente uma combinação de variedades de uva: Cabernet Sauvignon, por sua profundidade de sabor e estrutura tânica; Merlot pelo seu caráter de fruta; e pequenas quantidades de Petit Verdot ou Cabernet Franc para sua fragrância.


Há quem diga "isso é apenas um blended". Mas a mistura é uma plataforma para a criatividade. A imagem do blended tem sido manchada pelo caráter aborrecido de tantos whiskies baratos. Isso é lamentável, mas também há alguns single malts que aborrecem.


Fonte: thewhiskyexchange.com

terça-feira, 14 de junho de 2016

Whisky de grão

Whisky de grão normalmente refere-se a qualquer whisky feito, pelo menos em parte, a partir de grãos que não seja a cevada maltada, tais como whiskies feitos usando milho, trigo, centeio ou a própria cevada, não maltada. Podem também conter, e a maioria leva na mistura de grãos, algum malte de cevada. Whisky feito de 100% de cevada maltada é normalmente chamado whisky de malte em vez de whisky de grão, embora seja a cevada um grão. 


Raramente temos a oportunidade de experimentar single grain whiskies puros porque quase toda a produção é destinada ao blending e poucos engarrafamentos são disponibilizados.

Enquanto o malt whisky deve ser destilado em um alambique, o whisky de grão é normalmente destilado em uma coluna contínua, de forma que resulta em uma maior percentagem de álcool por volume (ABV), mas com um espírito menos saboroso. Devido a esta prática, whisky de grão raramente é engarrafado por si só, na Escócia, onde é utilizado principalmente para a mistura com whisky de malte para a criação de blended whiskies, que representam mais de 90% de todas as vendas de whisky escocês. A leveza comparativa do whisky de grão, mais claro, de sabor mais neutro, faz com que seja usado para suavizar as características muitas vezes duras dos single malts. 

Whiskies de grãos, ocasionalmente sem-idade, são liberados como whisky single grain se feito em uma única destilaria ou blended grain whisky se combinar espíritos de várias destilarias. É importante salientar que single grain não se refere ao uso de um único tipo de grão para fazer o whisky e sim refere-se a ser feito em uma única destilaria.


Porém, fora da Escócia, o uso de alambiques contínuos de coluna e o uso de um mosto que não seja o de cevada, não são tão intimamente associados com a produção de whisky leve, com pouco sabor, devido à destilação a um nível muito elevado de ABV. Por exemplo, a maioria dos whiskeys americanos e whiskys canadenses são à base de grãos, ou seja, quase todos eles são produzidos usando alambiques de coluna. 

Os alambiques de coluna foram inventados por volta de 1820, a maioria deles seguindo os projetos originais de Aeneas Coffey, um inspetor da alfândega irlandesa. Eles são altos e compostos de duas colunas, um retificador e um analisador. Portanto, destilam mais rapidamente e de forma contínua, além de serem relativamente baratos de se operar. Produzem bebidas mais puras que os single malts e que podem ser até mais fortes, até 94% de teor alcoólico. A pureza deste destilado e a tendência a ser mais moderado no sabor e no aroma do que o malte o torna ideal para as misturas que originam os blends.


A produção na escócia funciona da seguinte forma: a cevada é maltada e misturada em água quente dentro de um mashtun com os cereais não maltados, cozidos sob pressão para amaciar o amido e torná-lo solúvel. O resultado é um líquido açucarado, fermentado com levedura para produzir a wash. No alambique contínuo, a wash atravessa duas colunas com pratos de metal. A wash aquecida é bombeada para o topo da primeira coluna ( o analisador), em que encontra o vapor que sobe por ali. Como o álcool entra em ebulição a uma temperatura mais baixa que a água, pode ser extraído em forma de vapor. Então, o álcool é bombeado para a base da segunda coluna (o retificador). A temperatura da coluna é mais alta na base e mais fria no topo. Quanto mais o vapor subir, maior será o conteúdo de álcool. O alambiqueiro pode retirar o whisky de grão formado com o teor desejado de um dos pratos em que o vapor condensa. Álcool praticamente puro é coletado no topo da coluna e a água é descartada na base.


Assim como o whisky de malte, o whisky de grão tem que ser maturado por no mínimo três anos na Escócia para que possa ser legalmente chamado de whisky.

Curiosidade: pode haver whisky de grão feito de 100% de cevada maltada? A resposta é sim, desde que seja destilado em alambiques de coluna, caso contrário, será um single malt.

sexta-feira, 20 de maio de 2016

2º Encontro do Clube do Whisky

Sexta passada, 13 de maio, ocorreu no Rio de Janeiro o segundo encontro do Clube do Whisky, reunião de apaixonados pela bebida e que tem a rede social Facebook como plataforma de notícias.

Michel Ivan Texier Verdugo, Alexandre Tito, José Tiago de Castro, Filipe Vidal e eu
O grupo tem como objetivo a divulgação do whisky e a troca de informação e experiência entre os participantes. O Clube, que foi criado em meados do ano passado, conta já com mais de 800 integrantes espalhados por todo o país, o que propicia a realização de eventos nas mais diversas cidades. Para este segundo encontro, a cidade escolhida foi o Rio de Janeiro. Outros eventos em outras localidades estão sendo estudados pelo grupo.

Na confraternização, realizada na Tabacaria do Ouvidor, além da oportunidade de conhecer os amigos que conhecíamos até então somente através da rede social, pudemos trocar valiosas experiências. E como não poderia ser diferente, oportunidade também para degustar belíssimos exemplares de whisky, entre blendeds e single malts, provar ótimos petiscos, além de desfrutar de um ambiente agradável e propício à degustação.

Haig Club e Moonshine Ole Smoky Harley Davidson
Na ocasião, foram degustados os seguintes whiskies: Haig Club, Moonshine Ole Smoky Harley Davidson, Dalmore Valour, Balvenie Triple Cask 12 Anos e Glenfiddich 18 Anos, todos levados pelos membros do clube. Havia whiskies de diversos tipos para todos os gostos.

Balvenie Triple Cask 12 Anos, Dalmore Valour e Glenfiddich 18 Anos
O evento, além de ter sido um sucesso, foi prestigiado pelo ilustre Michel Ivan Texier Verdugo, da Whisky Malt Chile, Alexandre Tito, conhecedor e colecionador de whiskies e charutos e grande organizador do encontro, Filipe Vidal, do blog Apreciadores de Whisky e José Tiago de Castro, do canal no Youtube, Destilados Brasil.

Como ponto culminante da festa, o dono da Tabacaria do Ouvidor, Sr Leonardo Bindes, nos brindou abrindo whiskies raros de sua coleção pessoal, como o Pinwinnie Royale e o Grant's Royal 12 Anos. Ainda havia uma versão antiga e rara do Johnnie Walker Black Label:

Pinwinnie Royale, JW Black Label e Grant's Royal 12 Anos
Quem tiver interesse em conhecer e participar do grupo, o endereço no Facebook é Clube do Whisky https://www.facebook.com/groups/1697086430526201/?ref=nf_target&fref=nf.


Novos eventos com certeza surgirão e espera-se, cada vez com a adesão de mais pessoas. Parabéns a todos os envolvidos e até a próxima.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

David Beckham lança rótulo de whisky

"Haig Club", feito em parceria com a Diageo e o agente do ex-camisa 7 do Manchester United, é um single grain produzido na mais antiga destilaria de whiskies de grãos da Escócia


Um dos jogadores de futebol - e agora aposentado - mais lucrativos de todos os tempos, David Beckham não para de aumentar o portfólio de negócios a quem empresta, em troca de alguns milhões de dólares, seu nome.

Em parceria com a gigante do setor de bebidas Diageo e seu empresário, o agente Simon Fuller, o ex-jogador lançou no último final de semana, em Edimburgo, na Escócia, sua marca de whisky.


Batizado de "Haig Club" em homenagem à família Haig, cuja herança de produção de destilados data de 400 anos atrás, o novo drinque de Beckham é um "single grain" produzido na mais antiga destilaria de uísques de grãos da Escócia e tem Chris Clark de mestre destileiro. "Acho que fizemos algo muito especial. Para mim foi entender como o whisky é feito e apreciado", diz o ex-camisa 7 do Manchester United.
Segundo a Diageo, o whisky chega primeiro às lojas e restaurantes do Reino Unido, e embarca nas próximas semanas para China, Coreia do Sul, Vietnã, Malásia, Estados Unidos e Cingapura. Ele também estará disponível em free shops ao redor do mundo em breve.

Post relacionado: Beckham sela acordo para promover whisky escocês


Fonte: deles.ig.com.br