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segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Desvendando Nº 96: Bowmore Darkest



Continuando a falar sobre a família Bowmore, mais um excelente exemplar para ser apreciado. Como eu havia colocado no último post, para não ficar repetitivo, coloco novamente aqui os links dos outros reviews da Bowmore para quem se interessar e quiser conhecer mais a história da destilaria.


O que pude perceber:
Características: cor âmbar escuro, encorpado.
Aroma: frutado, ameixas pretas, sherry, especiarias. Fumaça sutil, sobrepujada pelo sherry. Leve salinidade, como brisa de mar. Caráter seco. Um pouco iodado, tom medicinal. Chocolate e caramelo. Traz ainda uma certa doçura. Com um pouco de água evidencia frutas secas, passas, ameixas. O frutado predomina. Assim como fora experimentado sem água, com água não deixa transparecer nada de álcool. Um pouco de madeira e chocolate ao leite.
Paladar: frutado, suculento, adocicado, uma leve especiaria, deixando um ardidinho na boca. Seco, suave, amadeirado. Finaliza de forma longa, com frutas secas, especiarias, além de uma mistura de doce com salgado, de uma forma bem equilibrada. Com um pouco de água permanece o frutado, com frutas escuras. Aparece o iodado novamente, bem medicinal, finalizando de uma forma um pouco picante, com especiarias, só que agora, com média duração.


Whisky excelente para apreciadores de sherry. Muito bem balanceado, traz um frutado característico do sherry em conjunto com dois sabores contrastantes, mas que se completam: uma doçura de caramelo e chocolate, com um salgado de brisa marítima e iodo, medicinal. Resulta num sabor bastante complexo e interessante.

Maturado em barris de sherry de segundo e terceiro uso, razão para o sabor característico de sherry e a coloração mais escura. É o mais escuro dos Bowmore.

Uma bebida para ser apreciada com calma e aproveitar todas as suas nuances. Quem tiver a oportunidade de comprar este exemplar, compre. Está cada vez mais difícil de se encontrar.




Bowmore Darkest

Single Malt Islay: Teor Alc 43%

Sherry, turfa, madeira e iodo compõe a maior parte do nariz. No palato, notas de turfa esfumaçada, uma doçura frutada escura, com caramelo, vermute vermelho doce, salmoura e iodo. No final, uma longa jornada amarga, dura e resinosa de vermute doce, sherry, turfa, madeira e cinzas.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Desvendando Nº 95: Bowmore Surf



Mais um review de um whisky da destilaria Bowmore. Como já falei bastante sobre ela, partiremos diretamente para a análise. Quem quiser saber mais, basta clicar nos links abaixo:


O que pude perceber:
Características: palha claro, médio corpo.
Aroma: fumaça, salinidade, marinho, baunilha, capim-limão, doce, mentolado, carvão vegetal, frutado, ameixas pretas. Nada de álcool é sentido. Se deixar descansar um pouco no copo, aparenta ficar mais sedoso e a fumaça aparece um pouco mais. Com a adição de um pouco de água fica ainda mais suave, diminui um pouco a fumaça, desaparece a salinidade e evidencia um pouco mais o adocicado. Chocolate branco, frutado, abacaxi, maçã, gramíneas secas e continua sem evidência de álcool.
Paladar: amanteigado, frutado, fumaça de turfa, um pouco de cereais, amêndoas, um pequeno toque de especiarias. Finaliza de uma forma longa, quente, com turfa e baunilha. É um pouco seco no palato, de forma que você saliva bastante e pede por mais uma dose. No paladar é um pouco menos salgado e um pouco mais doce do que o sentido no olfato. Com um pouco de água, chocolate, cereais, baunilha e diminui bastante a fumaça. Finaliza de forma um pouco picante, quente, com baunilha e, bem no final, aí sim, a turfa.


Me tornei um fã incondicional da Bowmore. Após experimentar alguns exemplares feitos por esta destilaria posso dizer, sem sombra de dúvidas, que se trata de uma de minhas destilarias favoritas.

A respeito da turfa em seus whiskies, ela foi a responsável por mudar a minha visão sobre este tipo de whisky. Passei a gostar mais dos turfados.

Mas a Bowmore vai além: consegue fazer um whisky turfado onde a turfa não é a protagonista. Dá para perceber claramente outros aromas e sabores que contribuem para dar caráter e complexidade ao whisky.

O Surf é uma versão muito bem feita, muito bem equilibrada, onde suas notas harmonizam muito bem. Tem uma dualidade entre salgado e doce que o deixa bastante interessante. Agradará tanto aqueles que querem partir para um whisky turfado quanto aqueles que já apreciam há tempos este tipo de whisky.

Foi o primeiro whisky que tratei logo de fazer um pequeno estoque porque considerei um excelente custo x benefício e uma bebida para ter sempre na prateleira. Sem idade definida, é encontrado em lojas de Duty Free nos aeroportos ou em lojas na fronteira. 




Bowmore Surf

Single Malt: Islay Teor Alc 43%

Cheio de fumaça quente, carvalho e mel, equilibrado com um toque de limão picante.


sábado, 24 de novembro de 2018

Desvendando Nº 94: Glen Garioch 8 Anos



Glen Garioch é uma das gemas ocultas da Escócia. Ou esquecida. Três séculos de idade e ainda firme, uma conquista e tanto para esta pequena destilaria de Aberdeenshire.

A casa foi fundada por Thomas Simpson em 1798, mas acredita-se que ele já produzisse whisky naquele mesmo lugar desde 1785. Isso a torna a destilaria mais antiga da Escócia. Mas o primeiro engarrafamento como single malt da Glen Garioch ocorreu apenas am 1972. A destilaria sobreviveu por esse longo período graças ao seu prestígio entre os blenders.

Um deles era Williams Sanderson, de Aberdeen, que em 1886 comprou metade da destilaria. Em 1921, seu filho, em parceria com outros investidores, assumiu o controle total dos negócios. Desde então, a Glen Garioch passou por diversas mudanças de proprietários e períodos extensos sem produzir.


Seu nome provèm do Vale do Garioch, o “Celeiro de Aberdeenshire”, onde a melhor cevada escocesa é cultivada e esta é uma das poucas destilarias que ainda faz sua própria maltagem.

Hoje, a destilaria faz parte da Morrison Bowmore, que dá preferência a Bowmore e, mais recentemente, a Auchentoshan. Ela engarrafa a maior parte da produção limitada de single malts da destilaria, com indicações de idade de 8 a 21 anos, maturados em tonéis de carvalho americano de bourbon e tonéis de carvalho europeus de xerez, em armazéns no local.

O emblema na garrafa é um veado das montanhas, visto que rebanhos selvagens habitam em torno dos seis cumes das montanhas próximas.


O que pude perceber:
Características: cor palha claro, médio corpo.
Aroma: malte, cereais, biscoito, baunilha, herbal, palha, seco, chocolate ao leite. Nada de turfa, nada de defumado, um pouco de álcool perceptível. Sem muita complexidade. Um leve frutado de peras ou maçãs maduras. A adição de um pouco de água evidencia o floral e os cereais. Fica um pouco mais maltado também.
Paladar: malte, cereais, madeira, levemente picante, baunilha e chocolate ao leite. Finaliza com mais baunilha e um fundinho floral. Conforme os sentidos vão aguçando, nota-se um leve amargor metalizado, mas nada que prejudique a degustação. Com a água, evidencia um pouco mais o metalizado, a madeira e a baunilha, agora aparecendo um pouco de mel. Continua a sensação de leve picância, algo de especiarias, finalizando de maneira curta, seca, mas novamente floral e com pera madura. Fica uma leve ardência na boca.

Minha concepção é que trata-se de um whisky simples para o dia a dia. Quando se fala em simples, não quer dizer que seja um whisky ruim. Pelo contrário, é um bom whisky. Leve, sem muita presença de álcool. Ideal para chegar do trabalho, servir uma dose e relaxar. Tem um excelente custo x benefício e capacidade de substituir muitos blends 12 anos disponíveis no mercado com certa vantagem. Além disso, é honestíssimo para a sua idade declarada, bem jovem. Presença obrigatória nas prateleiras de quem quer começar a substituir os blends por single malts.




Glen Garioch 8 Anos

Single Malt: Terras Altas Teor Alc 40%

Corpo médio e macio, aroma de folhas e grama. Malt inicial no paladar, amanteigado. Depois nozes, finalizando com gengibre, mel e urze.

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Desvendando N° 93: Aberlour 12 Anos Double Cask Matured



James Fleming, proprietário da Dailuaine, fundou a Aberlour em 1879. Em 1898 um incêndio quase a destruiu, mas Charles Doig, que projetou mais de cem destilarias na Escócia e na Irlanda, ajudou a reconstruí-la.

Após vários processos de vendas, em 1975 a Pernod Ricard finalmente adquiriu a Aberlour, que produz o single malt campeão de vendas na França e disponível mundialmente.

No centro de visitantes da Aberlour, existem dois barris, um ex-xerez e outro ex-bourbon, onde os visitantes podem encher diretamente a sua própria garrafa da forma como escolher.


O que pude perceber:
Características: cor âmbar, médio corpo.
Aroma: malte tostado, amadeirado, caramelo suave, pé-de-moleque, frutado, abacaxi. No fundo, há um frutado de frutas secas e um adocicado se mescla com um leve apimentado. Bastante suave e agradável. Chocolate ao leite. Maçã e noz moscada. Com um pouco de água, cereais, malte, mel, passas, uma certa picância, canela, chocolate ao leite, banana e maçã.
Paladar: frutado, frutas cítricas mescladas com frutas secas, apimentado sutil, caramelo, baunilha, malte tostado. Finaliza com um amadeirado, juntamente com pimenta fraca e de forma seca. Finalização média. Com a adição de um pouco de água, chocolate, madeira, malte, caramelo, baunilha, frutas vermelhas secas, canela, finalizando com um apimentado, de forma seca. Continua com uma finalização média.


Whisky bastante agradável e fácil de beber. Sem evidência de álcool. Um belo casamento de dois barris diferentes, ex-bourbon e ex-sherry. Há uma outra expressão, 100% sherry, que para a maioria que o experimenta, considera extremamente picante. Para quem não está acostumado, ou acha o sherry muito acentuado, o Double Cask traz um balanço ideal entre a picância do sherry e o adocicado do bourbon.

No post do Aberlour 10 anos eu havia mencionado que faltava algo para ele. Acho que esta expressão de 12 anos conseguiu chegar no que faltava. Ficou muito bem equilibrado e sem a evidência de álcool que a versão de 10 anos apresentava. Ficou muito bem feito e no ponto em que nenhuma nota se sobressai sobre outra.


O bourbon tirou a picãncia do sherry e o sherry tirou a doçura do bourbon, dando o ponto de equilíbrio.

Muito fácil de beber e prazeroso, irá agradar tanto iniciantes quanto apreciadores veteranos no mundo dos single malts.




Aberlour 12 Anos Double Cask Matured

Single Malt: Speyside Teor Alc 40%

Dourado intenso acobreado. Caramelo suave, malte, chocolate e erva-doce. Suculento, corpo médio, carvalho, amêndoas torradas e caramelo, cobre a boca com sabor. Quente, maduro, mel, finalização com toque de alcaçuz.

sábado, 20 de outubro de 2018

Desvendando Nº 91: Bowmore 12 Anos (old)



No post anterior analisamos o Bowmore 12 anos na versão vendida atualmente. Hoje, iremos analisar a versão mais antiga, produzida na década de 1990. E não é só a garrafa que muda.

O que pude perceber:
Características: âmbar, médio corpo.
Aroma: frutado, frutas vermelhas secas, ameixa, um leve adocicado, algo salgado, fumaça de turfa sutil, cereais, gramíneas, malte, um certo mentolado e uma baunilha bem sutil. Chocolate branco, algumas notas condimentadas, um tempero discreto, uvas passas, amadeirado característico do xerez e nada, absolutamente nada de álcool. A adição de um pouco de água faz com que dê uma equalizada no aroma. Predominam agora os aromas mais adocicados como baunilha, caramelo e cereais. Os condimentos desaparecem e a fumaça fica mais sutil. A característica marcante é a de um whisky adocicado.
Paladar: confirma no paladar o sentido no aroma, com notas frutadas, frutas cítricas, ameixa, malte. Doce e salgado se misturam. Caramelo, amadeirado, condimentado na medida certa e finaliza com a fumaça de turfa característica, com um pouco de especiarias, dando um toque picante suave. Mais uma vez, nada de álcool. Com um pouco de água, baunilha, cereais, surge um certo amadeirado e finaliza com turfa e especiarias. Bem menos notas que anteriormente, quando experimentado puro. A finalização, no entanto, torna-se longa, seu sabor permanece por um bom tempo em boca.

Whisky que, se continuar fazendo o exercício de ir por mais tempo só sentindo os aromas, muita coisa vai aparecendo. No paladar, não há uma explosão de sabores como há ao sentir o aroma, mas é uma bebida bem estruturada, bem balanceada. Talvez por isso as notas no paladar se mostrem bem discretas, uma não se sobressai sobre a outra, a não ser o adocicado e o salgado que se destacam, além da finalização com a turfa.


Whisky simplesmente formidável e que mudou de vez minha visão sobre whiskies turfados. Tanto que comprei mais duas garrafas deste exemplar que me surpreendeu bastante. Excelente whisky para pessoas que, assim como eu, gosta de uma fumaça no whisky mas não de forma exagerada como podemos perceber nos whiskies conhecidamente turfados.

Para quem quer adentrar no mundo da turfa, recomendo plenamente este whisky. Para quem já é acostumado, irá perceber como este whisky é bem estruturado e redondo. Agradável e fácil de beber, tem de se tomar um certo cuidado para não exagerar na dose.

Comparando a versão atual com a antiga dá para dizer que esta versão mais antiga leva uma pequena vantagem. Pode ser que venha do processo de destilação ou dos próprios barris utilizados, o que é mais provável, mas ambos são muito bons. A Bowmore se orgulha de ser uma das destilarias mais antigas da Escócia e por manter o padrão de destilação desde os tempos mais antigos, sempre primando pela qualidade de seus whiskies, de forma que, por esta razão, acredito ser mesmo a qualidade dos barris a responsável pela diferença de sabores entre as duas versões analisadas.

Nunca fui de comprar várias garrafas de um mesmo whisky, dando preferência para a aquisição de garrafas novas e diferentes. Abri uma exceção para a família Bowmore. Vale a pena.




Bowmore 12 Anos

Single Malt: Islay Teor Alc 40%

Aromático e suave, com uma mistura de frutas cítricas e algo defumado no nariz, que se prolonga até a língua, juntamente com um pouco de chocolate preto.

domingo, 7 de outubro de 2018

Desvendando Nº 90: Bowmore 12 Anos (new)




Com seus clássicos prédios caiados, a destilaria Bowmore se estende pelas margens do Loch Indaal e suas chaminés em forma de pagode se elevam acima da rua principal da cidade.

Embora sua fachada seja inconfundivelmente de Islay, com um armazém litorâneo onde se lê “Bowmore” em letras garrafais, seus maltes tem uma refinada personalidade própria.

É a mais antiga destilaria de Islay, fundada em 1779 pelo fazendeiro David Simpsom, e uma das primeiras a oferecer seu whisky single malt.


A metade da cevada ainda é maltada manualmente pelo sistema tradicional de maltagem no solo e seca em um forno alimentado com turfa, esta, porém, é primeiramente triturada para gerar mais fumaça. O Bowmore é apenas meio turfoso, com cerca de metade dos fenóis de seus vizinhos em torno da costa em Lagavulin, Laphroaig e Ardbeg, e, como tal, não é tipicamente de Islay.

O whisky é maturado em barris de carvalho espanhóis e americanos, alguns estocados nos famosos armazéns subterrâneos, abaixo do nível do mar, e cerca de um terço deles é preparado com xerez oloroso.


O que pude perceber:
Características: âmbar, médio corpo.
Aroma: turfa, picante, seco, uma certa salinidade, não aquela salinidade de água do mar e sim do ar salgado de praia, ar marítimo, algo de especiarias, frutas secas. Também apresenta um amadeirado esfumaçado juntamente com um pequeno toque de baunilha. A turfa não é muito acentuada, é leve. Além disso, apresenta ainda um leve toque herbal. A adição de um pouco de água esconde a picância e qualquer evidência que poderia ter de álcool. Permanece a turfa, aparece um cheiro de terra, que provavelmente possa ser da própria turfa, um amadeirado e malte.
Paladar: especiarias, madeira, malte, herbal, uma fumaça de fundo e baunilha. A salinidade não é muito sentida no paladar. Assim como no aroma, no paladar não aparece também nenhuma evidência de álcool. Finaliza de uma forma média com uma certa picância e uma fumaça de fundo. Com um pouco de água, turfa, passas, caramelo, finalizando ainda com especiarias e fumaça.

Whisky muito bem feito e fácil de beber. Para quem já está acostumado a beber whisky turfado, neste a turfa é bem leve. Para quem quer iniciar nos whiskies turfados, este é o indicado. É um daqueles whiskies para se manter sempre por perto. Não é muito complexo mas acompanha bem em qualquer momento.

A Bowmore possui várias edições de seus whiskies e recentemente (época quando este review foi feito) houve uma inundação de produtos da Bowmore no mercado brasileiro, proveniente de outros países, algumas edições mais antigas. Esta é a versão mais recente, mas vale a pena experimentar estes mais velhos. São, como disse, muito bem feitos e irá agradar a vários paladares de acordo com a versão escolhida. Qual das versões se sai melhor, o 12 novo ou o 12 velho? Veremos no próximo review.




Bowmore 12 Anos

Single Malt: Islay Teor Alc 40%

Aromático e suave, com uma mistura de frutas cítricas e algo defumado no nariz, que se prolonga até a língua, juntamente com um pouco de chocolate preto.

domingo, 16 de setembro de 2018

Desvendando Nº 87: Laphroaig 10 Anos



A destilaria Laphroaig foi fundada em 1810 por Alexander e Donald Johnston, embora a produção oficial tenha levado cinco anos para começar. A vida ao lado da igualmente famosa Lagavulin nem sempre foi fácil. Houve disputas pelo acesso à água, mas, hoje, o sentimento que prevalece é de respeito mútuo. A Laphroaig é uma das poucas destilarias que mantiveram as maltagens em piso, que suprem um quinto das necessidades da casa. E o fato de existir esse tipo de maltagem torna a visita à destilaria ainda mais interessante.

A Laphroaig sempre apreciou a característica defumada e pungente do seu malte, mistura de cânhamo, sabão carbólico e fogueira. Dizem que seu caráter medicinal intenso é uma das razões pelas quais a bebida estava entre os poucos whiskies escoceses permitidos nos EUA durante o período de proibição. Seu whisky era aceito como spirit medicinal e podia ser obtido por meio de prescrição médica. Sendo o mais medicinal dos malts, remete a gaze hospitalar, faz lembrar antisséptico bucal, fenol. È a personalidade de Islay com a intensidade de algas marinhas e iodo.

Laphroaig significa “a bela depressão junto à baía larga” em gaélico. É feito colocando-se primeiramente de molho a cevada em água sem sais, turfosa de Islay e deixando-se que germine, o que envolve remexê-la manualmente no chão de maltagem por seis dias. A cevada germinada é, então, seca num fogo circulatório de turfa, e a fumaça dessa pungente turfa de Islay é que dá ao Laphroaig sua distintiva característica. Após a destilação, o whisky é maturado em tonéis de carvalho do Kentucky, empilhados nos galpões de maturação no litoral. Aqui ele é banhado pelo vento fresco e salgado do Atlântico, e, em noites de tempestade, sabe-se que o mar entra nos galpões, bem abaixo dos barris. Não é surpresa que o sabor turfoso único do Laphroaig carregue uma forte nota de iodo e acentuado e salgado ar do Atlântico.


Ele é denominado “o definitivo whisky de malte de Islay” porque é a essência do sabor de Islay, rico, defumado, turfoso e cheio de personalidade. O Laphroaig é decididamente um gosto adquirido, partilhado por Sua Alteza Real, o príncipe de Gales, que premiou o Laphroaig com seu Certificado Real em 1994 e encomenda sua própria edição, a ”Highgrove”.

A destilaria possui sua própria reserva de turfa em Islay, floor maltings na destilaria e alambiques relativamente pequenos. Seus depósitos de maturação ficam de frente para o mar. Em 1847 o fundador faleceu ao cair dentro de um barril de whisky. No final dos anos 1950 e início dos 1960, a destilaria pertenceu a uma mulher, a srta. Bessie Williamson. O ambiente romântico das instalações tornaram a destilaria popular para casamentos, e ela serve como salão comunitário do vilarejo. Pertence atualmente à Beam Global, sendo administrada por uma equipe dedicada que deve garantir a ela um futuro brilhante.

Apesar de tudo, muitos acham que o famoso ataque do Laphroaig diminuiu nos últimos anos, revelando um pouco mais da doçura do malte. Mas continua sendo um whisky de forte personalidade, encorpado e untuoso.

Todos os Laphroaig são envelhecidos exclusivamente em barris de carvalho americano, provenientes da Maker's Mark. O resultado é o mais marítimo dos maltes de Islay, medicinal, com toques de iodo, arenque, sala de máquinas e fumaça, mas suavizado pela doçura do carvalho. É esse caráter de baunilha que abranda as notas rústicas do espírito novo e adiciona uma doçura sutil ao espírito maduro.


O que pude perceber:
Características: dourado claro, médio corpo.
Aroma: de início turfa, depois um aroma salgado, marítimo, iodado, a seguir, frutas vermelhas, cristalizadas, algo como passas. A turfa vai cedendo aos poucos e outras nuances vão aparecendo. Baunilha, ameixas, nozes, malte tostado, algas, defumado e tabaco. Dá para perceber vários aromas, bastante complexo. A adição de um pouco de água ameniza um pouco a turfa, ela se esconde um pouco. Evidencia mais o adocicado, o malte e o amadeirado. A doçura é de baunilha e caramelo, o que contrasta bastante com o tom salgado que ele continua apresentando. A fumaça, apesar de amenizada, continua.
Paladar: suave, adocicado, baunilha, bala de caramelo. Em seguida, como contraponto, vem sal, iodo, algas, especiarias e fumaça. Finaliza de uma forma longa, salgada e com bastante fumaça. Com um pouco de água, nota-se algas, iodo, uvas, fumaça e finaliza com uma mistura de malte e nozes.

Whisky bastante equilibrado para seus 10 anos de maturação. Poderia ter uma graduação alcoólica mais elevada. 43% já ajudaria bastante porque com 40% o álcool não é notado. Mais gentil que o irmão Quarter Cask. Excelente whisky.




Laphroaig 10 Anos

Single Malt: Islay Teor Alc 40%

O 10 anos é muito popular. Sob a fumaça densa de turfas e do spray salgado de água do mar está um malte jovem e refrescante, com um coração doce.

quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Wolfburn lança sua quarta edição permanente: Langskip



A Destilaria Wolfburn acaba de lançar a sua quarta expressão permanente de single malt denominada "Langskip". Seguindo o sucesso global das expressões Northland, Aurora e Morven, o Langskip é engarrafado com uma porcentagem de álcool muito maior (58%), chegando o mais próximo possível de um engarrafamento cask strength.

A edição foi criada a partir de whisky amadurecido em barris preenchidos em 2013 e 2014. É o lançamento mais envelhecido até hoje. Os barris são todos barris de bourbon de primeiro uso, que fazem um whisky espetacularmente bom. O resultado é um single malt verdadeiramente especial, repleto de sabor.


A expressão mais forte de Wolfburn leva o nome da palavra nórdica para longship, os navios vikings que outrora dominaram a costa de Caithness. Liso, suave, decidido e forte, o legado desses navios circunda a destilaria de Wolfburn. Além de assentamentos e locais de enterro, a cidade natal de Wolfburn, Thurso, foi batizada pelos Vikings em homenagem ao deus Thor.



Fonte: whiskyintelligence.com

sábado, 8 de setembro de 2018

Desvendando Nº 86: Aberlour 10 Anos



Aberlour significa “boca do riacho gorgolejante” em gaélico escocês e situa-se em um local antigo e bonito.

Embora a Aberlour não seja muito conhecida em sua terra natal, tornou-se extremamente popular na França e afirma ser uma das dez destilarias que mais vendem malte no mundo. Como parte da antiga Campbell Distillers, a Aberlour pertence ao grupo francês Pernod Ricard desde 1975. Seu malte é usado em diversos blends, em especial no Clan Campbell. Porém, mais da metade da produção da destilaria é engarrafada como single malt.


A destilaria fica a pouca distância do rio Spey. Sua fundação data de quando James Gordon e Peter Weir construíram uma destilaria na rua principal de Aberlour, em 1826. As instalações resistiram 50 anos até serem devastadas por um incêndio. Uma nova destilaria Aberlour foi construída em 1879, alguns quilômetros rio acima, por James Fleming, que já possuía a Dailuaine. A de hoje é do final do período vitoriano, projetada por Charles Doig depois de o prédio ter sofrido outro incêndio, em 1898.

James Fleming tinha como lema “Let the Deed Show”, algo como “que a proeza apareça” e este lema estampa todas as garrafas de Aberlour.


A sua água, excepcionalmente suave, é extraída de fontes no Lour Glen, tendo fluído através de turfa. O malte é fornecido sob encomenda e é levemente turfoso.

Os whiskies de malte de Aberlour se beneficiaram do uso maior de tonéis de xerez oloroso em anos recentes, o que, combinado com tonéis de bourbon, aumenta a complexidade do whisky.


O que pude perceber:
Características: cor cobre, médio corpo.
Aroma: baunilha, malte, caramelo, doce, suave, sedoso. Um pouco de álcool evidente, mas nada que o prejudique. Amadeirado suave e frutado. Um pouco de especiarias e frutas secas sutis. Condimento leve. Depois de um certo tempo percebe-se algumas notas herbais, de gramíneas. Com um pouco de água, malte, cereais, frutado, terra molhada. O álcool some, fica bem suave e agradável no nariz. Um pouco de gramíneas, desta vez, gramíneas secas.
Paladar: baunilha, caramelo, frutas secas, amadeirado, uma certa picância juntamente com uma doçura e o malte. Finaliza de uma forma média e seca. A adição de um pouco de água faz lembrar ameixas secas, malte, cereais crocantes, frutas cristalizadas. As especiarias agora desaparecem um pouco, ficando mais sutis, mas ainda são percebidas na finalização. O whisky fica melhor equilibrado.

Whisky muito bem trabalhado na junção de dois barris, ex bourbon e ex-xerez que, embora não fale exatamente a proporção, dá para perceber uma maior influência dos barris ex-bourbon.

Na minha opinião, faltou um pouquinho para este whisky ser perfeito, para ser melhor equilibrado e eliminar o pouco de álcool que ainda é perceptível. Talvez mais dois anos de envelhecimento em barris? Um melhor jogo entre as proporções dos tipos de barris? Quem sabe o review do Aberlour 12 anos possa nos dizer.




Aberlour 10 Anos

Single Malt: Speyside Teor Alc 40%

Maturado principalmente em barris que antes continham bourbon, este whisky tem a doçura do caramelo proveniente da madeira, além de um leve sabor de nozes e especiarias.

quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Whisky mais caro do mundo lidera venda da Bonhams em Edimburgo



Uma garrafa do extremamente raro The Macallan Valerio Adami 1926 60 anos será oferecido no Bonhams Whiskey Sale em Edimburgo em 3 de outubro. Estima-se arrecadar em torno de £ 700.000-900.000.

O whisky foi engarrafado em 1986. Macallan contratou dois artistas pop mundialmente famosos, Valerio Adami e Peter Blake, para criar rótulos para uma edição limitada de 24 garrafas, 12 da marca Adami e 12 da marca Blake. A garrafa é elegantemente apresentada em um gabinete especialmente encomendado para ela.

Outra garrafa do The Macallan Valerio Adami 1926 foi vendida na Bonhams Hong Kong em maio deste ano por um recorde mundial de £ 814.081 (HK $ 8.636.250). Este é o maior valor já pago por uma garrafa de whisky escocês em leilão público. Na mesma venda, a Bonhams também vendeu uma garrafa do The Macallan Peter Blake 1926 com 60 anos por £ 751.703 (HK $ 7.962.500).

Embora 12 garrafas de Macallan Valerio Adami 1926 tenham sido produzidas, não se sabe quantas ainda existem. Uma delas teria sido destruída em um terremoto no Japão em 2011, e acredita-se que pelo menos uma delas tenha sido aberta e consumida.

O Macallan 1926 60 anos tem sido descrito como o Santo Graal do whisky. Sua excepcional raridade e qualidade o colocam em uma linha própria, e os mais sérios colecionadores de whisky do mundo aguardarão pacientemente por muitos anos até que uma garrafa chegue ao mercado. Todo o apelo do whisky escocês, o mito, a tradição e o romance, encontram sua expressão máxima nesta garrafa.

Valerio Adami, nascido em 1935, é um artista italiano famoso por pintar negrito, formas planas delineadas em grossas linhas pretas, em um estilo que lembra a arte em quadrinhos. Ele está entre os mais aclamados artistas pop do século XX.



Fonte: whiskyintelligence.com

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Aberfeldy lança Madeira Casks, exclusivo para viajantes



A destilaria Aberfeldy anunciou o lançamento de dois single malts com finalização em barris de Madeira, disponíveis exclusivamente no varejo global de viagens.

Habilmente trabalhados artesanalmente pela Malt Master Stephanie Macleod, a destilaria lançou uma edição de 16 anos e uma edição 21 anos, finalizada nos melhores tonéis da Madeira. Passando 12 meses nos ex-cascos de vinho antes do engarrafamento, o período de maturação extra nesta combinação de barris cria o equilíbrio perfeito entre a riqueza de mel e as notas doces do vinho Madeira.

Aberfeldy possui o single malt com crescimento mais rápido entre os 15 principais nos últimos 5 anos e é agora o nono single malt mais vendido na Ásia. Passou do 20º maior single malt em 2012 para o 12º maior em 2017. Em um mundo onde o estoque envelhecido é cada vez mais raro e muitas declarações de idade estão desaparecendo dos rótulos, a Aberfeldy continua comprometida em exibir com orgulho as declarações de idade como um sinal de habilidade e qualidade.


Dois tipos de barris da Madeira foram fornecidos para finalizar as expressões de 16 e 21 anos: ex-Malvasia Malmsey, o mais famoso e também o mais rico e doce e o ex-Bual, de cor escura, com textura de média riqueza. Estes barris cheios de sabor conferem notas clássicas de caramelo, pêssegos, casca de laranja e açúcar queimado. O amadurecimento da Aberfeldy nesta combinação de barris de vinho da Madeira eleva o malte em maturação, aumentando o nível de complexidade e adicionando a riqueza típica de mel do estilo da destilaria.

Aberfeldy é uma bebida tanto acessível quanto complexa, tem notas ricas e doces semelhantes às que o vinho Madeira proporciona. Ao usar barris da Madeira, desenvolve-se ainda mais as camadas de sabor presentes, ricos em mel, resultando em um whisky com mais tempero.


Aberfeldy Madeira Cask 16 Anos Notas de prova:
Notas suaves de mel são refrescadas com tons cítricos e delicados de maçãs assadas, temperado com canela e baunilha cremosa.


Aberfeldy Madeira Cask 21 Anos Notas de prova:
Whisky ricamente texturizado e complexo com notas de figo maduro cozido em mel. Há um toque de óleo de noz e um pouco de chocolate amargo.

Os recém-lançados Aberfeldy Madeira Casks, engarrafados a 40% ABV, juntam-se ao portfólio existente como exclusividade de varejo de viagem global. Eles serão lançados em aeroportos em todo o mundo, ao preço de US $ 110 para o 16 anos e US $ 195 para o 21 anos, disponíveis a partir de agosto.


Fonte: whiskyintelligence.com

sábado, 25 de agosto de 2018

Desvendando Nº 84: Ardbeg Ten



A destilaria Ardbeg foi fundada em 1815 por John McDougall em um local que já foi um ponto de aportamento para contrabandistas ao longo do século 18. Fica numa angra remota na costa sudeste de Islay.

Em 1853, Alexander, o filho de John que estava no comando da destilaria, morreu, mas suas irmãs Margaret e Flora assumiram o negócio, junto com Colin Hay. Em 1886, a Ardbeg empregava 60 pessoas num vilarejo com 200 moradores. Após a morte das irmãs, Colin Hay e Alexander Buchanan tornaram-se os proprietários.

A destilaria foi comprada pela Hiram Walker e pela Distillers Company, numa parceria comercial, mas mudou de donos novamente em 1987, quando a Allied Lyons comprou a Hiram Walker. Os anos seguintes não foram mais fáceis para a empresa: fechou em 1981, mas reabriu por períodos curtos até 1996, quando fechou de vez e foi posta à venda pela Allied Distillers.


O grupo comprador, Glenmorangie, sabia que tinha adquirido uma destilaria com potencial para fazer um dos single malts defumados com turfa mais famosos do mundo, mas os prédios e os equipamentos estavam em condições precárias.

Apesar de fazer um investimento pesado para modernizar suas instalações, a falta de produção dos primeiros anos causou problemas. Entretanto, quando as lacunas do estoque desapareceram, a Ardbeg renasceu das cinzas. O lançamento do engarrafamento padrão 10 anos, que teve aceitação crescente entre os apreciadores de whisky, levou a destilaria a ser novamente aclamada pelo mundo.


O que pude perceber:
Características: cor palha claro, encorpado.
Aroma: fogueira, fumaça, alcatrão, tabaco. A turfa é bem evidente e existe algo de medicinal, um salgado, talvez pela influência marítima. Driblada a turfa, vem frutas amadurecidas, um adocicado de baunilha e um amadeirado dos barris de bourbon. Com o acréscimo de um pouco de água sobressai o frutado, o esfumaçado diminui um pouco. Maçã e pera são bem evidentes. Fica com um bouquet mais suavizado e agradável, com um pouco de baunilha.
Paladar: madeira, abacaxi, um pouco de amêndoas, capim limão com um toque cítrico, um certo adocicado também, tudo isso envolto em fumaça de turfa, finalizando de forma picante juntamente com a fumaça. Nada de álcool tanto no aroma quanto no paladar, apesar de seus 46% ABV. Lembra bastante frutas maduras brancas e suculentas. Também dá para notar no paladar que trata-se de um whisky jovem ainda, faltando um pouquinho para sua maturação ideal. A adição de um pouco de água deixa o whisky mais doce, a baunilha mais evidente, as frutas amadurecidas agora se mesclam com frutas secas e um pouco de amêndoas. Há uma certa picância, de especiarias e, englobando tudo isso, a fumaça.


A origem da água de Ardbeg, que passa pela turfa, exerce uma influência marcante nos sabores terrosos e betuminosos do whisky. Esta água, suave e sem sais, flui do Loch Uigeadail através de rochas, musgo e turfa até a destilaria. Dois grandes alambiques destilam o whisky que é maturado em tonéis de carvalho americanos previamente usados para bourbon.

Whisky divisor de águas entre quem gosta de turfa e quem não gosta. Quer perceber claramente o que é turfa, whisky esfumaçado e as características que marcaram a fama dos whiskies de Islay? Este é o exemplar a ser apreciado.


Lembro muito bem que, quando comecei a enveredar pelo mundo do whisky, foi justamente quando Jim Murray havia acabado de proclamar o Ardbeg Ten como o melhor whisky do mundo, isso acho que foi por volta de 2008. A procura por um exemplar desta garrafa cresceu enormemente e aqui no Brasil não havia onde encontrá-la. Quando finalmente tive a oportunidade de experimentar, quando participei de uma degustação, a primeira palavra que me veio à mente foi: “cinzeiro”. Não havia absolutamente nada para detectar além disso. Fumaça, fogueira, bituca de cigarro.

Hoje, com um pouco mais de rodagem, já há a possibilidade de tirar a fumaça inicial e ir um pouco além. Percebe-se então que esta bebida não se resume só a cinzas.

Não sei se comecei a acostumar com os whiskies turfados, tenho experimentado vários ultimamente, mas o fato é que comecei a pegar gosto pela fumaça, de forma que neste Ardbeg ela já não incomoda mais, embora ele seja o whisky que mais se nota a sua presença. A contrario sensu, achei bem agradável de beber.

Indico para quem quer encarar de vez a turfa pesada. Possui 55 ppm de fenóis, não usa corante e não é filtrado à frio. 




Ardbeg 10 Anos

Single Malt: Islay Teor Alc 46%

Este malte não filtrado a frio possui notas de creosoto, alcatrão e peixe defumado no nariz. Qualquer doçura na língua desaparece rapidamente, dando lugar a um final defumado.

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

Relançamento de Fettercairn


Fettercairn não é um whisky conhecido. Um dos maltes de Whyte & Mackay, juntamente com Dalmore, Jura , Tamnavulin e Invergordon, não recebeu muita atenção dos proprietários nos últimos anos. No entanto, a Whyte & Mackay vem reformulando alguns dos seus whiskies: primeiro o Tamnavulin teve seu primeiro lançamento oficial em anos, Tamnavulin Double Cask, depois a linha Jura teve uma completa reformulação. Agora é a vez da Fettercairn com o novo Fettercairn 12 anos.


A meio caminho entre Dundee e Aberdeen, a aldeia de Fettercairn é um lugar tranquilo. A destilaria fica a noroeste do principal marco da vila, um arco erguido para comemorar a visita da rainha Victoria e do príncipe Albert em 1861, e apesar de sua localização menos chamativa, é diferente de outras destilarias na Escócia para valer a visita.


O processo de destilação é complexo e não se trata apenas de criar um espírito de alta resistência. Além de concentrar o álcool da cerveja que é o ponto de partida para o whisky, o destilador também vai querer remover todos os sabores indesejados e criar um espírito que vai amadurecer e transformar-se em um bom whisky. Uma chave para isso é o refluxo.

O refluxo é o processo pelo qual o vapor quente começa a subir através do alambique, mas não consegue chegar ao topo, ele se transforma em líquido e escorre pelo interior do alambique. O contato com o cobre do alambique removerá os sabores indesejados e criará um espírito mais leve e delicado. Controlar a quantidade de refluxo é a chave para garantir que o espírito esteja correto.

E é aí que Fettercairn é único.

Existem muitas maneiras de controlar o refluxo: alterando a altura e o formato dos alambiques, alterando o ângulo do braço do lyne, o tubo que conecta o topo do destilador, alterando a temperatura do destilador e a velocidade da destilação. O Fettercairn faz algo diferente: borrifa água do lado de fora do alambique.


Um anel de cano com buracos fica no topo do alambique e, durante a destilação, o destilador borrifa água dele até o topo do alambique. Isso esfria os lados e faz com que o vapor no interior retorne ao líquido mais prontamente, aumentando o refluxo. Parece estranho enquanto corre e ainda tem uma pátina de cobre oxidado no lado de fora, uma bela combinação de cobre azul, laranja e branco.

Fettercairn 12 anos

O novo lançamento da destilaria é o Fettercairn 12 anos. Ele se concentra em um novo estilo da casa: frutas tropicais. A destilaria não perdeu seu caráter tradicionalmente pesado, mas o novo 12 é tudo sobre frutas e eles selecionaram bem os barris: ex-bourbon durante todo o tempo.


Nariz: limão e abacaxi cristalizados, cobertura de manteiga e um toque de hortelã. Doce, fruta de pomar se desenvolvendo junto com baunilha, chocolate ao leite e algumas folhas verdes. O frutado permanece o tempo inteiro.
Paladar: macio e arredondado, com especiarias suaves, chocolate ao leite e creme doce. As notas frescas de abacaxi são equilibradas por carvalho fresco, carvalho úmido e folhas úmidas. Canela, gengibre cristalizado e noz moscada se desenvolvem, junto com um toque de café cremoso.
Acabamento: creme de baunilha, chocolate, café, mentol e maçãs crocantes.
Comentário: frutas tropicais estão no ponto. É mais leve e frutado do que os lançamentos mais antigos e remonta às expressões mais antigas dos anos passados.

A nova gama



Ao 12 anos se junta Fettercairn 28 anos, destilado no mesmo ano em que o gerente da destilaria Stewart Walker começou na Fettercairn como um encarregado de armazém, e talvez engarrafado de barris que ele deve ter rolado em seus primeiros dias. Em breve será seguido por um par de whiskies de longa maturação e muito limitados: um 40 e um 50 anos.


Fonte: blog.thewhiskyexchange.com

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Old Pulteney revela nova coleção para sinalizar a evolução da marca


Destilado e amadurecido pelo mar, o single malt Old Pulteney é o verdadeiro malte marítimo e embarca em uma nova viagem com o lançamento da nova coleção principal. Com o carro-chefe 12 anos, Huddart, 15 e 18 anos, estes lançamentos marcam uma revitalização da gama principal para a premiada destilaria baseada em Caithness, complementada por um novo design e embalagem distintos.

Esta nova coleção sinaliza uma evolução para a marca, com um vigor renovado em torno do malte marítimo, permanecendo fiel ao rico patrimônio e tradições do Old Pulteney. Esta introdução apóia uma iniciativa mais ampla para garantir a relevância e o apelo do consumidor, com os novos whiskies compatíveis com o renomado estilo e proveniência da casa, trazendo ainda novos sabores para o primeiro plano.

Definido e moldado por sua deslumbrante localização costeira, o Old Pulteney tem um caráter altamente distinto infundido pela combinação única de ar fresco do mar e seleção meticulosa de barril. Cada um dos novos whiskies conta sua própria história e traz a sua própria parte do legado Old Pulteney à vida.


Celebrando o local de nascimento de Old Pulteney, Huddart (ABV 46%) é rico em ouro. Com uma aparência distintamente esfumaçada, o Huddart é ricamente aquecedor e combina a influência do ar marinho com infusão de sal com a fumaça da turfa, proporcionando um whisky suave e defumado, com caráter, profundidade e identidade reais. Preço sugerido de venda de £ 45.


Um whisky de cor âmbar, naturalmente rico, a expressão 15 anos (ABV 46%) é o whisky de malte mais equilibrado e suave de Old Pulteney. Repleto de aromas de frutas secas, maçãs maduras e frutas cítricas, com doçura de mel e um generoso acorde de baunilha cremosa, esta expressão reúne dois lados diferentes do espectro de sabor. Preço sugerido de venda de £ 70.


Completando o novo portfólio, 18 anos (ABV 46%) tem seu caráter e cor inteiramente dos barris de carvalho americano e xerez espanhol em que foi armazenado, proporcionando uma cor âmbar profunda. Esta expressão profundamente calorosa apresenta notas de chocolate e especiarias, mas permite a influência de sabores mais vibrantes e picantes. Preço sugerido de venda de £ 115.


A nova coleção é complementada com a adição do carro-chefe recondicionado Old Pulteney 12 anos. A expressão de 12 anos de cor dourada (ABV 40%) é o local perfeito para começar a sua jornada nos maltes Old Pulteney, com um sabor que é acolhedor sem esforço. O 12 anos incorpora a característica de malte marítimo que se tornou sinônimo de Old Pulteney. Descansou durante 12 anos em barris de bourbon, casando os sabores salgados do mar com a influência do carvalho americano para trazer doçura e criar uma expressão clássica. Preço sugerido de venda de £ 32.

A coleção de quatro whiskies também tem um novo design impressionante, que refresca o visual geral criado em torno da forma da garrafa Old Pulteney existente e altamente distinta.

A coleção estará disponível a partir de agosto no Reino Unido e em seguida, haverá um lançamento mundial.


Fonte: whiskyintelligence.com