Whisky

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sábado, 20 de outubro de 2018

Desvendando Nº 91: Bowmore 12 Anos (old)



No post anterior analisamos o Bowmore 12 anos na versão vendida atualmente. Hoje, iremos analisar a versão mais antiga, produzida na década de 1990. E não é só a garrafa que muda.

O que pude perceber:
Características: âmbar, médio corpo.
Aroma: frutado, frutas vermelhas secas, ameixa, um leve adocicado, algo salgado, fumaça de turfa sutil, cereais, gramíneas, malte, um certo mentolado e uma baunilha bem sutil. Chocolate branco, algumas notas condimentadas, um tempero discreto, uvas passas, amadeirado característico do xerez e nada, absolutamente nada de álcool. A adição de um pouco de água faz com que dê uma equalizada no aroma. Predominam agora os aromas mais adocicados como baunilha, caramelo e cereais. Os condimentos desaparecem e a fumaça fica mais sutil. A característica marcante é a de um whisky adocicado.
Paladar: confirma no paladar o sentido no aroma, com notas frutadas, frutas cítricas, ameixa, malte. Doce e salgado se misturam. Caramelo, amadeirado, condimentado na medida certa e finaliza com a fumaça de turfa característica, com um pouco de especiarias, dando um toque picante suave. Mais uma vez, nada de álcool. Com um pouco de água, baunilha, cereais, surge um certo amadeirado e finaliza com turfa e especiarias. Bem menos notas que anteriormente, quando experimentado puro. A finalização, no entanto, torna-se longa, seu sabor permanece por um bom tempo em boca.

Whisky que, se continuar fazendo o exercício de ir por mais tempo só sentindo os aromas, muita coisa vai aparecendo. No paladar, não há uma explosão de sabores como há ao sentir o aroma, mas é uma bebida bem estruturada, bem balanceada. Talvez por isso as notas no paladar se mostrem bem discretas, uma não se sobressai sobre a outra, a não ser o adocicado e o salgado que se destacam, além da finalização com a turfa.


Whisky simplesmente formidável e que mudou de vez minha visão sobre whiskies turfados. Tanto que comprei mais duas garrafas deste exemplar que me surpreendeu bastante. Excelente whisky para pessoas que, assim como eu, gosta de uma fumaça no whisky mas não de forma exagerada como podemos perceber nos whiskies conhecidamente turfados.

Para quem quer adentrar no mundo da turfa, recomendo plenamente este whisky. Para quem já é acostumado, irá perceber como este whisky é bem estruturado e redondo. Agradável e fácil de beber, tem de se tomar um certo cuidado para não exagerar na dose.

Comparando a versão atual com a antiga dá para dizer que esta versão mais antiga leva uma pequena vantagem. Pode ser que venha do processo de destilação ou dos próprios barris utilizados, o que é mais provável, mas ambos são muito bons. A Bowmore se orgulha de ser uma das destilarias mais antigas da Escócia e por manter o padrão de destilação desde os tempos mais antigos, sempre primando pela qualidade de seus whiskies, de forma que, por esta razão, acredito ser mesmo a qualidade dos barris a responsável pela diferença de sabores entre as duas versões analisadas.

Nunca fui de comprar várias garrafas de um mesmo whisky, dando preferência para a aquisição de garrafas novas e diferentes. Abri uma exceção para a família Bowmore. Vale a pena.




Bowmore 12 Anos

Single Malt: Islay Teor Alc 40%

Aromático e suave, com uma mistura de frutas cítricas e algo defumado no nariz, que se prolonga até a língua, juntamente com um pouco de chocolate preto.

sábado, 25 de agosto de 2018

Desvendando Nº 84: Ardbeg Ten



A destilaria Ardbeg foi fundada em 1815 por John McDougall em um local que já foi um ponto de aportamento para contrabandistas ao longo do século 18. Fica numa angra remota na costa sudeste de Islay.

Em 1853, Alexander, o filho de John que estava no comando da destilaria, morreu, mas suas irmãs Margaret e Flora assumiram o negócio, junto com Colin Hay. Em 1886, a Ardbeg empregava 60 pessoas num vilarejo com 200 moradores. Após a morte das irmãs, Colin Hay e Alexander Buchanan tornaram-se os proprietários.

A destilaria foi comprada pela Hiram Walker e pela Distillers Company, numa parceria comercial, mas mudou de donos novamente em 1987, quando a Allied Lyons comprou a Hiram Walker. Os anos seguintes não foram mais fáceis para a empresa: fechou em 1981, mas reabriu por períodos curtos até 1996, quando fechou de vez e foi posta à venda pela Allied Distillers.


O grupo comprador, Glenmorangie, sabia que tinha adquirido uma destilaria com potencial para fazer um dos single malts defumados com turfa mais famosos do mundo, mas os prédios e os equipamentos estavam em condições precárias.

Apesar de fazer um investimento pesado para modernizar suas instalações, a falta de produção dos primeiros anos causou problemas. Entretanto, quando as lacunas do estoque desapareceram, a Ardbeg renasceu das cinzas. O lançamento do engarrafamento padrão 10 anos, que teve aceitação crescente entre os apreciadores de whisky, levou a destilaria a ser novamente aclamada pelo mundo.


O que pude perceber:
Características: cor palha claro, encorpado.
Aroma: fogueira, fumaça, alcatrão, tabaco. A turfa é bem evidente e existe algo de medicinal, um salgado, talvez pela influência marítima. Driblada a turfa, vem frutas amadurecidas, um adocicado de baunilha e um amadeirado dos barris de bourbon. Com o acréscimo de um pouco de água sobressai o frutado, o esfumaçado diminui um pouco. Maçã e pera são bem evidentes. Fica com um bouquet mais suavizado e agradável, com um pouco de baunilha.
Paladar: madeira, abacaxi, um pouco de amêndoas, capim limão com um toque cítrico, um certo adocicado também, tudo isso envolto em fumaça de turfa, finalizando de forma picante juntamente com a fumaça. Nada de álcool tanto no aroma quanto no paladar, apesar de seus 46% ABV. Lembra bastante frutas maduras brancas e suculentas. Também dá para notar no paladar que trata-se de um whisky jovem ainda, faltando um pouquinho para sua maturação ideal. A adição de um pouco de água deixa o whisky mais doce, a baunilha mais evidente, as frutas amadurecidas agora se mesclam com frutas secas e um pouco de amêndoas. Há uma certa picância, de especiarias e, englobando tudo isso, a fumaça.


A origem da água de Ardbeg, que passa pela turfa, exerce uma influência marcante nos sabores terrosos e betuminosos do whisky. Esta água, suave e sem sais, flui do Loch Uigeadail através de rochas, musgo e turfa até a destilaria. Dois grandes alambiques destilam o whisky que é maturado em tonéis de carvalho americanos previamente usados para bourbon.

Whisky divisor de águas entre quem gosta de turfa e quem não gosta. Quer perceber claramente o que é turfa, whisky esfumaçado e as características que marcaram a fama dos whiskies de Islay? Este é o exemplar a ser apreciado.


Lembro muito bem que, quando comecei a enveredar pelo mundo do whisky, foi justamente quando Jim Murray havia acabado de proclamar o Ardbeg Ten como o melhor whisky do mundo, isso acho que foi por volta de 2008. A procura por um exemplar desta garrafa cresceu enormemente e aqui no Brasil não havia onde encontrá-la. Quando finalmente tive a oportunidade de experimentar, quando participei de uma degustação, a primeira palavra que me veio à mente foi: “cinzeiro”. Não havia absolutamente nada para detectar além disso. Fumaça, fogueira, bituca de cigarro.

Hoje, com um pouco mais de rodagem, já há a possibilidade de tirar a fumaça inicial e ir um pouco além. Percebe-se então que esta bebida não se resume só a cinzas.

Não sei se comecei a acostumar com os whiskies turfados, tenho experimentado vários ultimamente, mas o fato é que comecei a pegar gosto pela fumaça, de forma que neste Ardbeg ela já não incomoda mais, embora ele seja o whisky que mais se nota a sua presença. A contrario sensu, achei bem agradável de beber.

Indico para quem quer encarar de vez a turfa pesada. Possui 55 ppm de fenóis, não usa corante e não é filtrado à frio. 




Ardbeg 10 Anos

Single Malt: Islay Teor Alc 46%

Este malte não filtrado a frio possui notas de creosoto, alcatrão e peixe defumado no nariz. Qualquer doçura na língua desaparece rapidamente, dando lugar a um final defumado.

domingo, 14 de janeiro de 2018

Whiskies turfados

Neste artigo, saiba mais sobre a fabricação de whiskies turfados. Uma visão geral de como estes whiskies, que cada vez mais estão caindo no gosto dos apreciadores, são produzidos. E nada melhor do que aprender sobre whiskies turfados com a destilaria que produz os whiskies mais turfados do mercado: Bruichlladich e seu Octomore.



COMO OS NÍVEIS DE TURFA SÃO MEDIDOS?

Como seres humanos, somos bastante sensíveis à turfa e podemos detectar sua presença fumegante, carnuda e deliciosa em níveis muito baixos. Mas o que estamos sentindo não é realmente turfa, são os compostos químicos chamados fenóis que são liberados quando a turfa é queimada. Existem muitos fenóis diferentes, além disso, cada um criando sabores ligeiramente diferentes, como o guaiacol, fumegante e carnoso ou o cresol mofado e medicinal.

Os níveis de fenol são medidos em PPM (Partes por milhão). Esse número é medido a partir da cevada maltada (o material seco pela turfa ardente) e não o espírito final. Então, você não está bebendo 309 ppm quando você bebe um Octomore 8.3, mas a cevada com a qual o whisky foi feito originalmente atingiu esse nível.

Por que não se mede o PPM no whisky? É um padrão da indústria falar sobre fenol no malte, não no espírito, porque o último muda e há muitas variáveis. Além disso, mesmo as medidas de cevada podem ser enganosas, devido ao fato de que existem cerca de seis métodos diferentes de fazê-lo e a indústria está brigando para a adoção de um método único.


QUAL TIPO DE TURFA?

A turfa é uma fonte de combustível barata e conveniente. Atualmente, os destiladores podem escolher a sua turfa, dependendo do efeito desejado, porque diferentes tipos de turfa, que podem ser aquelas mais altas ou mais baixas na camada de turfa ou de partes variadas do país, tem diferentes efeitos sobre a cevada.

COMO TURFAR A CEVADA?

A maioria das destilarias e empresas que produzem cevada maltada turfada para fabricação de whisky usam o método tradicional: queimam a turfa por cerca de 25 horas, depois secam a cevada com ar quente impulsionado por um ventilador.

A Destilaria Bruichladdich, no entanto, trabalhou bastante para evoluir o processo e produzir muito mais turfa na cevada maltada do que normalmente pode ser produzida. O segredo do whisky Octomore é que a fumaça impulsionada é fria, e este processo é feito por cinco dias. O truque é fazer com que a fumaça não aqueça. Se a cevada aquecer e secar, ela não absorverá mais conteúdo fenólico. Além disso, foram desenvolvidas duas técnicas-chave para alcançar seus objetivos: reciclar a fumaça para que ela passe mais de uma vez através do grão e pulverizar o grão com água (o suficiente para que ele não volte a crescer) para que mais fumaça possa impregnar-se.

Apesar dessa diligência e inovação, na verdade não há como saber qual o valor de PPM que a cevada terá até o processo terminar. O PPM muda com base na época do ano, a umidade da turfa e até mesmo a agilidade de quem está colocando o fogo.


COMO SE DESTILA WHISKY TURFADO?

Tendo minuciosamente colocado toda a turfa na cevada, ela parte para a trituração, fermentação e destilação. Fenóis são perdidos durante estes processos. Dependendo da destilação, pode-se perder qualquer coisa entre 60-80% do PPM original. Então, quando o espírito está pronto, ele terá algo em torno de 80% menos de turfa do que quando começou o processo. Tomando como base essa abordagem, isso significa que o Octomore 8.3, na realidade, possui 61.8ppm.

A Bruichladdich não está, no entanto, focada em fazer o whisky de degustação mais gostoso do mundo, mas procura fazer o whisky mais turfado e mais equilibrado possível. A destilaria realmente descarta um grande número de fenóis quando destila, deixando uma proporção maior do que o usual do espírito correr para as "cabeças" (a primeira porção de álcool mais alta que sai do alambique, e que é sempre redestilado). Ao sacrificar esses fenóis, cria-se um whisky mais equilibrado e que tem mais a oferecer do que uma fumaça fortemente robusta.

COMO O WHISKY TURFADO ENVELHECE?

A equipe de Bruichladdich escolhe não adicionar água a Octomore antes que ele seja embarrilado para que o whisky não tome muita influência do barril nos primeiros anos. Além disso, o Octomore também é sempre engarrafado na força do barril, porque os óleos são mantidos juntos em maior resistência e preservam os sabores e as nuances do whisky. Assim que se adiciona água ao whisky os fenóis se abrem e torna-se muito mais esfumaçado, embora os sabores também desapareçam rapidamente.


ATÉ ONDE PODE CHEGAR A TURFA NO WHISKY?

Em poucos anos, os whiskies de Octomore aumentaram dos 80 ppm iniciais para 309 ppm. Existe um limite superior? Certamente, não existe um número concreto, mas há muitas barreiras para novos progressos, incluindo os limites físicos de quanto a cevada pode absorver.


Fonte: blog.thewhiskyexchange.com

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Old Pulteney revela seu segundo single malt turfado


A destilaria Old Pulteney adicionou em seu premiado portfólio um segundo whisky turfado, o excepcional Old Pulteney 1989. Este single malt foi liberado para o Reino Unido em setembro e será agora entregue aos mercados globais a um preço de varejo de £ 135 por garrafa.

Para dar à nova safra um caráter esfumaçado, o whisky é envelhecido em barris de carvalho americano ex-bourbon selecionados à mão e que anteriormente continham whisky fortemente turfado. A bebida possui cor natural, é não filtrada a frio e engarrafada a 46% ABV. É a personificação da habilidade excepcional da destilaria Old Pulteney. No paladar é turfado no começo, tem boa sustentação e é picante. A seguir, notas de baunilha, coco e laranjas. O acabamento é de longa duração.

A garrafa possui detalhes atraentes e o design de Old Pulteney 1989 reflete a alta qualidade do whisky que possui ainda o patrimônio marítimo da marca.

Fundada em 1826, no auge do boom de arenque de Wick, a destilaria Old Pulteney é uma das destilarias mais setentrionais do continente escocês. É esta herança marítima única que dá ao whisky sua identidade como um “Maritime Malt”. Favorito de longa data para os entusiastas de whisky, muitos dizem que podem provar um leve toque de mar em Old Pulteney graças à localização da destilaria, varrida pelos ventos vindos do Mar do Norte.

O lançamento de Old Pulteney 1989 marca um ano crucial para a marca, que ganhou uma corrente de prestigiosos prêmios internacionais que refletem a qualidade do whisky.



Fonte: whiskyintelligence.com


quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Desvendando Nº 30 - Islay Mist 8 Anos


Qual apreciador de whisky que, começando a estudar e entender os diferentes sabores da bebida não se deparou com o primeiro encontro com a turfa? Ou então, o apreciador de whiskies frutados e florais que adia o encontro com a toda poderosa turfa?

Muitos, ao tentar provar o primeiro whisky turfado, partem logo para whiskies mais robustos como Ardbeg, Laphroaig ou Lagavulin. Ou então, para não ir com tanta sede ao pote, preferem as versões suavizadas, Black Grouse, White Horse ou Double Black.

No primeiro exemplo, ao abrirem as garrafas, a fumaça explode, como vindas de fogueira à beira-mar. Fuligem, alcatrão, sal iodado e algas inundando tudo. No segundo, por serem whiskies muito jovens, o álcool predomina, são um pouco ásperos e brutos. Difícil encontrar um equilíbrio.


Quando se envelhece o whisky de malte, a intenção é torná-lo mais palatável, agradável ao consumo, mais saboroso. Os maltes com as características de Islay, com seu caráter esfumaçado, parecem precisar de um tempo menor se comparado com os whiskies de outras regiões. Além disso, eles se fundem bem com whiskies de grãos.

Nesta linha de raciocínio, para atender apreciadores mais comedidos, surgiu O Islay Mist, que consegue entregar o sabor da turfa, fumaça, algas, sal e outras notas marítimas e fenólicas de uma forma mais suave, graças aos whiskies de grãos misturados e single malts de outras regiões, como o Glenlivet. Ele é um whisky bem atraente para os iniciantes em Islay. A promessa do equilíbrio.

Criada em 1922 para o 21º aniversário do filho do proprietário da Islay House, Islay Mist é um blended de single malts altamente premiado. O sabor forte do Laphroaig predomina, embora seja temperado com maltes de Speyside e das Terras Altas. Islay Mist é o preferido de quem gosta de whisky com sabor de turfas, mas é excelente alternativa também para blends com menos caráter. Está disponível nas versões padrão, De Luxe, 8 e 17 anos. As duas últimas são feitas com receitas de blends idênticas, a diferença está no tempo de envelhecimento.


O que pude perceber:
Cor: dourado claro, médio corpo.
Aroma: primeiramente o que se percebe é a turfa. Depois vem um cheiro suave e doce. Possui as características marcantes do Laphroaig. O álcool não é perceptível. O defumado se mistura com o aroma do malte e com um frutado que se nota no fundo, talvez pera ou maçã. Com um pouco de água dá para sentir algo floral misturado com especiarias. Um aroma picante aflora. Como aconteceu com quase todos os turfados que experimentei, a água faz com que a turfa se retraia, mas ainda está bem presente.
Paladar: primeiramente se percebe o doce preenchendo a boca, depois o frutado toma conta e, por fim, a fumaça, o defumado fica, num final, de certa forma, um tanto longo. É um pouco cremoso, dá para sentir um toque amanteigado, mas definitivamente é a turfa que manda no jogo. Com a água, começa com o turfado, fica doce, frutado, e finaliza novamente com o defumado. Um defumado doce, longo e persistente.

Quando degustei este whisky, estava uma noite chuvosa e fria, de modo que ficarei devendo as notas de degustação com gelo. Comprei a garrafa num free shop por módicos U$ 13,90. Com esse preço, não esperava muia coisa. E não é que ele me surpreendeu? Achei um whisky bem equilibrado. Dá para notar claramente a influência do Laphroaig, temperado por whiskies das Highlands e Speyside. Isso faz com que a turfa seja suavizada além de dar toques frutados e florais à bebida. Ficou bem interessante.

Irá agradar quem gosta de whiskies turfados e também quem quiser começar a se aventurar por este tipo de whisky. Acredito que a quantidade de fenóis esteja na casa dos 30 p.p.m. E para fechar com chave de ouro, este é um 8 anos legítimo.




Islay Mist 8 Anos

Blend Teor Alc 40%

Um whisky com grande sessão defumada que algumas pessoas consideram mais fácil de beber que o extremo malte de Islay. Doce e complexo por causa da quantidade de turfas.


terça-feira, 13 de outubro de 2015

Destilaria BenRiach estende sua linha pesadamente turfada com a expressão 18 anos Latada

Do coração de Speyside, BenRiach lança Latada, uma novíssima edição limitada de um single malt turfado de 18 anos finalizado em cascos de vinho Madeira.


É a terceira oferta da destilaria de Elgin na sua gama turfada e de acabamentos especiais, juntando-se a BenRiach Albariza e Dunder nas prateleiras.

Engarrafado em 46% ABV, na cor natural e não filtrado a frio, Latada é destilado a partir de cevada maltada turfada e amadurecido em cascos de carvalho americano antes de desfrutar de um período de acabamento em cascos de Madeira finos, selecionados pelo Master Distiller Billy Walker.

O nome incomum vem do tradicional "Latada" ou sistema de videira “trellised” na ilha da Madeira, onde as vinhas estão dispostas horizontalmente acima do solo com treliças baixas.

Este single malt incomum habilmente combina aromas e sabores distintos e contrastantes, associados com whisky de malte ricamente turfado e o estilo elegante da madeira selecionada para a maturação final.

Notas de prova:
Cor: ouro antigo.
Nariz: fumaça de turfa, fogueira, infusão de mel, urze e pêra madura. Melão e frutas cítricas cristalizadas adicionam crocância.
Paladar: caráter doce, turfa, delicioso xarope de frutas maduras. Damascos secos combinando com especiarias, carvalho, suave raspas de frutas cítricas, dando uma profundidade contrastante ao final longo.

A gama fortemente turfada continua sendo muito bem recebida em todo o mundo, mostrando que há uma forte demanda, além de acabamentos inovadores.

Neste caso, os cascos de Madeira trazem notável profundidade e equilíbrio para o whisky. Latada trás notas intrigantes, terrosas, esfumaçado de turfa com traços delicados de pêra e mel, fazendo uma impressionante bebida cremosa. É ideal para saborear em uma noite fria de outono, talvez acompanhado por algum chocolate escuro.

Com apenas 4.001 garrafas produzidas, BenRiach Latada estará disponível nas lojas especializadas em whisky.


Fonte: whiskyintelligence.com


segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Degustação dirigida de whiskies "Peated"

No último sábado, 29 de agosto, foi realizada em São Paulo mais uma degustação dirigida promovida pela Single Malt Brasil na Enoteca Saint Vinsaint. Desta vez a degustação foi temática e a ênfase foi dada aos whiskies turfados. Foram apreciados os whiskies Laphroaig 18 Anos, Ardbeg 10 Anos, Jura Prophecy, Lagavulin 16 Anos, Hakushu Distillery e uma edição especial de Caol Ila, destilado em 1993 e engarrafado em 2006. 

Foto: Mauricio Salvi
A palestra foi, como de costume, muito bem dirigida por Alexandre Campos, um dos maiores especialistas em whisky do Brasil, assessorado por Mauricio Salvi (Whisky em Casa) que apresentou o Hakushu Distillery e Mauricio Porto (O Cão Engarrafado), que fez a apresentação do Lagavulin 16 Anos.

Estavam presentes no evento o expert em bebidas César Adames (Bares, Drinks & Destilados) e vários leitores do blog.


Esta degustação era um tanto quanto desafiadora pois o tema divide opiniões: de um lado apreciadores de whiskies frutados e florais, de outro, os amantes dos enfumaçados. De qualquer forma, quem estava presente, independentemente de gosto pessoal, teve a oportunidade de assistir uma verdadeira aula sobre o destilado e de como é o processo de “enfumaçar” o whisky. Quem quiser saber mais sobre o processo pode acessar o post sobre a turfa clicando aqui.

Sobre os whiskies, vamos a eles:

Laphroaig 18 Anos

Terroso, doce e amadeirado.

Ardbeg 10 Anos

O temível monstro de Isla. 50 p.p.m de fenol.

Jura Prophecy

Turfa sutil, fácil de beber, apesar de 35 p.p.m.

Lagavulin 16 Anos

Suave e doce. Fumaça sutil.

Hakushu Distillery

Para mim, o melhor do dia. Mentolado e herbáceo.

Caol Ila (93/06)

Da coleção particular do Alexandre Campos. Finalizado em carvalho europeu ex-Moscatel.

Esta edição teve ainda como ponto alto a degustação de uma bebida que foi a mais aclamada de todas. Gentilmente cedida pelo César Adames que, no fim, acabou ficando sem a garrafa, tamanho o sucesso:

Whisky sobremesa, para adoçar a boca e tirar o gosto de fumaça
Como pode-se perceber, o evento foi bem descontraído. Aproveito para voltar a falar sobre a importância de participar deste tipo de atividade. Oportunidade ímpar de aprofundar os conhecimentos, apreciar boas bebidas e fazer novos amigos. A Single Malt Brasil promove degustações em São Paulo aproximadamente a cada três meses e, eventualmente em outras cidades do país. É só ficar atento ao site: www.singlemaltbrasil.com.br.

Saúde.


terça-feira, 9 de dezembro de 2014

anCnoc Whisky lança novo Single Malt 18 Anos


anCnoc Highland Single Malt Scotch Whisky anunciou o lançamento de sua aguardada expressão de 18 anos. Com apenas 1000 cascos disponíveis em todo o mundo, este malte especial da Knockdhu Distillery irá juntar-se ao premiado portfólio da marca, que celebra a tradicional arte de fazer whisky com um toque moderno.

Amadurecido em carvalho espanhol ex-xerez e tonéis de carvalho ex-bourbon norte-americanos, cada garrafa de 700 ml será vendido com um ABV de 46%. Na boca, o single malt não filtrado a frio está estourando com especiarias orientais e baunilha torrada, com um sabor encorpado e uma onda de mel e caramelo para terminar.

A embalagem permanece fiel ao estilo minimalista da marca anCnoc, caracterizando uma representação artística da paisagem circundante de Knockdhu.

A Gerente da Marca anCnoc, Stephanie Ponte, comentou:
"2014 foi o ano mais ambicioso da anCnoc: nós revelamos uma coleção mundial turfada em abril, duas novas expressões para o mercado de varejo de viagem e nossa imensamente popular Vintage 2000. anCnoc 18 anos tem sido ansiosamente aguardado, é um whisky fantástico, com uma embalagem original, será uma adição visualmente impressionante para qualquer coleção ou um presente de Natal bem-vindo!"

anCnoc, que faz parte da carteira da Inverhouse Distillers, é uma marca intimamente associada às artes e famosos no mundo inteiro, por entusiastas de malte e que traz um toque moderno às tradições do bom whisky, produzindo um single malt acessível e versátil para todas as ocasiões. A marca lançou sua coleção turfada no início deste ano, com quatro expressões de intensidade variável de turfa, com o objetivo de ajudar os bebedores a encontrar um trago para se adequar ao seu paladar e 'uma luz' no escuro e enigmático mundo da turfa.

Sobre anCnoc Highland Single Malt Scotch Whisky
anCnoc Highland Single Malt Scotch Whisky é produzido na Destilaria Knockdhu que foi criada em 1894 e é uma das mais encantadoras e a menor nas Highlands escocesas. É conhecida em todo o mundo por entusiastas de malte por produzir um single malt que faz a cada dia uma ocasião especial.


A nova coleção turfada da anCnoc visa desvendar os mistérios do whisky turfado para os bebedores modernos, esta nova gama da Knockdhu Distillery possui uma leveza clássica, estilo fácil de beber mas com um distintivo esfumaçado. Os quatro primeiros lançamentos da coleção, Rutter, Flaughter, Tushkar e Cutterr foram revelados no início deste ano.


Fonte: whiskyintelligence.com

sábado, 22 de novembro de 2014

Novo Octomore da Bruichladdich - o whisky mais turfado de todos os tempos

A destilaria Bruichladdich pode ter reduzido o seu número de engarrafamentos nos últimos anos, mas eles ainda sabem como se manter no topo. Os destiladores progressistas das Hébridas acabam de lançar duas mais recentes adições à gama, um dos quais é o whisky mais fortemente turfado de todos os tempos.


O primeiro, 2008 Port Charlotte, usa cevada de seis fazendas de Islay, e é amadurecido em uma mistura de carvalho americano e carvalho europeu. A segunda, Octomore Edição 2009 06.3, usa cevada e água das nascentes das Fazendas Octomore. Seu nível de fenol é 258 ppm (partes por milhão) - como um ponto de referência, Laphroaig e Ardbeg geralmente vêm entre 40-60 ppm (com exceção do Supernova, com 100 ppm).

Port Charlotte 2008 Islay Barley, 50% ABV

Nariz: fumaça sutil no início, em seguida, limpas e nítidas notas de peras e maçãs, além de cereal granulado. Muito elegante e fresco.
Paladar: Muito frutado no palato, com maçã fresca e melão, habilmente apoiados por notas de biscoito. A turfa é mais aparente do que no nariz, mas ainda é restrita, e não domina. Não adicione água - este whisky não precisa dela, e mantém-se muito melhor sem.
Final: fresco e frutado, com um fio de fumaça e cevada para acrescentar complexidade.

Agora para os adultos. Os níveis de turfa são altíssimos. Não há como fugir disso: em um 258ppm gritante, o 2009 Octomore é o whisky mais fortemente turfado de todos os tempos. Prossiga com cuidado.

Octomore Edição 2009 06.3 Islay Barley, 64% ABV


Nariz: para quem espera um motim turfoso, em vez disso há uma deliciosamente rica lufada de cevada e, em seguida, um frutado aromático toma conta.
Paladar: grandes sabores. Malte, favo de mel, frutas cozidas e cerejas frescas. Então especiarias (canela e noz-moscada).
Final: camadas de turfa, frutas, especiarias e perfume continuam.

É impressionante que um uísque 64% ABV pode ser bebido sem água, mas neste caso é verdade. Na verdade mesmo, uma pequena gota ajuda, mas apenas um toque, pois afogar este whisky seria criminoso. Há uma explosão de turfa com profundidade e complexidade. A Bruichladdich não se preocupou em apenas turfar a bebida, mas concebeu um whisky que oferece uma faixa de sabor rico.



Fonte: blog.thewhiskyexchange.com

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Desvendando Nº 13: Highland Park 12 Anos

No Highland Park as ilhas revelam um dos melhores maltes do país


Destilaria de malte mais setentrional da Escócia, a Highland Park foi fundada em 1798 por Magnus Eunson: um homem que conseguia conciliar as atividades de pregador, durante o dia, e contrabandista, à noite.

O nome da destilaria não se refere à região produtora de whisky denominada Highlands, uma vez que a ilha de Orkney não faz parte desta região, mas sim do fato de ela utilizar água de duas nascentes que brotavam em High Park (“campos altos”). A fazenda de Magnus Eunson era localizada na “estrada do whisky” que seguia de Kirkwall a Holm. Embora tenha sido detido em 1813, Eunson nunca foi processado. Por outro lado, o oficial que o prendeu, John Robertson, prontamente comprou a propriedade de High Park, junto com a destilaria, e começou a destilar legalmente.

A destilaria foi ampliada e, em meados do século XIX, estava fornecendo matéria-prima para muitas das melhores casas de whisky, como Chivas, Gilbey, Haig, Ballantine e Dewar, bem como vendendo uma pequena parte de sua produção como single malt. Em 1895, James Grant, da Glenlivet, comprou a Highland Park e aumentou o número de alambiques para quatro. Tornou-se parte da carteira da Highland Distiller’s (atual Edrington Group) em 1936. Os proprietários investiram 18 milhões de libras na marca e tem planos ambiciosos de fazer a destilaria uma das dez maiores do mundo.


Em sua primeira encarnação, o Highland Park era produzido de forma peculiar, própria de Orkney. A cevada bere (a linhagem arcaica utilizada pelos primeiros destiladores) foi usada aqui por muito mais tempo do que em outras partes da Escócia. A destilaria também tinha uma “casa de urze”. Nela, buquês de flores secas de urze eram lançados dentro do forno, onde se pensava que a fumaça perfumada daria ao malte um toque aromático adicional. Esses dois fatores deram ao malte de Orkney um estilo e um sabor típicos.

Dos velhos métodos que resistem até hoje, estão os terreiros de maltagem da destilaria, que fornecem 20% do malte. A turfa de Orkney pode ter um grande impacto. Feita quase toda de urze decomposta, parece ser a chave do aroma extremamente evocativo do whisky. Toda a parte turfada do Highland Park é maltada e seca na própria destilaria (a proporção de fenóis é de 20 p.p.m.), o restante é trazido das fábricas de malte da Highland Distiller em Tamdhu.


Para a sua confecção, é usada levedura seca em um sistema de fermentação longa. A destilação é lenta. O resultado é um spirit novo que mescla teor defumado fragrante e um realce cítrico. É doce desde o início, e esta dança entre defumado, doçura, laranja e frutas ricas continua ao longo de todas as suas expressões. Às vezes a turfa domina, em outras a doçura sobressai, ao passo que o envelhecimento reúne estavelmente ambos os elementos em um volume compacto, denso, com mel. O equilíbrio é a chave.

Sua madeira está sob a observância do mestre da madeira George Espie, e desde 2004 não foram utilizados quaisquer tonéis de Bourbon nem feita qualquer coloração com caramelo. Esse é um whisky de tonéis de ex-xerez feitos com carvalho seco e amadurecido europeu e americano. Essa política de madeira dá coerência ao caráter, uma vez que esse é o maior desafio quando se tem sete expressões variando de 12 a 50 anos, sem acabamento.


Antiga e moderna ao mesmo tempo (é controlada por computador), a Highland Park produz um whisky que consegue combinar o melhor de todas as outras regiões da Escócia e fundi-las em um todo coerente. Em resumo, tem turfa, tem mel, tem laranja, uma doçura de calda de caramelo e uma profundidade rica de uvas-passas. Acima de tudo, é bem equilibrado.

Curiosidade: Highland Park é um dos maltes que compõem o blended The Famous Grouse.


O que pude perceber:
Aroma: turfoso, esfumaçado, forte, com um pouco de especiarias e também lembra um pouco de couro. É um aroma que fica no ar, bem cheiroso. Com gelo as características são mantidas, mas de uma forma abrandada, não aconselho. Com água, o aroma é liberado em sua plenitude. Eu diria que acrescentar algumas gotas faz toda a diferença. Dá para sentir um cheiro de fumaça, de defumado, mas bem suave. Dá para sentir também um aroma floral, diferente. Seriam as tais Urzes? Infelizmente não conheço uma para dizer. Para se ter uma ideia, demorei mais tempo cheirando este whisky do que bebendo. O aroma é viciante.
Paladar: bem encorpado, confirma a fumaça e as especiarias. Tem também a doçura do mel e um pouco de frutado. No início, há um leve formigamento na boca, depois seca. O final é bastante longo, seco e esfumaçado. Com gelo fica um pouco mais fresco. Sobressai um pouco mais o frutado. O acréscimo de água suaviza o sabor. Em minha opinião o gelo, e também a água (apesar da água abrir bem mais os aromas) dá uma camuflada no sabor, de modo que eu preferi apreciá-lo puro.

É um whisky maturado em barris de sherry da Espanha, possui a coloração natural, sem adição de caramelo. Em sua caixa, há uma explicação sucinta sobre a história do whisky e de como apreciá-lo, assim como as notas de degustação oficiais, ou seja, o que a destilaria espera que seja sentido ao degustar o whisky. E se prestarmos bem atenção, dá para sentir muita coisa do que está descrito ali. Realmente é um whisky que reúne várias características em uma só garrafa.

Comecei a gostar de whisky pelos blends e já mencionei o caminho que os apreciadores percorrem. Atualmente estou aqui, no single malt turfado, mas o turfado com equilíbrio, não muito forte. O Highland Park supre com louvor esta etapa. Uma pena que ele não seja encontrado aqui no Brasil, a não ser em lojas Duty Free nos aeroportos. Comprei o meu numa destas lojas a U$ 41,00, cerca de R$ 98,00. Não tenho ideia de quanto custaria se começasse a ser importado por alguém. O que posso dizer é que na Escócia ele é respeitado tanto quanto um Macallan, se não mais, uma vez que os escoceses tem uma preferência por whiskies turfados. E já sabem quanto custa um Macallan por aqui, não é? De qualquer forma, dos whiskies que já experimentei, tornou-se o meu favorito. Até agora.


HIGHLAND PARK 12 ANOS

Single Malt: Ilhas Teor Alc 40%

Este whisky vem sendo elogiado por sua qualidade. Há sabores macios de mel de urze, algumas notas temperadas mais ricas e um toque defumado de turfa que envolve toda a boca e torna o final bem seco.













Fontes: whisky, o livro do whisky, o atlas mundial do whisky, wikipedia