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sábado, 3 de fevereiro de 2018

Desvendando Nº 61: Ballantine's Finest


Hoje e nos próximos reviews estarei atendendo a uma série de pedidos realizados aqui no blog. São whiskies standard, acessíveis nos nossos supermercados, de ótimo custo e, para a grande maioria, a porta de entrada para este fascinante mundo.

Começarei falando sobre o Ballatine's Finest que, hoje, deve ter a mais extensa gama de blended whiskies do mundo. Isso inclui o Ballantine's Finest e uma série de blends com várias declarações de idade, entre elas as versões de 12, 17, 21 e 30 anos.

O Ballantine's foi pioneiro em blends envelhecidos e produziu pela primeira vez o carro-chefe 30 anos no final da década de 20, a partir de estoques especiais de whisky de malte e grão que tinham sido separados anos antes com a ideia, já em mente, de criar um produto superpremium.

Essa antevisão permitiu ao blend estabelecer uma posição forte e competitiva no topo do mercado, posição esta que, apesar de várias mudanças de propriedade, sempre manteve, desde então, a empresa em boa situação.


Relativamente difícil de encontrar no mercado do Reino Unido, o Ballantine's Finest a bastante tempo é popular em outros lugares da Europa, e as demais expressões premium gozam de enorme sucesso no extremo oriente, especialmente na China, Japão, Coréia do Sul e mercados asiáticos livres de impostos.

A série agora vende cerca de 5,5 milhões de caixas de 9L por ano, o que o torna o terceiro whisky escocês mais vendido do mundo em volume.

O blend destaca-se por sua complexidade, com mais de 40 whiskies de malte e grão diferentes na mistura. Os dois single malts de Speyside, Glenburgie e Miltonduff formam a base do blend, mas maltes de todas as partes da Escócia também são empregados. Para a maturação, Ballantine's dá preferência principalmente ao uso de barris que foram de bourbon, pelo efeito de baunilha e pelas notas doces e cremosas.

O que pude perceber:
Características: cor de pallha escura, pouco corpo.
Aroma: floral e frutado, amadeirado e com um pouco de cereais. Sensação de algo crocante. Whiskies de grãos ao fundo. Bastante baunilha. Pouca evidência de álcool, apesar de poder ser notado. Doce, lembra barra de cereal. Fresco. Um pouco de ameixas e um pouco amendoado. Cravo sutil. Nenhuma fumaça. A adição de um pouco de água o deixa mais suave, mais doce, evidencia mais os cereais. Maçã e chocolate agora dão o tom. Aromas de frutas cítricas aparecem. O amadeirado e a baunilha também se fazem presentes e, desta vez, aparece uma nota mentolada. Mais uma vez nada de fumaça e nada de álcool. Acrescentando uma pedra de gelo, a impressão que tive no olfato foi a de um chá gelado. Cereais e baunilha roubam a cena, dividindo o espaço com um pouco de chocolate ao leite. Outros aromas se fecham quase que completamente.
Paladar: baunilha, cereais, uma certa picância, bastante presença dos whiskies de grãos, finalização quente e picante. Notas frutadas, algo de maçã e um finalzinho de chocolate. O álcool também não se mostrou muito presente. Na segunda vez que experimentei já aparece um fundinho de malte na finalização. Com um pouco de água ficou sedoso, doce, baunilha, amadeirado e frutado. A picância sentida desde o início agora ficou mais na finalização. As notas dos whiskies de grãos diminuíram, dando um pouco mais de destaque para o malte. Especiarias dão um tom condimentado. A adição de uma pedra de gelo confirma o sentido no aroma, um “chá” gelado alcoólico. Evidencia agora um herbal, algo mentolado, como folhas de hortelã. Cereais, baunilha, chocolate e um amadeirado sutil também estão presentes. Desta vez a sensação de picância diminuiu consideravelmente, quase que sumiu, ficando um resquício apenas na finalização.


Depois de algum tempo voltei a experimentar este whisky que, junto com seu irmão mais velho, foi por onde comecei a trilhar o caminho desta espetacular bebida. Um dos whiskies mais vendidos no mundo e campeão de vendas também aqui no Brasil, onde seu preço é bastante competitivo, o que o deixa como sendo um excelente custo x benefício.

Whisky doce, onde predominam as notas de baunilha e chocolate, além de um frutado característico dos maltes de Speyside. Os whiskies de grãos são notados claramente, mas isto é uma marca registrada dos whiskies standards menos envelhecidos.

Para mim, ficou melhor equilibrado acrescentando apenas um pouco de água. O gelo mascara muito seus aromas e sabores, mas cai muito bem se ele for bebido em uma balada, pois o gelo o deixou bem refrescante, com as características citadas de chá gelado. Aliás, a própria marca aconselha que ele deve ser bebido em drinks, com bastante gelo. É uma alternativa para ser experimentado para aqueles que não gostarem de apreciá-lo puro.

Chegou a ser citado por várias vezes por Jim Murray em sua Whisky Bible como o melhor do mundo em sua categoria. Lobby? Deixo esta pergunta no ar e a resposta é com vocês, leitores.

Deixando estas questões e intrigas de lado, é um whisky de qualidade a um preço competitivo na sua categoria e muito fácil de ser encontrado, presente em quase todas as prateleiras de supermercado.




Ballantine's Finest

Blend Teor Alc 40%


Um blend doce, de textura macia, com notas de chocolate, baunilha e maçã, provenientes dos maltes de Speyside.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Desvendando Nº 50: The Famous Grouse Finest


A empresa Matthew Gloag & Son foi aberta em 1800 como uma mercearia de vinhos e destilados em Perth. Pelas próximas gerações, a companhia cresceu bastante e começou a fazer estoques de whiskies finos através de parceria com as principais destilarias.

O blend mais vendido na Escócia foi criado pelo empresário em 1896. No início, a bebida era conhecida simplesmente como The Grouse Brand e sua filha Phillipa criou o rótulo. Mais tarde se tornou The Famous Grouse. Foi um passo bastante incomum para a época, pois todas as marcas carregavam o nome de seus fundadores. O tetraz vermelho (red grouse, em inglês) é uma ave de caça bastante comum nas Highland escocesas. A empresa passou de geração a geração até 1970, quando os impostos sobre heranças obrigaram a família a vendê-la para a Highland Distillers, que hoje faz parte do Edrington Group.

Por sua qualidade e sua consistência, o blend ganhou ótima reputação em pouco tempo, e em 1897 os anúncios da marca já traziam ao lado do nome as palavras “The Famous” (o famoso, em português) em estilo manuscrito. As vendas cresceram mais que o mercado nos 20 anos seguintes e a visibilidade dos produtos The Famous Grouse aumentou. Hoje, com vendas que chegam a quase 3 milhões de unidades por ano, a marca é uma das dez maiores do mundo.


O Edrington Group tem algumas das melhores destilarias produtoras de single malt da Escócia, entre elas, Highland Park, Macallan e Glenrothes. Naturalmente, há altas proporções desses excelentes whiskies no blend.

Ao whisky The Famous Grouse é dispensada grande importância ao processo de casamento, através do qual, depois do blending, o whisky é reduzido a 45% ABV e passa vários meses descansando em barris de xerez, para permitir que as interações entre malte, grão e água atinjam um equilíbrio. Isso gera um produto consistente, que é, então, filtrado à temperatura bastante branda de 4ºC, usando-se um filtro largo, para que se mantenham, tanto quanto possível, o sabor e a textura originais do whisky. A empresa também produz vários blended malts, com envelhecimento de 10 a 30 anos.

O que pude perceber:
Características: cor dourada, pouco corpo.
Aroma: o whisky número 1 da Escócia tem uma explosão de aromas. Difícil definir cada aroma sem se concentrar para tal. Primeiramente, o que fica mais evidente são as especiarias, provavelmente provenientes dos barris de xerez, bastante presentes. Picante, frutado e amadeirado. Um pouco de cereais mas, neste whisky, os whiskies de grãos não estão tão evidentes, embora possam ser sentidos, de maneira sutil. Um pouco de amêndoas e um certo toque defumado podem ser sentidos. Embora proporcione um certo ardor nas narinas, o álcool não se mostra muito forte. Chocolate amargo e açúcar mascavo completam esta primeira incursão pelo aroma. Com a adição de um pouco de água, evidenciam-se os cereais. Em seguida, surgem baunilha e açúcar mascavo. Nozes, amêndoas e um defumado sutil. Continua picante. Com uma pedra de gelo se torna um cereal mentolado. Mais fresco e mais suave. Mais frutado e mais cítrico também. Desta forma, sente-se um pouco mais da influência do xerez.
Paladar: no paladar é onde os whiskies de grãos ficam evidentes um pouco mais, deixando, de início, um certo amargor, que logo passa, sendo sobrepujado, então, pela baunilha. Notas de especiarias também surgem, juntamente com um amadeirado. Aparecem também amêndoas, nozes e um certo frutado. Finaliza de uma maneira um pouco picante. Possui finalização média. Com água, continuam os cereais, fica um pouco cítrico, mais suave, mas finaliza de uma forma mais picante e seca do que o normal. O gelo acabou por deixá-lo mais amargo. Os whiskies de grão tomam conta. O final é seco e amargo. Acabou que o gelo deu uma desequilibrada na bebida, não funcionou.


Whisky preferido dos escoceses. Para mim, considero um whisky sazonal, daqueles em que o paladar vai mudando com o tempo.

No início de minhas degustações de whisky, considerei como meu whisky preferido, do dia a dia, quando cheguei a ter de uma vez só, oito garrafas, para não ter o perigo de ficar sem.

Mas o paladar vai mudando com o tempo e, hoje, não o considero mais um whisky que deva ser investido para o dia a dia. Para o meu paladar, se tornou amargo demais. Não sei se foi a sua composição que mudou com o tempo ou se foi meu paladar mesmo. A verdade é que ele não desce redondo como antes. As garrafas que sobraram serviram para presentear os amigos.

De qualquer forma, acredito que o The Famous Grouse seja um whisky coringa. Com ele se estará bem em qualquer ocasião. Num happy hour com os amigos, numa festa, na balada, num churrasco, num final de dia estressante. É um ótimo blend de excelente custo x benefício, superior aos standards comumente vendidos no mercado brasileiro.




The Famous Grouse Finest

Blend Teor Alc 40%


Carvalho e xerez no nariz, bem equilibrado com uma nota cítrica. Repleto de frutas de cores vivas. Limpo, com um final moderado e seco.

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Desvendando Nº 49: Grant's Family Reserve

Finalmente, após um período merecido de férias, estamos de volta e retomando as atividades do blog. Espero que os leitores tenham tido um ótimo final de ano, aproveitado bem as festas e entrado com o pé direito em 2017. Este ano promete. E aqui no blog terá muitas novidades. Começaremos as atividades deste ano com o review de um blend bem conhecido no mercado, bem acessível e de ótimo custo benefício.


A Wiliam Grant & Sons é recohecidamente uma propriedade de família independente por convicção. Como tal, não é tão surpreendente descobrir que a base de sua série de blended whiskies é seu próprio single malt Glenfiddich, combinado com The Balvenie e o pouco conhecido Kininvie, da terceira destilaria do extenso complexo de Speyside.

O que talvez não seja tão valorizado é que Grant's também produz o próprio whisky de grão, e o faz desde 1963, quando uma divergencia entre a Distillers Company levou Charles Gordon, bisneto do fundador, a acreditar que os suprimentos de whisky de grão poderiam estar vulneráveis. Determinado a não confiar no acaso, resolveu construir uma destilaria de grão em Girvan. 

Historicamente, não se trata de um grande centro de destilação. Gordon escolheu o local pela facilidade de acesso ao porto próximo, onde os carregamentos de milho americano podiam ser entregues com segurança e tranquilidade. Ironicamente, tal foi o sucesso dos blends Grant's que uma nova destilaria foi inaugurada em Girvan para fornecer malt whisky adicional, a Ailsa Bay. O blend mais vendido do conjunto é o Grant's Family Reserve, que possui praticamente distribuição mundial. A produção de blended whisky permanece fiel à garrafa triangular que caracteriza as bebidas da empresa.


O que pude perceber:
Características: cor palha claro, médio corpo.
Aroma: defumado, álcool pouco perceptível. Whiskies de grãos suaves combinados com um malte agradável. Cereais. Amadeirado. Baunilha. Adicionando um pouco de água fica mais suave e floral. O álcool some definitivamente, tornando-se quase imperceptível. O defumado diminui e a baunilha fica um pouco mais evidente. Os cereais continuam mostrando as caras. Com uma pedra de gelo pronuncia ainda mais os whiskies de grãos. Cereais e baunilha predominam. O defumado some. Continua suave.
Paladar: suave, um pouco frutado e cereais. É cremoso no palato. O álcool continua não muito perceptível. A baunilha aparece junto com o amadeirado. O defumado sentido no aroma não é precebido no paladar. Finalização seca e média. Com um pouco de água continuam os cereais, provenientes dos whiskies de grãos, só que agora mais acentuados. Fica mais doce e a baunilha se sobressai, junto com um amadeirado dos barris. Com uma pedra de gelo continua os cereais, desta vez, com um toque um pouco amargo. Os whiskies de grãos tomam conta. A finalização também fica um pouco amarga.

Na minha opinião um whisky simples que pode agradar muitas pessoas. Fácil de beber, servirá como um parceiro para o dia a dia pelo seu sabor agradável e não ser muito forte. Conheço muita gente que tem o Grant's como seu whisky favorito. O gelo não funcionou muito bem neste whisky. Funcionou melhor puro ou com a adição de um pouco de água.

É um whisky com bom custo benefício mas, confesso que prefiro o restante da família, já apresentada aqui no blog.




Grant's Family Reserve

Blend Teor Alc 40%


Um nariz de Speyside inconfundível, com notas de malte. Uma sensação gustativa firme, com equilíbrio entre a doçura da banana e da baunilha e as notas de malte amargo. Limpo, mas muito complexo, com final longo e uniforme.

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Desvendando Nº 43: Grand Macnish


Recomendado por Ernest Hemingway, um homem que conhecia o que bebia, o Grand Macnish tem uma longa história com origem em Glasgow, em 1863, quando o merceeiro Robert McNish (mais tarde seria introduzido um “a” no nome da marca) passou a se dedicar ao blending. A empresa foi conduzida por seus dois filhos, John e George, que expandiram os negócios no auge do whisky, durante a década de 1890. As coisas se tornaram difíceis depois da Primeira Guerra Mundial, e a família vendeu a destilaria para a canadense Industrial Alcohol (mais tarde seria a Corby Distilleries) em 1927.

Hoje a Grand Macnish está de volta a Glasgow, sob a administração da MacDuff International, que desenvolve um perfil internacional para a marca e tem a inconfundível garrafa retrô com reentrâncias. Duas expressões blended estão disponíveis: Grand Macnish Original, que usa mais de 40 whiskies no blend, como Robert McNish fazia, e um 12 anos, descrito pela empresa como “mais maduro, frutado e com mais malte”. A garrafa dá a Grand Macnish uma presença marcante na prateleira, e o rótulo tem o lema do clã McNish: Forti nihil difficile (Para o forte nada é difícil).


O que pude perceber:
Características: cor dourada, médio corpo.
Aroma: um pouco de álcool perceptível, mas nada que incomode muito. Passado este início, vem os aromas mais interessantes. Malte e grãos são sentidos ao mesmo tempo, de forma bem equilibrada, um contrapondo-se ao outro. Suave, um pouco de caramelo, amêndoas, um pouco seco, e só então os cereais acabam tomando conta de tudo. Lembra um pouco biscoito de maisena. Adicionando um pouco de água, faz destacar os cereais. A presença do álcool some, deixando uma sensação de crocância, de biscoitos. Com uma pedra de gelo, os cereais dão a tônica no aroma, ficando mais evidentes. O álcool some. O adocicado do caramelo volta um pouco mas não chega a fazer frente aos cereais.
Paladar: cereais, biscoito, um pouquinho de malte. Leve dormência na boca. Finalização bastante curta. Não há a presença de defumado. Com um pouco de água, confirma a crocância, o abiscoitado, porém desta vez aparece um leve amargor. A dormência na boca diminui, mas ainda está presente. Com gelo, o gosto de azedo some, dando lugar a algo que identifiquei como mentolado. O sabor foi melhorando à medida que o gelo ia derretendo, ficando mais palatável.

A minha versão deste whisky é uma edição comemorativa dos 150 anos da The Robert Macnish Company. Achei um whisky bruto, que não faz concessões. É um whisky pesado, simples, sem muita complexidade. Não entrega muito em termos de sabor e gosto. Na verdade, o que chama a atenção é sua garrafa em forma de diamante. É um daqueles whiskies que compramos pelo apelo da embalagem, que é muito bonita.




Grand Macnish Original

Blend teor Alc 40%


Couro antigo e frutas maduras que dão lugar a um aroma parecido com o de conhaque. Notavelmente doce no palato, com influências fortes de baunilha (madeira). Um final prolongado e evolutivo com um defumado suave.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Desvendando Nº 10: Dewar’s White Label


John Dewar nasceu perto de Aberfeldy, em Perthshire, em 1806. Ao sair da escola, trabalhou como aprendiz de carpinteiro em Weem, e cinco anos depois retornou a Aberfeldy para trabalhar com seu irmão James em sua marcenaria. Dois anos depois, foi a Perth para trabalhar com seu tio James Macdonald em seu negócio de bebidas. Após a morte de MacDonald, em 1837, John se tornou um dos sócios e ali permaneceu até 1846, quando decidiu montar seu próprio negócio de vinhos e destilados em Perth.

A empresa cresceu e em 1860 contratou seu primeiro caixeiro-viajante. Em 1871, aos 15 anos, o filho mais velho de John (que tinha o mesmo nome) se juntou à empresa, para, oito anos mais tarde, se tornar sócio. John pai não estava bem nessa época e morreu em 1880, aos 74 anos. O filho assumiu o controle da companhia e pediu ao irmão mais novo, Thomas (Tommy), que à época trabalhava numa destilaria de Leith, que se juntasse a ele. Tommy se tornou sócio em 1885.


Os irmãos estavam prestes a transformar a pequena loja do pai em uma empresa pública. Tommy foi para Londres, para abrir escritórios; passou a viajar pelo mundo e documentou suas viagens de negócios no livro A Ramble Round the Globe (sem edição em português). A empresa foi agraciada pela rainha Vitória com o título real e o tem mantido desde então.

Ao ser comprada pela Bacardi, em 1988, a Dewar’s foi revigorada. A marca foi renovada e investimentos consideráveis foram feitos em todo o negócio. Produtos novos foram desenvolvidos, visando o crescimento do White Label, um dos blends escoceses que mais vendem nos EUA. O primeiro foi uma expressão de 12 anos, Special Reserve, seguida do engarrafamento 18 anos Fouder’s Reserve e de um ultra-premium conhecido como Signature.


O Dewar’s White Label foi criado pelo primeiro misturador da companhia, A. J. Cameron, em 1906. Há cerca de 40 tipos diferentes de whiskies de malte e grão em sua composição, e o puro malte Aberfeldy é o principal ingrediente. Outros single malts do grupo – Aultmore, Craigellachie, Royal Brackla e, em uma proporção menor, MacDuff – também são usados. Embora não esteja disponível em todas as partes do Reino Unido, sua presença é dominante nos EUA. Além disso, é importante em alguns mercados europeus e está em desenvolvimento na Ásia.

A Bacardi expandiu a distribuição global do Dewar’s e fez com que o perfil da marca crescesse ao intensificar os anúncios e o marketing. Os padrões da produção permaneceram altos, e alguns afirmam que houve uma melhora na qualidade do blend. Isso fez com que atingisse a quinta posição entre os blends mais vendidos no mundo.



O que pude perceber:
Aroma: malte, levemente defumado. Um pouco de mel e baunilha. Com um pouco de água fica um pouco mais adocicado, puxando para açúcar mascavo ao mesmo tempo que intensifica o aroma de malte. Apresentou mais um aroma de fundo, de especiarias, que eu não soube identificar quais. Após o whisky descansar um pouco no copo, dá para sentir bem mais o defumado. Este acréscimo de água liberou bem mais o esfumaçado do whisky. Acrescentando uma pedra de gelo ficou mais cítrico.
Paladar: leve dormência na boca. Final seco e um pouco prolongado. Não é amargo, pelo contrário, confirma na boca um pouco da doçura do mel sentido no aroma. A adição de um pouco de água deixou o whisky um pouco cítrico, mas também dá para sentir o sabor levemente esfumaçado. Continua o formigamento na boca e o retrogosto continua um pouco longo. Com gelo ficou mais fresco e mais suave. O ardor da boca diminui e sente-se o sabor de pera madura.

É um whisky levemente encorpado, não muito forte, mas agride um pouco com o álcool no início. É um daqueles que se deve achar o ponto certo para beber. Achando este ponto, torna-se uma bebida bastante saborosa e agradável, principalmente para aqueles que, como eu, apreciam um whisky um pouco defumado (na próxima matéria iremos falar um pouco sobre a turfa). É um whisky honesto, entrega o que se espera de um bom blend standard e tem um bom custo-benefício, podendo ser encontrado na faixa dos R$ 65,00. Encontrei o meu no Pão de Açúcar a R$ 39,99.


Dewar’s White Label

Blend Teor Alc 40%


Doce e urze no nariz. Levemente encorpado, fresco, com características de malte, algumas especiarias. Um final limpo e um pouco seco.









Saúde.

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Fontes: dewars.com, whisky de a a y, o livro do whisky