Hoje e nos próximos reviews estarei atendendo a uma série de pedidos realizados aqui no blog. São whiskies standard, acessíveis nos nossos supermercados, de ótimo custo e, para a grande maioria, a porta de entrada para este fascinante mundo.
Começarei falando sobre o Ballatine's Finest que, hoje, deve
ter a mais extensa gama de blended whiskies do mundo. Isso inclui o
Ballantine's Finest e uma série de blends com várias declarações
de idade, entre elas as versões de 12, 17, 21 e 30 anos.
O Ballantine's foi
pioneiro em blends envelhecidos e produziu pela primeira vez o
carro-chefe 30 anos no final da década de 20, a partir de estoques
especiais de whisky de malte e grão que tinham sido separados anos
antes com a ideia, já em mente, de criar um produto superpremium.
Essa antevisão permitiu
ao blend estabelecer uma posição forte e competitiva no topo do
mercado, posição esta que, apesar de várias mudanças de
propriedade, sempre manteve, desde então, a empresa em boa situação.
Relativamente difícil de
encontrar no mercado do Reino Unido, o Ballantine's Finest a bastante tempo é popular em outros lugares da Europa, e as demais
expressões premium gozam de enorme sucesso no extremo oriente,
especialmente na China, Japão, Coréia do Sul e mercados asiáticos
livres de impostos.
A série agora vende
cerca de 5,5 milhões de caixas de 9L por ano, o que o torna o
terceiro whisky escocês mais vendido do mundo em volume.
O blend destaca-se por
sua complexidade, com mais de 40 whiskies de malte e grão diferentes
na mistura. Os dois single malts de Speyside, Glenburgie e Miltonduff
formam a base do blend, mas maltes de todas as partes da Escócia
também são empregados. Para a maturação, Ballantine's dá
preferência principalmente ao uso de barris que foram de bourbon,
pelo efeito de baunilha e pelas notas doces e cremosas.
O que pude perceber:
Características: cor de
pallha escura, pouco corpo.
Aroma: floral e frutado,
amadeirado e com um pouco de cereais. Sensação de algo crocante.
Whiskies de grãos ao fundo. Bastante baunilha. Pouca evidência de
álcool, apesar de poder ser notado. Doce, lembra barra de cereal.
Fresco. Um pouco de ameixas e um pouco amendoado. Cravo sutil.
Nenhuma fumaça. A adição de um pouco de água o deixa mais suave,
mais doce, evidencia mais os cereais. Maçã e chocolate agora dão o
tom. Aromas de frutas cítricas aparecem. O amadeirado e a baunilha
também se fazem presentes e, desta vez, aparece uma nota mentolada.
Mais uma vez nada de fumaça e nada de álcool. Acrescentando uma
pedra de gelo, a impressão que tive no olfato foi a de um chá
gelado. Cereais e baunilha roubam a cena, dividindo o espaço com um
pouco de chocolate ao leite. Outros aromas se fecham quase que
completamente.
Paladar: baunilha,
cereais, uma certa picância, bastante presença dos whiskies de
grãos, finalização quente e picante. Notas frutadas, algo de maçã
e um finalzinho de chocolate. O álcool também não se mostrou muito
presente. Na segunda vez que experimentei já aparece um fundinho de
malte na finalização. Com um pouco de água ficou sedoso, doce,
baunilha, amadeirado e frutado. A picância sentida desde o início
agora ficou mais na finalização. As notas dos whiskies de grãos
diminuíram, dando um pouco mais de destaque para o malte.
Especiarias dão um tom condimentado. A adição de uma pedra de gelo
confirma o sentido no aroma, um “chá” gelado alcoólico.
Evidencia agora um herbal, algo mentolado, como folhas de hortelã.
Cereais, baunilha, chocolate e um amadeirado sutil também estão
presentes. Desta vez a sensação de picância diminuiu
consideravelmente, quase que sumiu, ficando um resquício apenas na
finalização.
Depois de algum tempo
voltei a experimentar este whisky que, junto com seu irmão mais velho, foi por onde comecei a trilhar o caminho desta espetacular bebida. Um
dos whiskies mais vendidos no mundo e campeão de vendas também aqui
no Brasil, onde seu preço é bastante competitivo, o que o deixa
como sendo um excelente custo x benefício.
Whisky doce, onde
predominam as notas de baunilha e chocolate, além de um frutado
característico dos maltes de Speyside. Os whiskies de grãos são
notados claramente, mas isto é uma marca registrada dos whiskies
standards menos envelhecidos.
Para mim, ficou melhor
equilibrado acrescentando apenas um pouco de água. O gelo mascara
muito seus aromas e sabores, mas cai muito bem se ele for bebido em
uma balada, pois o gelo o deixou bem refrescante, com as
características citadas de chá gelado. Aliás, a própria marca
aconselha que ele deve ser bebido em drinks, com bastante gelo. É
uma alternativa para ser experimentado para aqueles que não gostarem
de apreciá-lo puro.
Chegou a ser citado por
várias vezes por Jim Murray em sua Whisky Bible como o melhor do
mundo em sua categoria. Lobby? Deixo esta pergunta no ar e a resposta
é com vocês, leitores.
Deixando estas questões
e intrigas de lado, é um whisky de qualidade a um preço competitivo
na sua categoria e muito fácil de ser encontrado, presente em quase
todas as prateleiras de supermercado.
Ballantine's Finest
Blend Teor Alc 40%
Um blend doce, de textura
macia, com notas de chocolate, baunilha e maçã, provenientes dos
maltes de Speyside.