Whisky

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terça-feira, 14 de junho de 2016

Whisky de grão

Whisky de grão normalmente refere-se a qualquer whisky feito, pelo menos em parte, a partir de grãos que não seja a cevada maltada, tais como whiskies feitos usando milho, trigo, centeio ou a própria cevada, não maltada. Podem também conter, e a maioria leva na mistura de grãos, algum malte de cevada. Whisky feito de 100% de cevada maltada é normalmente chamado whisky de malte em vez de whisky de grão, embora seja a cevada um grão. 


Raramente temos a oportunidade de experimentar single grain whiskies puros porque quase toda a produção é destinada ao blending e poucos engarrafamentos são disponibilizados.

Enquanto o malt whisky deve ser destilado em um alambique, o whisky de grão é normalmente destilado em uma coluna contínua, de forma que resulta em uma maior percentagem de álcool por volume (ABV), mas com um espírito menos saboroso. Devido a esta prática, whisky de grão raramente é engarrafado por si só, na Escócia, onde é utilizado principalmente para a mistura com whisky de malte para a criação de blended whiskies, que representam mais de 90% de todas as vendas de whisky escocês. A leveza comparativa do whisky de grão, mais claro, de sabor mais neutro, faz com que seja usado para suavizar as características muitas vezes duras dos single malts. 

Whiskies de grãos, ocasionalmente sem-idade, são liberados como whisky single grain se feito em uma única destilaria ou blended grain whisky se combinar espíritos de várias destilarias. É importante salientar que single grain não se refere ao uso de um único tipo de grão para fazer o whisky e sim refere-se a ser feito em uma única destilaria.


Porém, fora da Escócia, o uso de alambiques contínuos de coluna e o uso de um mosto que não seja o de cevada, não são tão intimamente associados com a produção de whisky leve, com pouco sabor, devido à destilação a um nível muito elevado de ABV. Por exemplo, a maioria dos whiskeys americanos e whiskys canadenses são à base de grãos, ou seja, quase todos eles são produzidos usando alambiques de coluna. 

Os alambiques de coluna foram inventados por volta de 1820, a maioria deles seguindo os projetos originais de Aeneas Coffey, um inspetor da alfândega irlandesa. Eles são altos e compostos de duas colunas, um retificador e um analisador. Portanto, destilam mais rapidamente e de forma contínua, além de serem relativamente baratos de se operar. Produzem bebidas mais puras que os single malts e que podem ser até mais fortes, até 94% de teor alcoólico. A pureza deste destilado e a tendência a ser mais moderado no sabor e no aroma do que o malte o torna ideal para as misturas que originam os blends.


A produção na escócia funciona da seguinte forma: a cevada é maltada e misturada em água quente dentro de um mashtun com os cereais não maltados, cozidos sob pressão para amaciar o amido e torná-lo solúvel. O resultado é um líquido açucarado, fermentado com levedura para produzir a wash. No alambique contínuo, a wash atravessa duas colunas com pratos de metal. A wash aquecida é bombeada para o topo da primeira coluna ( o analisador), em que encontra o vapor que sobe por ali. Como o álcool entra em ebulição a uma temperatura mais baixa que a água, pode ser extraído em forma de vapor. Então, o álcool é bombeado para a base da segunda coluna (o retificador). A temperatura da coluna é mais alta na base e mais fria no topo. Quanto mais o vapor subir, maior será o conteúdo de álcool. O alambiqueiro pode retirar o whisky de grão formado com o teor desejado de um dos pratos em que o vapor condensa. Álcool praticamente puro é coletado no topo da coluna e a água é descartada na base.


Assim como o whisky de malte, o whisky de grão tem que ser maturado por no mínimo três anos na Escócia para que possa ser legalmente chamado de whisky.

Curiosidade: pode haver whisky de grão feito de 100% de cevada maltada? A resposta é sim, desde que seja destilado em alambiques de coluna, caso contrário, será um single malt.

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