Whisky de
grão normalmente refere-se a qualquer whisky feito, pelo menos em
parte, a partir de grãos que não seja a cevada maltada, tais como
whiskies feitos usando milho, trigo, centeio ou a própria cevada, não maltada. Podem também conter, e a maioria leva na mistura de grãos, algum malte de cevada. Whisky feito de 100% de cevada maltada é normalmente
chamado whisky de malte em vez de whisky de grão, embora seja a
cevada um grão.
Raramente
temos a oportunidade de experimentar single grain whiskies puros
porque quase toda a produção é destinada ao blending e poucos
engarrafamentos são disponibilizados.
Enquanto o malt whisky deve ser destilado em
um alambique, o whisky de grão é normalmente destilado em
uma coluna contínua, de forma que resulta em uma maior percentagem
de álcool por volume (ABV), mas com um espírito menos saboroso.
Devido a esta prática, whisky de grão raramente é engarrafado por
si só, na Escócia, onde é utilizado principalmente para a mistura
com whisky de malte para a criação de blended whiskies, que
representam mais de 90% de todas as vendas de whisky escocês. A
leveza comparativa do whisky de grão, mais claro, de sabor mais
neutro, faz com que seja usado para suavizar as características
muitas vezes duras dos single malts.
Whiskies de grãos,
ocasionalmente sem-idade, são liberados como whisky single grain se
feito em uma única destilaria ou blended grain whisky se combinar
espíritos de várias destilarias. É importante salientar que single
grain não se refere ao uso de um único tipo de grão para fazer o
whisky e sim refere-se a ser feito em uma única destilaria.
Porém, fora da Escócia, o uso de
alambiques contínuos de coluna e o uso de um mosto que não seja o
de cevada, não são tão intimamente associados com a produção de
whisky leve, com pouco sabor, devido à destilação a um nível
muito elevado de ABV. Por exemplo, a maioria dos whiskeys americanos e whiskys canadenses são à base de grãos, ou seja, quase todos eles são produzidos usando alambiques de coluna.
Os
alambiques de coluna foram inventados por volta de 1820, a maioria
deles seguindo os projetos originais de Aeneas Coffey, um inspetor da
alfândega irlandesa. Eles são altos e compostos de duas colunas, um
retificador e um analisador. Portanto, destilam mais rapidamente e de
forma contínua, além de serem relativamente baratos de se operar.
Produzem bebidas mais puras que os single malts e que podem ser até
mais fortes, até 94% de teor alcoólico. A pureza deste destilado e
a tendência a ser mais moderado no sabor e no aroma do que o malte o
torna ideal para as misturas que originam os blends.
A
produção na escócia funciona da seguinte forma: a cevada é
maltada e misturada em água quente dentro de um mashtun com os
cereais não maltados, cozidos sob pressão para amaciar o amido e
torná-lo solúvel. O resultado é um líquido açucarado, fermentado
com levedura para produzir a wash. No alambique contínuo, a wash
atravessa duas colunas com pratos de metal. A wash aquecida é
bombeada para o topo da primeira coluna ( o analisador), em que
encontra o vapor que sobe por ali. Como o álcool entra em ebulição
a uma temperatura mais baixa que a água, pode ser extraído em forma
de vapor. Então, o álcool é bombeado para a base da segunda coluna
(o retificador). A temperatura da coluna é mais alta na base e mais
fria no topo. Quanto mais o vapor subir, maior será o conteúdo de
álcool. O alambiqueiro pode retirar o whisky de grão formado com o
teor desejado de um dos pratos em que o vapor condensa. Álcool
praticamente puro é coletado no topo da coluna e a água é
descartada na base.
Assim
como o whisky de malte, o whisky de grão tem que ser maturado por no
mínimo três anos na Escócia para que possa ser legalmente chamado
de whisky.
Curiosidade: pode haver whisky de grão feito de 100% de cevada maltada? A resposta é sim, desde que seja destilado em alambiques de coluna, caso contrário, será um single malt.
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