A Jim
Beam é a marca de bourbon mais vendida do mundo e suas origens
remontam ao século XVIII, quando o fazendeiro e moleiro Jacob Boehm,
nascido na Alemanha, mudou da Virgínia para o condado de Bourbon,
nos estado do Kentucky, levando seu pot still de cobre. Conta-se que
Boehm vendeu seu primeiro barril de whiskey em 1795 e em seguida
mudou-se para o condado de Washington, onde herdou terras de seu
padrasto.
Jacob
teve dois filhos, John e David. Quando David Beam esteve à frente da
destilaria, ela mudou o nome para Old Tub. Em 1854, seu filho, que
também se chamava David, transferiu os negócios para o condado de
Nelson, onde instalou a destilaria Clear Springs junto a uma
ferrovia.
Jim
(James Beauregard) Beam era bisneto de Jacob Boehm. Começou a
trabalhar na empresa com 16 anos, em 1880, e os negócios prosperaram
até a Lei Seca forçar o fechamento de Clear Springs.
Beam
fundou a atual destilaria Clermont, próximo a Clear Springs, após o
fim da Lei Seca, em 1933, já com 77 anos. Morreu em 1947, cinco anos
depois de o rótulo Jim Beam aparecer pela primeira vez e dois anos
após a firma ser vendida para Harry Blum, de Chicago, um sócio da
empresa.
A ligação
com a família Beam, no entanto, permanece até hoje, com Fred Noe,
bisneto de Jim e membro da sétima geração da família. O pai de
Fred, Booker Noe, foi reconhecido como um dos grandes nomes da
destilação de bourbon. Clermont, próxima à capital do bourbon,
Bardstown, continua a ser a principal destilaria da Jim Beam, mas sua
produção é complementada pela destilaria Boston, situada perto,
que existe desde 1953. Juntas, as duas fábricas têm uma capacidade
anual de 40 milhões de litros.
Além dos
rótulos Jim Beam, a destilaria produz whiskeys como o Baker's
Kentucky, o Booker's Kentucky, o Basil Hayden's, o Knob Creek, o Old
Crown, o Old Grand-Dad e o Old Taylor.
O estilo
da casa Jim Beam é caracterizado por altas proporções de centeio e
milho no mosto, o restante é composto de cevada maltada. Ultimamente
a marca tem inovado ao lançar uma linha de Bourbon com infusão de
sabores naturais, como por exemplo, mel ou canela. No início de
2014, a Suntory, a mais poderosa e conceituada produtora de whisky do
Japão, comprou a Jim Beam por US$ 16 bilhões.
O que
pude perceber:
Aspecto:
cor âmbar escuro, encorpado.
Aroma:
doce, caramelo, amadeirado, açúcar mascavo queimado. O álcool não
é muito perceptível, apesar de possuir 43% ABV. Possui o aroma de
balas de caramelo. Tem um pouco de baunilha e lembra também bolo de
chocolate. Apesar do aroma doce, não é enjoativo e em nenhum
momento senti a presença marcante do milho, marca registrada dos
bourbons. Aroma bem suave. Com um pouco de água ressalta o caramelo
e a baunilha, além do carvalho e um toque de frutado, que
agora aparece. Com gelo o aroma fica mais fresco, mais suave, menos
doce, com predominância da madeira.
Paladar:
o gosto do caramelo e do amadeirado preenchem a boca. Desta vez,
sente-se um pouco a presença do álcool, deixando uma leve dormência
na boca. Confirma no paladar a baunilha e o açúcar mascavo.
Novamente não percebe-se o milho. Finaliza de uma forma bastante
seca. Com um pouco de água, fica mais macio, mais aveludado e mais
suave. Amenizou um pouco o álcool, evidenciando mais a baunilha. O
gelo, no paladar, deixa a bebida mais cremosa, o álcool some,
diminui ainda mais a ardência na boca, mas diminui também a sua
finalização, que agora ficou bem curta. O gelo torna a bebida bem
palatável, em contrapartida retira um pouco do seu caráter.
Quando
fiz esta degustação não era muito fã de bourbons. Talvez
porque meu paladar não seja muito afeito aos doces. Tanto que preferi abrir a miniatura que acompanha a garrafa para realizar o review do que abrir a garrafa maior e deixá-la guardada aberta. Hoje,
experimentando outros bourbons, não somente os que são
comercializados aqui no Brasil, com variações bem diferentes na composição do mosto, mudei minha visão sobre eles. Acho
que é um nicho de bebidas a ser explorado, tanto quanto o Scotch. Há
bourbons bem interessantes.
Voltando
ao Black, ele me surpreendeu. Primeiro porque não é tão doce e,
segundo, porque o milho não é evidente. Se eu tivesse que escolher
um bourbon para o dia a dia, certamente este estaria entre minhas
opções.
Na forma
de beber, preferi ele com a adição de um pouco de água. O gelo o
descaracterizou e, puro, achei um pouco ardido. De uma forma geral é
um bourbon que pretendo ter sempre em meu bar.
Curiosidades:
● No
rótulo de Jim Beam é possível ler a famosa frase “None Genuine
Without my Signature” (em tradução livre “Não genuíno sem a
minha assinatura”) seguida da tradicional rubrica de James B. Beam.
● O
Master Distiller Jerry Dalton (1998-2007) foi o primeiro homem a não
pertencer a família Beam a ocupar esse importante cargo na
destilaria.
Jim Beam
Black 8 Anos
Bourbon
Teor Alc 43%
Essa
expressão possui mais profundidade que a White Label, com notas de
baunilha e de frutas mais complexas, além de alcaçuz e centeio
doce.
Acabei meu WT 81 e parti para o Jim Beam Black...estou tomando ele sem gelo ou sem adição de água e realmente notei muita diferença. Muito mais seco na boca e forte finalização. Bem diferente de outros Jim Beams ou até mesmo de outros Bourbons....está valendo o investimento
ResponderExcluirLuis Domingos, o Jim Beam Black é realmente diferenciado. Continue acompanhando e participando. Um abraço.
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