A
história da destilaria Glenmorangie já foi contada neste blog
quando foi publicado o review do Glenmorangie Original 10 Anos. Quem quiser
conhecer ou relembrar, basta clicar aqui. Hoje começaremos a falar
das vertentes do Glenmorangie Original, ou seja, as finalizações em
barris do seu portfólio. Começando com a finalização em xerez, o
Glenmorangie Lasanta.
A
destilaria Glenmorangie (vale da tranquilidade, em gaélico) ainda
hoje divide opiniões por sua devoção ao envelhecimento em barris
diversos, o que ofende alguns puristas. Foi na metade da década de
1990, sob influência de sua então detentora, Macdonald & Muir,
que trabalhava bastante com vinhos, que ela passou a introduzir
diferentes acabamentos, de variações do xerez, como o fino, a
vinhos Madeira, Porto e franceses. Depois, apresentou também o
carvalho virgem americano. A política de madeiras da Glenmorangie
está entre as mais desenvolvidas da indústria.
A
companhia seleciona suas árvores nas montanhas Ozark do Missouri,
estas devem possuir pelo menos cem anos. São árvores de crescimento
lento e de grãos apertados, que minimizam o efeito do carvalho no
whisky maturado, produzindo um malte que retém o máximo possível
da personalidade do espírito original. Esta madeira é então curada
ao ar livre, transformada em barris e emprestada por quatro anos à
destilaria Jack Daniel's em Lynchburg, no Tennessee.
Após
chegar à Escócia, os barris são então preenchidos com o espírito
novo e maturados por dez anos para formar o famoso Glenmorangie Original. A parte não engarrafada, será transferida para outros
barris, por mais dois anos, onde ganharão os mais diversos aromas e
sabores, dependendo do tipo de barril. O whisky de hoje, foi
finalizado por dois anos em barris que antes continham vinho xerez.
O que
pude perceber:
Características:
cor âmbar, encorpado.
Aroma:
aroma característico do jerez. Especiarias, picante. Também possui
nozes, amêndoas e um frutado bem suave, cítrico. Sente-se um pouco
de ameixas pretas, canela e gengibre. O adocicado também é
perceptível, com um pouco de baunilha e caramelo. Nota-se bem o
malte e a madeira junto a ele. O álcool é imperceptível no olfato.
A adição de um pouco de água acentua ainda mais o jerez. As notas
de amêndoas e frutas continuam. Nota-se agora um amadeirado
juntamente com baunilha. Torna-se um pouco menos picante.
Paladar:
quente e picante. Nota-se bem um frutado, confirmando as notas de
ameixas pretas. O álcool, da mesma forma que no aroma, não se faz
presente. Há também uma certa doçura, que equiibra o malte. A
finalização é seca, de especiarias. É bem oleoso, cremoso, com as
notas de amêndoas juntamente com um toque de chocolate amargo. A
adição de um pouco de água acentua o frutado, o amadeirado, a
baunilha, finalizando com especiarias.
Lasanta é
o gaélico para “calor e paixão” e é produzido a partir do
Glenmorangie Original de dez anos, finalizado por dois anos em barris
que antes continham os vinhos xerez Oloroso e Pedro Ximenez. Filtrado
a frio. Anteriormente era vendido em uma versão de 46% ABV
finalizado unicamente em barris de vinho Oloroso e não filtrado a
frio. O acréscimo do vinho Pedro Ximenez veio para trazer uma doçura
ao malte e equilibrá-lo com a sua característica picante.
Quando
experimentado no paladar, não se deve confundir a picância que faz
esquentar a boca com o álcool, Esta é uma bebida muito fácil de se
beber em que não se percebe a presença do álcool. Não me
atrevi a experimentar este whisky com gelo, achei que iria estragar a
experiência.
É um
excelente whisky, complexo, equilibrado, muito bem balanceado. Aromas
e sabores convivendo harmoniosamente, sem um se sobressair mais que
outro. É uma bebida que ao meu paladar, posso dizer que ficou “no
ponto”. Muito bem recomendado. Acredito que quem comprá-lo, não irá se arrepender.
Glenmorangie Lasanta
Single Malt: Highland Teor Alc 43%
Nova embalagem e redução do teor alcoólico não foram as únicas mudanças feitas para obter este final de xerez bem equilibrado: também é engarrafado filtrado a frio.
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