Tomatin significa “Colina
dos Zimbros” em gaélico, o que descreve seu belo cenário nas
Montanhas Monadhliath.
Com 23 alambiques e uma
capacidade de 12 milhões de litros, a Tomatin foi o colosso da
indústria de whisky de malte. Em 1974, ofuscou até mesmo a
Glenfiddich, que continua com capacidade para 10 milhões de litros.
Ela se tornou a maior destilaria da Escócia e perdia apenas para a
destilaria Hakushu no Japão.
A Tomatin foi fundada em
1897 e levou um tempo para virar gigante. Seus dois alambiques foram
aumentados para quatro em 1956. Em seguida, a expansão foi rápida
até chegar ao auge, na década de 1970. A Tomatin lutou como uma
destilaria independente até 1985, mas um ano depois a casa foi
vendida para dois de seus clientes de longa data, Takara Shuzo e
Okara & Co., tornando-se a primeira destilaria escocesa em mãos
japonesas.
Com 11 alambiques a
menos, a produção foi reduzida para 5 milhões de litros. Mesmo
assim, é atualmente a segunda maior destilaria da Escócia, sendo
ultrapassada pela Glenfiddich. É também uma das destilarias mais
altas da Escócia, situando-se a 312 metros acima do mar.
Seus alambiques possuem
boil balls integrados nos gargalos, com cintura estreita, para
estimular o refluxo. A destilaria também possui sua própria
tanoaria, onde tonéis são feitos e mantidos por tanoeiros. O whisky
Tomatin é maturado principalmente em tonéis de carvalho americanos,
previamente usados para bourbon, com algumas pipas de jerez para
conferir uma nota de jerez aos maltes.
Como destilaria de grande
porte, a Tomatin desenvolveu um malte abrangente, capaz de atender
aos inúmeros blends. Não é o mais complexo nem o mais assertivo
dos malts, embora seja bem mais saboroso do que se imagina. Para o
iniciante que deseja passar dos single malts mais leves para uma
bebida mais marcante, experimentar o Tomatin vale a pena.
O whisky campeão de
vendas da Tomatin é o padrão 12 anos. As expressões 18 e 25 anos
fazem parte da produção principal, enquanto versões mais
envelhecidas e vintages específicos são lançadas esporadicamente.
O que pude perceber:
Características:
dourado, cremoso, encorpado.
Aroma: malte, terra
molhada, chocolate meio-amargo, amadeirado, amendoado, cereais,
frutado, passas, pera e frutas vermelhas. Não há evidência de
álcool apesar dos 43% ABV. Além de um certo aroma herbal,
possui também frutas cítricas, mel e açúcar mascavo. Com água
libera notas de maçã, malte e nozes. Terra molhada, cereais, açúcar
mascavo, frutas cítricas, abacaxi e especiarias leves.
Paladar: bastante fresco, nota-se mel, açúcar
mascavo, amadeirado, malte, frutado, pera, maçã, frutas secas,
ameixas e uma leve picância. Com um pouco de água, sabor herbal,
frutas brancas, como maçã e pera, mel e baunilha. Ficou um pouco
mais picante, principalmente na finalização, onde deixou a boca um
pouco dormente.
Bem sedoso e prazeroso.
Experimentei na companhia do amigo Alexandre Tito, grande conhecedor
e colecionador de whiskies. Na ocasião, ele levantou a questão de
que este whisky se parecia com outro, bem famoso. Então fomos tirar
a prova e compará-los. E realmente ambos se parecem muito. Estamos
falando do Glenfiddich 12 anos. A semelhança é incrível. Acho que a competição no tamanho e capacidade das destilarias influenciou inclusive no sabor.
Whisky
muito fácil de beber e de um excelente custo x benefício. Uma
garrafa para se ter sempre no bar e um verdadeiro curinga. A única
diferença gritante em relação ao Glenfiddich, na minha opinião, é
a finalização, que no Tomatin é bem picante. Maturado em barris
ex-bourbon e ex-jerez, talvez deste último barril venha a sua
picância.
Tomatin 12 Anos
Single Malt: Terras Altas
Teor Alc 43%
Um malte com o estilo de
Speyside, suave, macio e centrado.