Whisky

Whisky

terça-feira, 31 de maio de 2016

Desvendando Nº 40: Chivas Regal Extra

O primeiro lançamento da Chivas após quase dez anos, quando lançou sua expressão de 25 anos.


Criado a partir de uma mistura excepcional de whiskies raros e envelhecido em barris de sherry Oloroso da Espanha, é um blend único. O segredo para o seu sabor encontra-se na rica doçura do sherry espanhol reagindo com a madeira do barril. O resultado é um whisky que é profundo no aroma, rico no sabor frutado e generoso na doçura. Para os apreciadores exigentes, é uma experiência de sabor sem igual.

Quem quiser saber mais sobre a Chivas, basta clicar aqui.

O que pude perceber:
Aspecto: cor âmbar médio, de médio corpo para encorpado.
Aroma: o primeiro aroma que se nota quando se enche o copo é o de ameixas. Porém, quando se aproxima o copo das narinas, o álcool é que se pronuncia. Depois, confirma o aroma inicial sentido, de ameixas desidratadas. As características dos tonéis de jerez também são muito perceptíveis, tomando conta do aroma. Mesmo com o jerez se sobressaindo, entregando algumas notas picantes como canela e uma pitada de gengibre, dá para sentir também um certo adocicado, de chocolate ao leite. A característica frutada também está presente. Lembra um pouco de terra molhada. Com um pouco de água o aroma fica mais seco, o álcool diminui, acentua as características do jerez e permanece aquela sensação de terra molhada. O álcool agride menos as narinas. Com uma pedra de gelo, o aroma fica mais refrescante, mentolado mas, no geral, todas as notas se contraem, permanecendo as características do jerez bem no fundo, quase em segundo plano.
Paladar: seco, grãos, picante, quente. Confirma as ameixas, o frutado e as características do jerez. Há uma leve nota de baunilha juntamente com amêndoas. Deixa uma leve dormência na boca e finaliza com especiarias. Com a água fica mais aveludado, mais redondo, as notas dos whiskies de grãos somem dando lugar à predominância do jerez com suas notas apimentadas, condimentadas. A finalização continua quente e apimentada. A adição de uma pedra de gelo muda quase que totalmente a bebida, fazendo com que as especiarias deem lugar ao frutado, com um toque mentolado. A finalização fica curta, desta vez não é quente, pelo contrário, é refrescante, sem as especiarias, mas com o frutado.


É um whisky bastante cremoso. Demorei um certo tempo para compreendê-lo. Talvez por estar acostumado com o Chivas 12, com suas características frutadas e doces, porém suaves. Este é contundente. Logo de cara ele já surpreende com o aroma forte do jerez e o álcool pronunciado, o que eu não esperava. Isso me chamou bastante a atenção e o álcool me incomodou um pouco. Leva um tempo para se acostumar e driblar estes aromas, a fim de que se possa perceber outras notas. Desta maneira, recomendo adicionar um pouco de água para abrandar o álcool e, assim, poder perceber as outras nuances do whisky. Com relação à sua maturação, os tonéis de jerez fazem toda a diferença. Sua influência é perceptível desde o início e toma conta do espetáculo.

Embora seja um whisky NAS, foi trabalhado para preencher a lacuna entre o Chivas 12 e o Chivas 18 anos. E achei que cumpriu bem esta tarefa. Tem uma qualidade excepcional para um blend nesta faixa de comercialização. No geral, a Chivas conseguiu entregar uma bebida de qualidade superior à um preço não tão abusivo para o nosso mercado. Ótima opção para quem quer experimentar um blend “que não é igual aos outros”. Quando se inicia no mundo do whisky, a tendência é achar que os blends são todos parecidos. Mesmo um novato irá notar a diferença neste Chivas Extra. Uma prova de que pode-se fazer ótimos whiskies sem levar em consideração sua idade.




Chivas Regal Extra

Blend Teor Alc 40%

Doce e frutado com toques de peras maduras, caramelo, baunilha, canela, café amanteigado, chocolate ao leite e fundo de amêndoas.


sexta-feira, 20 de maio de 2016

2º Encontro do Clube do Whisky

Sexta passada, 13 de maio, ocorreu no Rio de Janeiro o segundo encontro do Clube do Whisky, reunião de apaixonados pela bebida e que tem a rede social Facebook como plataforma de notícias.

Michel Ivan Texier Verdugo, Alexandre Tito, José Tiago de Castro, Filipe Vidal e eu
O grupo tem como objetivo a divulgação do whisky e a troca de informação e experiência entre os participantes. O Clube, que foi criado em meados do ano passado, conta já com mais de 800 integrantes espalhados por todo o país, o que propicia a realização de eventos nas mais diversas cidades. Para este segundo encontro, a cidade escolhida foi o Rio de Janeiro. Outros eventos em outras localidades estão sendo estudados pelo grupo.

Na confraternização, realizada na Tabacaria do Ouvidor, além da oportunidade de conhecer os amigos que conhecíamos até então somente através da rede social, pudemos trocar valiosas experiências. E como não poderia ser diferente, oportunidade também para degustar belíssimos exemplares de whisky, entre blendeds e single malts, provar ótimos petiscos, além de desfrutar de um ambiente agradável e propício à degustação.

Haig Club e Moonshine Ole Smoky Harley Davidson
Na ocasião, foram degustados os seguintes whiskies: Haig Club, Moonshine Ole Smoky Harley Davidson, Dalmore Valour, Balvenie Triple Cask 12 Anos e Glenfiddich 18 Anos, todos levados pelos membros do clube. Havia whiskies de diversos tipos para todos os gostos.

Balvenie Triple Cask 12 Anos, Dalmore Valour e Glenfiddich 18 Anos
O evento, além de ter sido um sucesso, foi prestigiado pelo ilustre Michel Ivan Texier Verdugo, da Whisky Malt Chile, Alexandre Tito, conhecedor e colecionador de whiskies e charutos e grande organizador do encontro, Filipe Vidal, do blog Apreciadores de Whisky e José Tiago de Castro, do canal no Youtube, Destilados Brasil.

Como ponto culminante da festa, o dono da Tabacaria do Ouvidor, Sr Leonardo Bindes, nos brindou abrindo whiskies raros de sua coleção pessoal, como o Pinwinnie Royale e o Grant's Royal 12 Anos. Ainda havia uma versão antiga e rara do Johnnie Walker Black Label:

Pinwinnie Royale, JW Black Label e Grant's Royal 12 Anos
Quem tiver interesse em conhecer e participar do grupo, o endereço no Facebook é Clube do Whisky https://www.facebook.com/groups/1697086430526201/?ref=nf_target&fref=nf.


Novos eventos com certeza surgirão e espera-se, cada vez com a adesão de mais pessoas. Parabéns a todos os envolvidos e até a próxima.

terça-feira, 10 de maio de 2016

Johnnie Walker adiciona “primo” à linha Green Label


Embora não seja o original Johnnie Walker Green Label que reapareceu nas prateleiras das lojas em muitos mercados a partir do final de 2014, um novo primo do Rótulo Verde vai estrear no varejo de viagem neste inverno. Johnnie Walker Island Green é, como o original, um blended malt, embora tenha uma mistura diferente de maltes do Green Label. De acordo com um comunicado da Diageo, a nova mistura dá mais peso para o Caol Ila, whisky defumado de Islay, equilibrando com maltes de Clynelish, Glenkinchie e Cardhu.

Esta é a primeira vez que a Johnnie Walker faz uma expressão de blended malt amplamente disponível em varejo de viagem, onde a marca sempre teve uma grande presença com os seus blends. O movimento visa atrair consumidores amantes de blended escoceses que querem explorar whiskies de malte. A Diageo, com isso,  oferecerá aos seus clientes um whisky blended malt exclusivo da maior marca de bebidas do seu portfólio.

Como será exclusivo para viajantes, o Island Green não substituirá o Johnnie Walker Green Label nas lojas tradicionais. A nova expressão está programada para ir à venda em julho, a um preço de venda recomendado de US $ 60 por garrafa.


Fonte: whiskycast.com


terça-feira, 3 de maio de 2016

Desvendando Nº 39: Teacher's Clan


A empresa Teacher's foi criada em 1830, quando William Teacher abriu uma mercearia em Picadilly Street, Glasgow. Da mesma forma que outros empresários do whisky como John Walker de Kilmarnoch, William logo ramificou o negócio. Entrou no comércio de destilados e começou a desenvolvê-lo.

William Teacher morreu em 1876, e o controle da firma passou para os filhos William e Adam. O blending tornou-se cada vez mais importante, e 1884 testemunhou um evento de grande importância futura: o registro da marca Teacher's Highland Cream.

Começando como “um item muito pequeno”, o Highland Cream dominou a firma de tal maneira que negócio e marca ficaram inextricavelmente ligados.

Para saber mais sobre o Highland Cream, basta clicar aqui.


Já o Teacher's Clan, é um produto desenvolvido especialmente para o mercado brasileiro. Ao contrário de seu irmão mais velho, Highland Cream, que é engarrafado no Brasil, O Clan é produzido na destilaria Ardmore, na Escócia e engarrafado na origem. Como o Brasil é o número um em vendas para a Teacher's, a empresa resolveu atingir um número ainda maior de apreciadores.

O diferencial desta bebida é que os maltes são maturados primeiramente em barris de carvalho americano de 200 litros. Em seguida recebem um segundo período de maturação em barris menores, de 120 litros, ou Quarter Casks, onde adquirem uma maior influência da madeira, ficando mais suave e com notas acentuadas de baunilha.


O que pude perceber:
Cor: dourado, corpo médio.
Aroma: nitidamente fumaça, defumado e grãos. Álcool pouco perceptível. Se deixar o whisky respirando, o forte aroma defumado suaviza um pouco, deixando transparecer o malte. Dá para sentir também um pouco de chocolate amargo. Um pouco terroso, quase uma terra molhada. Com água seu aroma fica mais fresco, com os cereais tomando conta. A fumaça fica mais suave. Evidencia a terra molhada. O chocolate some. Com uma pedra de gelo a fumaça se expande logo de cara. É ela que agora manda no jogo. Os outros aromas se contraem.
Paladar: inicia um pouco azedo, depois os cereais tomam conta. O chocolate amargo está presente, depois vai finalizando com a fumaça. Sente-se, na finalização, uma leve ardência na boca proporcionada pelo álcool. É seco e a sensação dos grãos permanece. Com um pouco de água, continua azedo no início e os cereais continuam dando o tom. A finalização também continua com o defumado, porém de forma mais sutil. Desta vez o álcool não se pronuncia tanto. O gelo não funcionou no paladar. Ficou meio sem graça. Nenhum sabor em especial se destaca. O amargor sentido no início de todas as degustações é o que fica mais evidente. Finaliza com uma curtíssima fumaça e amargor.

A Teacher's procurou aqui dar um caráter um pouco mais defumado ao seu whisky tradicional, o Highland Cream. E as comparações são inevitáveis. Porém, são whiskies com características diferentes. Enquanto no outro post eu afirmava que passaria uma noite inteira bebendo o Highland Cream com gelo, não aconselho fazer isto com o Clan. Para o meu paladar, ficou completamente intragável. Na minha opinião, a melhor forma de beber o Clan é adicionando um pouco de água. Faz toda a diferença.







Teacher's Clan
Blend Teor Alc 40%

Whisky com um caráter mais encorpado e defumado. Para os apreciadores deste tipo de scotch, possui um ótimo custo x benefício. É diferenciado, para dizer o mínimo.