Whisky

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domingo, 28 de agosto de 2016

Tudo o que você precisa saber sobre whisky indiano

Tudo no whisky indiano é superlativo. Oito das 10 marcas de whisky mais vendidas em 2015 foram feitas na Índia, com apenas Johnnie Walker e Jack Daniel's impedindo a hegemonia.
Quer saber mais? Aqui está um guia com tudo (ou quase) o que você precisa saber:


O que é whisky indiano?

Quase todo o whisky produzido na Índia é feito através da mistura de bebida destilada a partir do melaço fermentado (semelhante ao que conhecemos como rum) com qualquer whisky de grão (milho, trigo, centeio ou cevada) ou whisky escocês pré-misturado. Sendo assim, ele não pode ser vendido na Europa como whisky. A maior marca, Officer's Choice, vendeu surpreendentes 400 milhões de garrafas em 2015.

A Índia faz single malt também?

É uma categoria crescente de whisky indiano, porém, até agora, existem apenas três disponíveis: Amrut (visto pela primeira vez na Europa em 2004), Paul John (2012), e Rampur (novidade este ano).

Pode o whisky indiano ser vendido na Europa?

Pode, mas com exceção do single malt, ele não pode ser rotulado como “whisky” e é normalmente chamado de “bebida espirituosa”. Um exemplo é 8PM, o 18º whisky mais vendido do mundo em 2015.

Como o single malt indiano é feito?

Para ser capaz de ser vendido como whisky na UE e em outros lugares, os single malts indianos são feitos da mesma forma que o Scotch, com cevada maltada em alambiques e envelhecido em carvalho por pelo menos três anos.


De onde vem a cevada?

Devido às temperaturas mais frias, a cevada indiana é cultivada quase que exclusivamente no norte do país, principalmente perto das fronteiras com a China, Nepal e Paquistão. Para as destilarias do sul (Amrut e Paul John), isso significa que a cevada tem que ser transportada em torno de 2.400 quilômetros por estrada até as destilarias. Para whiskies turfados, tanto a turfa quanto cevada pré-defumada são importadas da Escócia.

Existe scotch whisky engarrafado na Índia?

Os regulamentos para o scotch whisky permitem importações de blendeds a granel para serem engarrafados em outro país. A Índia é um dos muitos lugares onde isso acontece, sendo localmente engarrafados o Teacher's, Vat 69 e Black & White.

A Índia não é muito quente para se fazer whisky?

O calor, ao contrário do que se possa pensar, não é um problema para as três destilarias de single malt. As temperaturas médias, mesmo no auge do verão, são de 35°C em Bangalore (casa do Amrut), 31°C em Rampur e 30ºC para Paul John em Goa, acalmada pelo clima marítimo. Como comparação, o bourbon do Kentucky e o whiskey do Tennessee lidam com temperaturas semelhantes.

Não é muito seco?

A falta de umidade é sem dúvida o maior obstáculo enfrentado pelos produtores indianos de whisky por duas razões: ela faz com que tanto o processo de envelhecimento se acelere (cerca de seis vezes, então um whisky indiano de três anos de idade é similar em maturidade a um scotch de 18 anos), e contribui para que uma maior proporção de água do que álcool evapore, de modo que o ABV sobe durante a maturação.

O whisky é bom?

Em uma palavra: sim. Jim Murray classificou o Amrut Fusion com 97 pontos e o título de terceiro Finest Whisky no Mundo em sua Bíblia do Whisky em 2010, o que ajudou a voltar as atenções para os whiskies do país. E seguiram muitos outros prêmios para as outras duas destilarias, incluindo Best Asian Single Malt de 12 anos ou menos para Paul John Select Cask Classic no The World Whiskies Awards 2015. A percepção comum sobre os whiskies indianos é que eles são feitos unicamente a partir de melaço e, portanto, não são de boa qualidade. Mas estas percepções estão mudando.

Como se deve beber?

Tratando-o da mesma forma que trataria um whisky Escocês. Como com todo o whisky, cada degustação vai do gosto particular. Com ou sem água ou gelo, misturado ou puro, como achar melhor. O consenso é que, assim como em muitos países em todo o mundo, os indianos concordam que o whisky é para compartilhar com amigos.

O que o futuro reserva para o single malt indiano?

As vendas estão crescendo cerca de 10% ao ano. As previsões são de que o consumo de single malt indiano explodirá no futuro próximo e que mais destilarias indianas irão produzir mais single malts.


Quais single malts são recomendados?

Para quem nunca experimentou um single malt indiano antes, o Amrut Fusion é uma ótima pedida para começar. Com uma mistura de cevada indiana não turfada e cevada escocesa levemente turfada, é rico, frutado e picante. Se, ao contrário, preferir o whisky não turfado, Paul John Brilliance é frutado e cremoso, produzido exclusivamente com cevada indiana.


Fonte: thewhiskyexchange.com


sábado, 27 de agosto de 2016

Destilaria Kilchoman lança 6ª edição de sua versão 100% Islay


A Destilaria Kilchoman, está pronta para lançar a 6ª edição da sua gama 100% Islay. Kilchoman 100% Islay é um single malt verdadeiramente único.

De divulgação anual, esta versão limitada é um vatting de barris de bourbon ex-Buffalo Trace de primeiro e segundo usos, embarrilada em 2010 e engarrafada em 2016 e será a mais madura lançada até hoje. Produzida exclusivamente com cevada cultivada na destilaria, a gama 100% Islay tem um nível de turfa mais leve em comparação com o resto do portfólio da Kilchoman. Fora criado um estilo único e distinto do malte fresco de Islay.

A destilaria espera que esta 6ª Edição da expressão 100% Islay agrade aos fãs, uma vez que estes tem aumentado significativamente ao longo dos últimos anos. Boa parte deste aumento credita-se à qualidade dos barris de bourbon na qual o whisky é maturado. Eles tem um impacto significativo na qualidade da bebida com uma idade relativamente jovem.

Notas de Prova Kilchoman 100% Islay 6ª Edição, 50% ABV, Bourbon Barrel Matured
Cor: palha.
Nariz: leve, fresco e vibrante, com uma macia fumaça de turfa.
Paladar: fresco e leve, com notas cítricas de limão e com uma doçura no acabamento.
Acabamento: longo, limpo e doce, com graciosa fumaça de turfa.



Fonte: whiskyintelligence.com

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Desvendando Nº 42: Jim Beam Black 8 Anos


A Jim Beam é a marca de bourbon mais vendida do mundo e suas origens remontam ao século XVIII, quando o fazendeiro e moleiro Jacob Boehm, nascido na Alemanha, mudou da Virgínia para o condado de Bourbon, nos estado do Kentucky, levando seu pot still de cobre. Conta-se que Boehm vendeu seu primeiro barril de whiskey em 1795 e em seguida mudou-se para o condado de Washington, onde herdou terras de seu padrasto.

Jacob teve dois filhos, John e David. Quando David Beam esteve à frente da destilaria, ela mudou o nome para Old Tub. Em 1854, seu filho, que também se chamava David, transferiu os negócios para o condado de Nelson, onde instalou a destilaria Clear Springs junto a uma ferrovia.

Jim (James Beauregard) Beam era bisneto de Jacob Boehm. Começou a trabalhar na empresa com 16 anos, em 1880, e os negócios prosperaram até a Lei Seca forçar o fechamento de Clear Springs.


Beam fundou a atual destilaria Clermont, próximo a Clear Springs, após o fim da Lei Seca, em 1933, já com 77 anos. Morreu em 1947, cinco anos depois de o rótulo Jim Beam aparecer pela primeira vez e dois anos após a firma ser vendida para Harry Blum, de Chicago, um sócio da empresa.

A ligação com a família Beam, no entanto, permanece até hoje, com Fred Noe, bisneto de Jim e membro da sétima geração da família. O pai de Fred, Booker Noe, foi reconhecido como um dos grandes nomes da destilação de bourbon. Clermont, próxima à capital do bourbon, Bardstown, continua a ser a principal destilaria da Jim Beam, mas sua produção é complementada pela destilaria Boston, situada perto, que existe desde 1953. Juntas, as duas fábricas têm uma capacidade anual de 40 milhões de litros.

Além dos rótulos Jim Beam, a destilaria produz whiskeys como o Baker's Kentucky, o Booker's Kentucky, o Basil Hayden's, o Knob Creek, o Old Crown, o Old Grand-Dad e o Old Taylor.

O estilo da casa Jim Beam é caracterizado por altas proporções de centeio e milho no mosto, o restante é composto de cevada maltada. Ultimamente a marca tem inovado ao lançar uma linha de Bourbon com infusão de sabores naturais, como por exemplo, mel ou canela. No início de 2014, a Suntory, a mais poderosa e conceituada produtora de whisky do Japão, comprou a Jim Beam por US$ 16 bilhões.


O que pude perceber:
Aspecto: cor âmbar escuro, encorpado.
Aroma: doce, caramelo, amadeirado, açúcar mascavo queimado. O álcool não é muito perceptível, apesar de possuir 43% ABV. Possui o aroma de balas de caramelo. Tem um pouco de baunilha e lembra também bolo de chocolate. Apesar do aroma doce, não é enjoativo e em nenhum momento senti a presença marcante do milho, marca registrada dos bourbons. Aroma bem suave. Com um pouco de água ressalta o caramelo e a baunilha, além do carvalho e um toque de frutado, que agora aparece. Com gelo o aroma fica mais fresco, mais suave, menos doce, com predominância da madeira.
Paladar: o gosto do caramelo e do amadeirado preenchem a boca. Desta vez, sente-se um pouco a presença do álcool, deixando uma leve dormência na boca. Confirma no paladar a baunilha e o açúcar mascavo. Novamente não percebe-se o milho. Finaliza de uma forma bastante seca. Com um pouco de água, fica mais macio, mais aveludado e mais suave. Amenizou um pouco o álcool, evidenciando mais a baunilha. O gelo, no paladar, deixa a bebida mais cremosa, o álcool some, diminui ainda mais a ardência na boca, mas diminui também a sua finalização, que agora ficou bem curta. O gelo torna a bebida bem palatável, em contrapartida retira um pouco do seu caráter.

Quando fiz esta degustação não era muito fã de bourbons. Talvez porque meu paladar não seja muito afeito aos doces. Tanto que preferi abrir a miniatura que acompanha a garrafa para realizar o review do que abrir a garrafa maior e deixá-la guardada aberta. Hoje, experimentando outros bourbons, não somente os que são comercializados aqui no Brasil, com variações bem diferentes na composição do mosto, mudei minha visão sobre eles. Acho que é um nicho de bebidas a ser explorado, tanto quanto o Scotch. Há bourbons bem interessantes.

Voltando ao Black, ele me surpreendeu. Primeiro porque não é tão doce e, segundo, porque o milho não é evidente. Se eu tivesse que escolher um bourbon para o dia a dia, certamente este estaria entre minhas opções.

Na forma de beber, preferi ele com a adição de um pouco de água. O gelo o descaracterizou e, puro, achei um pouco ardido. De uma forma geral é um bourbon que pretendo ter sempre em meu bar.


Curiosidades:
● No rótulo de Jim Beam é possível ler a famosa frase “None Genuine Without my Signature” (em tradução livre “Não genuíno sem a minha assinatura”) seguida da tradicional rubrica de James B. Beam.
● O Master Distiller Jerry Dalton (1998-2007) foi o primeiro homem a não pertencer a família Beam a ocupar esse importante cargo na destilaria.




Jim Beam Black 8 Anos

Bourbon Teor Alc 43%


Essa expressão possui mais profundidade que a White Label, com notas de baunilha e de frutas mais complexas, além de alcaçuz e centeio doce.

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Construção de nova destilaria em Edimburgo recebe luz verde

A destilação de whisky single malt está a um passo de voltar à capital da Escócia após uma ausência de 90 anos. O Conselho da Cidade de Edimburgo aprovou um pedido para transformar o edifício Engine Shed, no terreno de St Leonards, em uma destilaria de whisky de malte e um centro de visitantes.


O Holyrood Park Distillery é um desenvolvimento conjunto de David Robertson, ex-mestre destilador da Macallan, e Rob e Kelly Carpenter, fundadores da filial canadense de The Scotch Malt Whisky Society. Será a primeira destilaria de whisky single malt de Edimburgo desde que Glen Sciennes fora fechada na década de 1920. O trabalho terá início no local nos próximos meses e a empresa pretende começar a destilar e abrir as suas portas ao público em 2018. Com uma operação de pequena escala, irá produzir inicialmente apenas 53.000 litros de álcool por ano, resultando em cerca de 140.000 garrafas de malte maduro em torno de 8 a 12 anos.

O Holyrood Park Distillery irá empregar cerca de 25 funcionários em diferentes níveis, de estagiários, guias, destiladores experientes a gerentes de produção.

A destilaria também sediará um complexo educacional para ser utilizado como um recurso da comunidade e uma escola para aprender sobre a destilação e a rica história do local. Os visitantes poderão desfrutar de uma variedade de bebidas espirituosas, como parte da experiência de turismo. A destilaria ambiciona ainda criar em seu pátio um mercado de fim de semana para o artesanato e produtos locais.

Edimburgo tem uma longa e orgulhosa história na produção de whisky. Voltando ao final de 1700, havia oito destilarias licenciadas e estima-se que pode ter havido mais de 400 alambiques ilegais. A produção urbana caiu fora de moda, mas está vivendo um boom, com destilarias aparecendo em algumas das cidades icônicas do mundo, incluindo Nova York, Londres, Dublin, Glasgow, Portland, Nashville, New Orleans, LA, Detroit, San Francisco e Austin.

Glen Sciennes foi a última destilaria de whisky single malt a operar em Edimburgo e também estava localizada na área de St. Leonards. Os alambiques da destilaria estavam localizados perto do Engine Shed antes de seu fechamento em 1925 e posterior demolição.


Fonte: whiskyintelligence.com


terça-feira, 23 de agosto de 2016

Destilaria Glengyle lança Kilkerran 12 Anos


Finalmente é lançado o primeiro single malt Kilkerran na faixa etária em que a destilaria Glengyle deverá manter como padrão.

A destilaria Glengyle foi fundada em 1872 e fechada em 1925. Reabriu suas portas e começou a produzir novamente no início de 2004. A primeira data de destilação foi em 25 de março de 2004, quando o primeiro espírito oficial destilado saiu dos alambiques.

Durante este tempo o whisky Kilkerran foi mantido envelhecendo calmamente, embora algumas experiências em estilos de destilação tenham sido feitas bem como um estudo com toda uma gama de madeiras.

A primeira versão do Kilkerran apareceu 5 anos após a primeira destilação e foi chamado Work in Progress (WIP). Mais lançamentos anuais se seguiram, até o WIP final, no último ano, e que esgotou muito rapidamente, enquanto se aguardava o tão esperado 12 anos.

Notas oficiais de prova:
Kilkerran 12 Anos, 46% ABV, 70% Bourbon, 30% Sherry

Nariz: notas de carvalho são dominantes, seguidas de marshmallows torrados e frutas secas, bem como cerejas, marzipan e uma pitada de turfa.
Paladar: inicialmente frutado, com notas cítricas e casca de laranja. Depois disso vem baunilha, caramelo com favo de mel e biscoitos.
Acabamento: aveludado, merengue de limão. Há a oleosidade e salinidade que se espera de um bom malte de Campbeltown.

O preço sugerido por garrafa é de £ 36.


Fonte: whiskyintelligence.com


segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Kilchoman Sanaig Sherry Cask 46% ABV


Lançando seus whiskies pela primeira vez nos EUA em 2009, a destilaria Kilchoman estabeleceu-se rapidamente no mundo do single malt. Sanaig, sua mais recente expressão tem uma influência predominantemente do barril de xerez. O whisky é primeiro amadurecido em barris de bourbon Buffalo Trace antes de ser transferido para uma maturação maior em barris de sherry Oloroso. O resultado dessa dupla maturação permite que o caramelo e a baunilha do barril de Bourbon combine com a riqueza dos tonéis de xerez, juntamente com a fumaça de turfa marítima, salinidade, frutas cítricas e doçura, assinaturas de Kilchoman.

Fundada em 2005, Kilchoman é uma das menores destilarias na Escócia e foi a primeira destilaria a ser construída em Islay após 125 anos. Kilchoman é mais famosa por ser a única destilaria na Escócia a produzir uma parte do seu whisky a partir de cevada cultivada no local e completando ela mesma todas as fases do processo de fabricação de whisky utilizando métodos de destilarias agrícolas tradicionais. O Kilchoman Sanaig é engarrafado em 46% ABV e está disponível na maioria dos mercados com preços entre US$ 70 e US$ 75.

Notas de prova:
Cor: madeira.
Nariz: frutas vermelhas cozinhadas com caramelo e baunilha.
Paladar: toffee, fumaça de turfa e frutas cítricas com persistente doçura.
Acabamento: um belo equilíbrio de fumaça de turfa, frutas e doçura.


Fonte: whiskyintelligence.com


domingo, 21 de agosto de 2016

O Guia do Bourbon

O que é bourbon? Jack Daniel's, certo? Whiskey? Algo a ver com centeio? Bem, sim a todos os três, na verdade. Simplesmente, bourbon é uma mistura de grãos, moídos, misturada com água e aquecida, fermentada com a ajuda de fermento, destilada e, em seguida, envelhecida em barris de carvalho.


Tudo muito simples. Mas bourbon e whiskey americano são a mesma coisa? Não. Uma maneira de lembrar é que todos os bourbons são whiskeys, mas nem todos os whiskeys são bourbons. Whiskey americano inclui sub-categorias, incluindo bourbon, straight bourbon, centeio, trigo, malte, malte de centeio e milho, cada um com seu próprio conjunto de regras. Por exemplo, whiskey de milho deve ser feito com, pelo menos, 80% de milho; a mistura de cereais (mash bill) para o whiskey de centeio deve ser um mínimo de 51% de centeio, e assim por diante. Mas todos os whiskeys americanos têm o seguinte em comum:
  • devem ser destilados a não mais do que 80% ABV;
  • devem ser amadurecidos em recipientes novos carbonizados, carvalho (com a exceção de whiskey de milho, que podem ser armazenados em barris usados ou calcinados);
  • o ABV do whiskey deve ser 62,5% ou menos quando entra no barril.
Os quatro principais grãos utilizados no bourbon. No sentido horário do superior esquerdo: trigo, cevada, milho, centeio

Os grãos

Milho: principal ingrediente do bourbon, o milho deve fazer parte de pelo menos 51% do mash bill; na prática, torna-se cerca de 70%. Quando o espírito é muito jovem, o sabor do milho é muito perceptível, mas fica mais suave com a idade, embora a doçura persista.

Centeio: entregando um sabor apimentado e poder, o centeio é o mais característico de todos os grãos utilizados na produção de bourbon. Normalmente, o centeio compõe 10% do mash bill, mas bourbons “high rye”, como o Four Roses Single Barrel, são mais elevados, com até cerca de 35% de centeio.

Cevada: usada principalmente porque é tão eficaz na conversão de amidos fermentáveis ao açúcar, a cevada é o ingrediente burro de carga, e, geralmente, está presente entre 10-15% no mash bill.

Trigo: oposto ao centeio, a adição do trigo fará com que o espírito resultante seja mais suave e macio e, normalmente, mais doce. Na prática, o trigo raramente faz-se presente em mais do que 10% do mash bill.


Como é feito o bourbon?

Os grãos são moídos e colocados numa grande “panela de mosto", juntamente com água e cozidos durante 30 minutos, para quebrar o amido em açúcares fermentáveis.

O mosto é então transferido para um tanque de fermentação, juntamente com uma pequena porção de “pasta azeda” (sour mash), advinda de uma destilação anterior, que ajuda a obter a fermentação, tendo o efeito semelhante a uma levedura (fermento) usado para fazer pão. O produto final é uma cerveja com um ABV de cerca de 6-8%.

O líquido é, em seguida, destilado duas vezes. Pela primeira vez em uma coluna contínua com aproximadamente 50-60% ABV, em seguida, uma segunda vez, desta vez num pot still, com até cerca de 70% ABV. O novo espírito, conhecido como "whithe dog", é transferido para barricas novas, carbonizadas, de carvalho branco (quase sempre americano, mas o francês também é permitido).

Categorias de Bourbon

Straight bourbon: quando este termo está na garrafa, o líquido foi envelhecido em carvalho novo por um período mínimo de dois anos.

Single barrel: são bourbons engarrafados a partir de um único barril. A grande maioria dos bourbons são feitos através da mistura (ou vatting) de dezenas ou mesmo centenas de barris para garantir a consistência de sabor.

Small batch: qualquer bourbon com a menção “pequeno lote" no rótulo poderia ser um lote de 10 barris ou 10.000. Na prática, a grande maioria dos bourbons pequenos lotes não terá um casamento de mais do que uma centena de barris, e mais importante, muito cuidado e atenção são colocados sobre estes engarrafamentos.

Muitas vezes ouve-se que Jack Daniel's não é um bourbon, uma vez que sofre o processo de Lincoln County, ou seja, é filtrado através de carvão de bordo, o que acaba removendo sabor em vez de adicioná-lo. Tecnicamente ele está autorizado a ser chamado de "bourbon”, mas esta palavra não será encontrada em qualquer lugar no rótulo, uma vez que a empresa opta por descrevê-lo como Tennessee whiskey.

Como beber o bourbon?

Bourbon é um espírito altamente versátil e pode ser consumido puro ou misturado. Há também uma série de coquetéis de bourbon icônicos, como o Manhattan à moda antiga e o Whiskey Sour, por isso é uma ótima ideia ter sempre uma garrafa de bourbon no armário de bebidas. E apesar de algumas pessoas sempre falarem que este ou aquele é o melhor bourbon, tudo é questão de gosto pessoal. Então, não há problema algum gostar de um bourbon de nível de entrada.

Curiosidades sobre o Bourbon

  • há mais barris de bourbon em Kentucky do que pessoas;
  • o primeiro exemplar de bourbon single barrel foi o Blanton, lançado em 1984;
  • Buffalo Trace, fundada há mais de 200 anos, é a mais antiga destilaria de execução contínua nos EUA;
  • 75% de todo o Bourbon do Kentucky é feito pela Jim Beam;
  • 95% do bourbon dos EUA é feito em Kentucky.

Fonte: whiskyintelligence.com


sábado, 20 de agosto de 2016

Lagavulin lança edição limitada de 25 anos para honrar os 200 anos dos Gestores da Destilaria


2016 continua sendo um ano de celebração para Lagavulin como a destilaria ícone de Islay, marcando o seu 200º aniversário com o lançamento de uma edição limitada. Esta versão de 25 anos é um reconhecimento da contribuição que os gestores da destilaria fizeram na elaboração de Lagavulin ao longo dos anos. Lagavulin é estimado em todo o mundo como um dos mais especiais single malts e este é o primeiro lançamento de 25 anos amadurecido exclusivamente em barris de sherry.

200 anos atrás, John Johnston & Archibald Campbell supervisionaram o primeiro espírito feito na destilaria. Desde aquele dia, os gerentes que se seguiram têm mantido o legado de Lagavulin, um espírito aclamado nas margens da Ilha.

Por dois séculos, Lagavulin tem sido trabalhada duramente pelas mãos de residentes de Islay. De cortadores de turfa até os depósitos, os personagens que fazem da Lagavulin o que é hoje compartilham uma paixão pela produção de uma premiada bebida.

Esta edição de 25 anos é uma ode à imensa habilidade dos muitos artesãos por trás do whisky Lagavulin. Com o turfado típico, sabores ricos e emblemáticos de Lagavulin, este engarrafamento especial segue a versão anterior do Lagavulin 8 anos lançado este ano, que marcou o início das comemorações de aniversário.

Apertada e caótica por natureza, esta destilaria de frente para o mar nunca pode ser expandida e, portanto, a demanda muitas vezes excede a oferta. Engarrafado na força do barril, natural e com apenas 8.000 garrafas numeradas individualmente em todo o mundo, esta edição irá se tornar um item que irá descansar confortavelmente no armário de apreciadores e colecionadores ao redor do mundo.


Notas de prova:
Aparência: avermelhado, com corpo médio.
Nariz: profundo, complexo e seco no geral. Rico, leva algum tempo para abrir-se, oferecendo em primeiro lugar frutas secas, figos, tâmaras e ameixas secas, um traço de toffee com quase nenhuma doçura e uma nota levemente medicinal, madeira e fumaça. Aos poucos, descobre-se notas de carne assada, mel e framboesa. Finalmente, há maçãs vermelhas maduras e hortelã. A adição de água traz toffee suave e chocolate ao leite, fumo frio, madeiras queimadas e resina de pinheiro.
Paladar: textura oleosa, com um amargo-doce de gengibre, secando um pouco no início. Intenso, com madeira carbonizada, carnes defumadas, mel, melaço, torta queimada e cinzas. Então, vem um sabor refrescante de hortelã. Salgado, em seguida, doce. Com água, turfa gentil e hortelã. Macio, reconfortante e relaxante.

Acabamento: longo, suave, doce e elegante, com a fumaça subindo lentamente. Madeira perfumada, cinzas, sal e um sutil apimentado com o calor. Finalmente, oleoso e agridoce, com casca de laranja queimada.


Fonte: whiskyintelligence.com

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Destilaria Arran apresenta Single Malt de 18 anos


A Destilaria Arran apresenta pela primeira vez um single malt de 18 anos de idade e o incorpora ao seu portfólio. O Arran 18 anos é uma expressão maravilhosamente equilibrada que exibe a tremenda profundidade de caráter da destilaria.

Com notas cítricas caramelizadas e notas tropicais em um fundo de carvalho tostado, criou-se uma bebida intensa, bem arredondada, com charme e personalidade. Uma combinação equilibrada de barris ex-Sherry e ex-Bourbon. Esta expressão madura de The Arran Malt é excepcional. The Arran é a única destilaria na ilha de Arran e uma empresa escocesa orgulhosamente independente.


Notas de Prova
Cor: ouro
Aroma: pêssegos cozidos com xarope e amêndoas torradas. Baunilha, especiarias e canela.
Paladar: doçura sobre a língua. Chocolate, gengibre, açúcar mascavo caramelizado e baunilha. Com adição de água descobre-se notas florais e cremes aromáticos de laranja.
Finalização: longa, demorada e luxuosa. Os clássicos sabores cítricos e frutas de pomar se misturam com brioche de leite e chocolate escuro.

Com um caráter profundo e memorável, este Arran está totalmente maduro aos 18 anos de idade e possui um preço recomendado de $ 140,00.


Fonte: whiskyintelligence.com


quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Rio 2016

Não, não estou falando das Olimpíadas. Se bem que, não fosse por elas, não estaria aqui fazendo este relato. Estive um período no Rio de Janeiro trabalhando, adivinhem, nas Olimpíadas. Como todo bom trabalhador merece um período de folga, aproveitei um destes períodos para visitar meu amigo Alexandre Tito, grande conhecedor e colecionador de whiskies.


A noite não poderia ter sido melhor. Grande anfitrião, Tito soube escolher o repertório de degustação muito bem. A seleção contou com single malts clássicos e com rótulos de engarrafadores independentes como Douglas Laing e Compass Box, adquiridos em sua viagem recente. Generoso, não hesitou em abri-los.

Scallywag, Spice Tree, Oak Cross e Aberlour A'Bunadh

Aberfeldy 18 Anos, Mortlach, Strathisla 12 Anos e Bruichladdich The Organic Barley


Bom papo, boa bebida, petiscos excelentes e o tempo passou voando. Agradeço a recepção do Alexandre que junto com sua esposa não mediu esforços para tornar a noite memorável. Novos encontros virão.