Whisky

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sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Desvendando Nº 43: Grand Macnish


Recomendado por Ernest Hemingway, um homem que conhecia o que bebia, o Grand Macnish tem uma longa história com origem em Glasgow, em 1863, quando o merceeiro Robert McNish (mais tarde seria introduzido um “a” no nome da marca) passou a se dedicar ao blending. A empresa foi conduzida por seus dois filhos, John e George, que expandiram os negócios no auge do whisky, durante a década de 1890. As coisas se tornaram difíceis depois da Primeira Guerra Mundial, e a família vendeu a destilaria para a canadense Industrial Alcohol (mais tarde seria a Corby Distilleries) em 1927.

Hoje a Grand Macnish está de volta a Glasgow, sob a administração da MacDuff International, que desenvolve um perfil internacional para a marca e tem a inconfundível garrafa retrô com reentrâncias. Duas expressões blended estão disponíveis: Grand Macnish Original, que usa mais de 40 whiskies no blend, como Robert McNish fazia, e um 12 anos, descrito pela empresa como “mais maduro, frutado e com mais malte”. A garrafa dá a Grand Macnish uma presença marcante na prateleira, e o rótulo tem o lema do clã McNish: Forti nihil difficile (Para o forte nada é difícil).


O que pude perceber:
Características: cor dourada, médio corpo.
Aroma: um pouco de álcool perceptível, mas nada que incomode muito. Passado este início, vem os aromas mais interessantes. Malte e grãos são sentidos ao mesmo tempo, de forma bem equilibrada, um contrapondo-se ao outro. Suave, um pouco de caramelo, amêndoas, um pouco seco, e só então os cereais acabam tomando conta de tudo. Lembra um pouco biscoito de maisena. Adicionando um pouco de água, faz destacar os cereais. A presença do álcool some, deixando uma sensação de crocância, de biscoitos. Com uma pedra de gelo, os cereais dão a tônica no aroma, ficando mais evidentes. O álcool some. O adocicado do caramelo volta um pouco mas não chega a fazer frente aos cereais.
Paladar: cereais, biscoito, um pouquinho de malte. Leve dormência na boca. Finalização bastante curta. Não há a presença de defumado. Com um pouco de água, confirma a crocância, o abiscoitado, porém desta vez aparece um leve amargor. A dormência na boca diminui, mas ainda está presente. Com gelo, o gosto de azedo some, dando lugar a algo que identifiquei como mentolado. O sabor foi melhorando à medida que o gelo ia derretendo, ficando mais palatável.

A minha versão deste whisky é uma edição comemorativa dos 150 anos da The Robert Macnish Company. Achei um whisky bruto, que não faz concessões. É um whisky pesado, simples, sem muita complexidade. Não entrega muito em termos de sabor e gosto. Na verdade, o que chama a atenção é sua garrafa em forma de diamante. É um daqueles whiskies que compramos pelo apelo da embalagem, que é muito bonita.




Grand Macnish Original

Blend teor Alc 40%


Couro antigo e frutas maduras que dão lugar a um aroma parecido com o de conhaque. Notavelmente doce no palato, com influências fortes de baunilha (madeira). Um final prolongado e evolutivo com um defumado suave.

14 comentários:

  1. Boa tarde, Michel!!! Particularmente, achei esse whisky mais gostoso que o Johnnie Walker Red. Da marca Johnnie Walker, a partir do Black Label. Já com o Macnish, de fato pude perceber as características citadas por você. É um bom whisky; Não a melhor coisa, claro, mas é muito bom para se tomar ouvindo por exemplo, um Prog Rock!!

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  2. Boa noite Maurino Júnior. Para o Macnish um Prog Rock, já para o Red, um Hard Rock, hehe. Obrigado pela colaboração e continue acompanhando. Um abraço.

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  3. Oi Michel!
    Se for possível , prepara uma resenha sobre Grand Macnish-12-anos. Experimentei há uns anos atrás e gostei muito !
    Um abraço .
    Marcelo Ribeiro

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  4. Marcelo Carlos Ribeiro, está anotada a dica para um próximo review. Acompanhe. Um abraço.

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  5. Boa Michel!.
    Esse foi um dos primeiros que comprei, faz muito tempo mesmo!
    Mas para um garoto que que começou com Jonnie Red e Chivas 12 anos, esse whisky realmente é bruto, lembro-me que eu e meus irmãos tiramos a tarde para bebê-lo , foi meio difícil de descer!

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  6. Fabricio Pinho, muito legal quando o whisky nos traz lembranças. Ás vezes boas, outras, nem tanto, hehe. Um abraço e obrigado por compartilhar sua lembrança.

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  7. Opa, e aí Michel!
    Esse tomei faz uns 4 anos atrás. Difícil de descer, mas com gelo deu pra quebrar. Lembro ainda que um primo colocou pedras de gelo de coco e estragou a dose rss

    Comecei acompanhar a pouco o blog, sensacional! Nos últimos posts notei a ausência da sua explicação de diferença com água e com gelo, que pra mim é uma opinião diferenciada.

    Abraço!

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  8. Olá Thiga, o gelo quebra muito bem vários whiskies. Eu comecei a retirar a análise com gelo quando o whisky em questão era um single malt, porque notei que o gelo mascara muitos aromas e sabores. E acabei esquecendo de voltar a colocar a análise com o gelo quando se tratava de um blend. Mas sua sugestão veio para lembrar disso. Aguarde as próximas análises. Um abraço.

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  9. Entre ele e o White horse, qual é o melhorzinho para tomar com gelo?

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  10. Na casa do meu sogro tem uma garrafa dessa fechada e uma do Dimple 12 anos. Estou bolando um plano para levar para minha casa. Kkkk

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    1. Melhor não se indispor com o sogrão. Convença-o a beberem juntos. Abraço.

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  11. Boa tarde,comprei um hoje o de 8 anos a garrafa é muito bonita, mais tarde vou experimentar o conteúdo depois eu comento sobre o sabor.

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